Fragilizados, socialistas elegem Benoît Hamon para disputar Eliseu
Paris, 29 Jan 2017 (AFP) - Benoît Hamon, crítico da guinada liberal do governo socialista, venceu com folga, neste domingo, a indicação do partido do governo às presidenciais francesas, em abril, em um duro revés para o ex-primeiro-ministro Manuel Valls.
Hamon, de 49 anos, terá a difícil tarefa de unificar um partido fragmentado que, segundo todas as pesquisas de opinião, tem poucas chances de se manter no poder, após o questionado quinquênio do presidente François Hollande, que não quis disputar a reeleição.
"Estou convencido de que frente a uma direita de privilégios, conservadora, e de uma extrema direita destruidora, nosso país precisa de uma esquerda que pense o mundo como é e não como foi, uma esquerda capaz de encarnar um futuro desejável", declarou Hamon ao discursar para uma multidão de simpatizantes que repetia o seu nome.
Representante da ala esquerda do Partido Socialista, Hamon venceu o segundo turno das primárias socialistas com 58,6% dos votos contra 41,35% para Valls, de 54 anos, segundo resultados parciais.
O resultado representou um duro revés para o ex-premiê Valls, espanhol de nascimento e considerado herdeiro político de Hollande, o presidente francês mais impopular das últimas décadas.
Hamon terá três meses para dar um impulso à sua campanha quando, segundo todas as pesquisas de opinião, nenhum candidato de esquerda passaria do primeiro turno das presidenciais, em 23 de abril.
A candidata da ultra-direita, Marine Le Pen, e o conservador François Fillon aparecem como favoritos para se eleger, em 7 de maio, o(a) próximo(a) presidente da França.
No entanto, em uma campanha cheia de surpresas, os socialistas esperam contrariar as sondagens.
A campanha de Fillon, o candidato que parecia ter mais chances de chegar ao Eliseu, segundo as pesquisas, sofreu esta semana um golpe potencialmente devastador, devido às suspeitas de que teria colocado a própria esposa em um cargo fantasma, o que teria lhe rendido meio milhão de euros.
Fillon contra-atacou neste domingo, pedindo em um comício multitudinário, em Paris, para deixar sua mulher fora do debate político.
"Se querem me atacar, que me ataquem frente à frente, mas deixem minha mulher fora deste debate político", disse Fillon perante milhares de simpatizantes e ao lado da esposa, Penélope.
"Diante de vocês, amigos, quero dizer a Penépole que a amo e que não nunca vou perdoar os que quiseram nos jogar aos lobos", disse o político.
A este caso, investigado pela procuradoria nacional financeira, soma-se uma acusação de desvio de verbas públicas quando foi senador.
Valls: sancionado por eleitores decepcionadosBenoît Hamon, ex-ministro da Educação, rompeu com Hollande em 2014, descontente com a guinada liberal do Executivo socialista, antes de se lançar na corrida presidencial, em agosto, defendendo "um novo modelo de desenvolvimento".
Este socialista rebelde reivindica um programa "totalmente à esquerda", com forte conteúdo social e ambientalista, que conquistou sobretudo os eleitores mais jovens.
Para fazer face à "revolução digital", que trouxe consigo uma "redução do trabalho", este deputado defende uma redução da jornada de trabalho para 32 horas semanais, uma medida que visa a diminuir o desemprego, que beira os 10%.
Ele propõe, ainda, implementar uma renda básica universal, que garantiria a todos os franceses maiores de 18 anos uma renda de 750 euros mensais para lutar contra a precariedade.
Manuel Valls, por sua vez, que executou com mão de ferro a política de reformas do Executivo, foi censurado pelos eleitores, decepcionados com a política do governo, que consideram contrária aos valores da esquerda, sobretudo após a adoção de leis para liberalizar a economia e o mercado de trabalho.
"Entre os candidatos socialistas, Valls era claramente quem mais encarnava a herança do governo socialista, basicamente porque foi ele quem dirigiu a política econômica e social do Executivo", explicou Federico Vacas, diretor adjunto do departamento político do instituto IPSOS.
