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Contra decreto de Trump, manifestantes interrompem terminal do aeroporto JFK

28.jan.2017 - Manifestantes protestam contra o banimento de imigrantes muçulmanos no aeroporto JFK, em Nova York - Stephanie Keith/Getty Images/AFP
28.jan.2017 - Manifestantes protestam contra o banimento de imigrantes muçulmanos no aeroporto JFK, em Nova York Imagem: Stephanie Keith/Getty Images/AFP

28/01/2017 22h03

O desembarque no aeroporto John F. Kennedy de Nova York, o principal ponto de entrada nos Estados Unidos para passageiros de voos internacionais, foi perturbado neste sábado, após o decreto assinado pelo presidente Donald Trump, que proíbe a entrada ao país de cidadãos de sete países muçulmanos.

As interrupções foram particularmente importantes no Terminal 4, aonde foram mobilizadas forças policiais.

Centenas de pessoas que foram pegar passageiros tiveram dificuldades para encontrá-los, pois as autoridades haviam bloqueado as principais saídas habitualmente usadas pelos viajantes, comprovou um fotógrafo da AFP.

No estacionamento do terminal, várias centenas de manifestantes protestavam contra o decreto, após uma convocação de várias associações de defesa dos direitos dos imigrantes e dos refugiados, entre elas a poderosa organização de defesa dos direitos civis ACLU.

"Deixem-nos enrtrar!, Deixem-nos entrar!", gritavam centenas de manifestantes, sob a vigilância de um forte dispositivo policial.

"Àqueles que estão perto de Nova York: vão agora para o Terminal 4 do JFK", tuitou o diretor de documentários Michael Moore, que tem participado de várias manifestações contra Trump.

A atriz americana Cynthia Nixon, a Miranda da série Sex and the City, também estava entre os manifestantes.

Dois representantes democratas de Nova York no Congresso, Jerry Nadler e Nydia Velasquez, também participaram do protesto.

A manifestação foi convocada após a detenção de dois iraquianos no JFK em virtude do novo decreto que proíbe a entrada nos Estados Unidos por 90 dias de cidadãos provenientes de Iraque, Irã, Iêmen, Sudão, Líbia, Somália e Síria.

A medida se aplica mesmo se tiverem visto ou 'Green Card', a permissão de residência permanente em território americano.

Após a liberação, à tarde, de um dos iraquianos - que trabalhou no Iraque para o governo americano -, Nadler informou que ele e Velasquez estavam tentando obter a libertação de outros dez cidadãos destes países, retidos pelas autoridades.

Mas Velasquez informou depois que "não sabe quantas pessoas exatamente estão detidas" nem "quantas estariam atualmente a bordo de aviões" em voo para o aeroporto JFK.

O decreto, assinado na sexta-feira e posto em execução imediatamente pelas autoridades aeroportuárias, pegou de surpresa os cidadãos destes países que estavam prestes a partir rumo aos Estados Unidos.