Topo

Miami se nega a ser 'cidade santuário' para imigrantes em situação ilegal

O presidente dos EUA Donald Trump - Divulgação
O presidente dos EUA Donald Trump Imagem: Divulgação

Em Miami

27/01/2017 05h59

A prefeitura de Miami-Dade, no Estado da Flórida, ordenou nesta quinta-feira (26) às instituições penitenciárias que obedeçam ao presidente Donald Trump para limpar a reputação de "cidade santuário" para imigrantes em situação clandestina e não pôr em risco o ingresso de recursos federais.

De acordo com o porta-voz da prefeitura, Michael Hernández, o prefeito republicano Carlos Giménez instruiu o Departamento Correcional "a honrar todas as solicitações de detenção de imigrantes recebidas pelo Departamento de Segurança Interna".

Giménez tenta, com isso, angariar a simpatia do presidente Trump, depois que ele determinou, na quarta-feira, o corte de fundos federais para as cerca de 300 "cidades santuário" do país que se negam a prender e a contribuir para a deportação de imigrantes em situação irregular.

As maiores "cidades santuário" do país - Nova York, Los Angeles e São Francisco - prometeram resistir e continuar protegendo os imigrantes, mas o prefeito de Miami rejeitou o rótulo imposto pelo Departamento de Justiça no ano passado.

Miami foi incluída na "lista" porque a polícia se negava - até esta quinta-feira - a prender esses imigrantes, a menos que Washington pagasse os custos de sua detenção.

A decisão de Giménez foi comemorada pelo novo presidente americano: "O prefeito de Miami-Dade abandonou a política dos santuários. Boa decisão. Forte!", escreveu Trump no Twitter.
 

Ao jornal Miami Herald, o prefeito disse que tomou uma decisão financeira, não ideológica, ao ordenar a detenção dos imigrantes procurados pelo FBI (a Polícia Federal americana), na contramão da maioria das "cidades santuário".

"Quero ter certeza de que não vamos colocar em risco os milhões de dólares em fundos que recebemos do governo federal por um assunto de US$ 52 mil", afirmou Giménez, um republicano que disse ter votado na democrata Hillary Clinton.

Esse valor - US$ 52 mil - é o que teria custado ao condado no ano passado deter os imigrantes em prisões locais.

Segundo o Migration Policy Institute, a Flórida conta com cerca de 650 mil imigrantes em situação ilegal. É o quarto estado com maior número de pessoas nessa situação, atrás de Califórnia (mais de 3 milhões), Texas (1,5 milhão) e Nova York (870 mil).