Trump: Suspender entrada de muçulmanos nos EUA funciona muito bem
O presidente americano, Donald Trump, afirmou neste sábado (27) que sua ofensiva "muito estrita" contra a imigração muçulmana está funcionando "muito bem", em meio a uma crescente resistência à medida, considerada discriminatória.
Em decreto assinado na sexta-feira, Trump suspendeu a entrada de refugiados em território americano por pelo menos 120 dias e impôs estritos novos controles durante três meses contra viajantes procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen.
"Está funcionando muito bem. Vê-se nos aeroportos, vê-se em todas as partes", disse Trump a jornalistas, depois que passageiros procedentes dos países citados terem sido impedidos de embarcar em voos com destino aos Estados Unidos, gerando protestos em terminais aéreos. "Vamos ter uma proibição muito, muito estrita e vamos ter a análise extrema que devíamos ter tido neste país há muito anos", acrescentou.
Os comentários do presidente ocorreram no momento em que ele enfrenta seu primeiro processo contra as medidas, antecipando o que será uma dura batalha nos tribunais americanos. A ação foi interposta pela União Americana de Liberdades Civis e outros grupos, depois que dois iraquianos foram detidos na noite de sexta-feira no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York.
Vários protestos e detenções ocorreram em aeroportos americanos após a assinatura do decreto. Por enquanto não está claro quantos viajantes foram afetados pelas medidas de Trump, as quais considera necessárias para evitar a entrada de "terroristas islâmicos radicais" aos Estados Unidos.
O decreto também gerou forte reação política. "Aos meus colegas: nunca mais se atrevam a me dar lições sobre a liderança moral americana se hoje silenciam", disse o senador democrata por Connecticut, Chris Murphy, em um tuíte na última hora da sexta-feira.
Seu tuíte foi postado juntamente com a agora histórica foto de 2015 de um menino sírio de três anos - Aylan Kurdi -, cujo corpo sem vida foi encontrado em uma praia da Turquia, após uma fracassada tentativa de reuni-lo com parentes no Canadá para fugir da sangrenta guerra na Síria.
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