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James Mattis, novo chefe do Pentágono, é contra tortura

26/01/2017 20h54

Washington, 26 Jan 2017 (AFP) - O novo chefe do Pentágono, general James Mattis, é a favor de manter as atuais regras americanas durante a realização de interrogatórios aos prisioneiros, que proíbem a utilização da tortura, informou nesta quinta-feira (26) o Pentágono.

A afirmação do Pentágono é feita um dia depois que o presidente Donald Trump disse à emissora ABC estar convencido de que a simulação de afogamento funcionaria "totalmente" no interrogatório de presos, mas que confiaria o tema ao secretário de Defesa e ao chefe da CIA para saber se restabeleceria esta prática.

"O posicionamento (do general Mattis) não mudou" desde seu processo de confirmação no Senado, declarou Jeff Davis, porta-voz do Pentágono.

Em resposta a uma pergunta feita por escrito pelos senadores, o general Mattis declarou "apoio total" às regras americanas sobre os métodos de interrogatório, incluídos no manual do Exército dos Estados Unidos.

Estas regras, que servem de referência para todas as autoridades americanas, excluem a simulação de afogamento e outras práticas semelhantes à tortura.

"Mantenho estas normas antes e depois de sua adoção em 2006", destacou o chefe do Pentágono.

Mattis disse "respeitar" e estar "comprometido em apoiar a lei internacional sobre conflitos armados, a Convenção de Genebra e as leis americanas, e que isto não mudará", destacou Jeff Davis.

O porta-voz também indicou que o Departamento de Defesa não recebeu "nenhuma ordem ou diretriz" para preparar as zonas de segurança na Síria, mencionadas por Trump à ABC.

O presidente americano considera essas zonas de segurança como uma forma de manter os refugiados na Síria e evitar que os sírios tentem ir para a Europa.

O estabelecimento de áreas de segurança onde os sírios deslocados pela guerra poderiam se refugiar sem medo de serem atacados foi discutido durante o governo Obama.

Mas os militares americanos assinalaram em várias oportunidades que para proteger essas zonas seriam necessários meios militares muito importantes.

"Por enquanto nosso interesse na Síria é o de sempre: desmantelar e vencer o grupo Estado Islâmico", assinalou Davis.