Além de Le Pen e Fillon, Hamon terá que enfrentar no primeiro turno das presidenciais dois dissidentes socialistas: o ex-ministro sensação de Hollande, Emmanuel Macron, um novo rosto na política francesa, que atrai milhares de pessoas aos seus comícios, e o queridinho da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon.
Ambos, segundo as pesquisas, superariam o candidato socialista nas eleições presidenciais.
Só uma aliança entre os dois, um cenário que agora parece impossível evitaria que a esquerda fique ausente do segundo turno das presidenciais, repetindo o terremoto político de 2002, quando o ultradireitista Jean-Marie Le Pen eliminou o candidato socialista no primeiro turno.
Os franceses elegerão seu novo presidente para os próximos cinco anos em dois turnos: em 23 de abril e em 7 de maio.
bur-meb/mb/mvv
Hamon, de 49 anos, terá a difícil tarefa de unificar um partido fragmentado que, segundo todas as pesquisas de opinião, tem poucas chances de se manter no poder, após o questionado quinquênio do presidente François Hollande, que não quis disputar a reeleição.
"Estou convencido de que frente a uma direita de privilégios, conservadora, e de uma extrema direita destruidora, nosso país precisa de uma esquerda que pense o mundo como é e não como foi, uma esquerda capaz de encarnar um futuro desejável", declarou Hamon ao discursar para uma multidão de simpatizantes que repetia o seu nome.
Representante da ala esquerda do Partido Socialista, Hamon venceu o segundo turno das primárias socialistas com 58,6% dos votos contra 41,35% para Valls, de 54 anos, segundo resultados parciais.
O resultado representou um duro revés para o ex-premiê Valls, espanhol de nascimento e considerado herdeiro político de Hollande, o presidente francês mais impopular das últimas décadas.
Hamon terá três meses para dar um impulso à sua campanha quando, segundo todas as pesquisas de opinião, nenhum candidato de esquerda passaria do primeiro turno das presidenciais, em 23 de abril.
A candidata da ultra-direita, Marine Le Pen, e o conservador François Fillon aparecem como favoritos para se eleger, em 7 de maio, o(a) próximo(a) presidente da França.
No entanto, em uma campanha cheia de surpresas, os socialistas esperam contrariar as sondagens.
A campanha de Fillon, o candidato que parecia ter mais chances de chegar ao Eliseu, segundo as pesquisas, sofreu esta semana um golpe potencialmente devastador, devido às suspeitas de que teria colocado a própria esposa em um cargo fantasma, o que teria lhe rendido meio milhão de euros.
Fillon contra-atacou neste domingo, pedindo em um comício multitudinário, em Paris, para deixar sua mulher fora do debate político.
"Se querem me atacar, que me ataquem frente à frente, mas deixem minha mulher fora deste debate político", disse Fillon perante milhares de simpatizantes e ao lado da esposa, Penélope.
"Diante de vocês, amigos, quero dizer a Penépole que a amo e que não nunca vou perdoar os que quiseram nos jogar aos lobos", disse o político.
A este caso, investigado pela procuradoria nacional financeira, soma-se uma acusação de desvio de verbas públicas quando foi senador.
Valls: sancionado por eleitores decepcionadosBenoît Hamon, ex-ministro da Educação, rompeu com Hollande em 2014, descontente com a guinada liberal do Executivo socialista, antes de se lançar na corrida presidencial, em agosto, defendendo "um novo modelo de desenvolvimento".
Este socialista rebelde reivindica um programa "totalmente à esquerda", com forte conteúdo social e ambientalista, que conquistou sobretudo os eleitores mais jovens.
Para fazer face à "revolução digital", que trouxe consigo uma "redução do trabalho", este deputado defende uma redução da jornada de trabalho para 32 horas semanais, uma medida que visa a diminuir o desemprego, que beira os 10%.
Ele propõe, ainda, implementar uma renda básica universal, que garantiria a todos os franceses maiores de 18 anos uma renda de 750 euros mensais para lutar contra a precariedade.
Manuel Valls, por sua vez, que executou com mão de ferro a política de reformas do Executivo, foi censurado pelos eleitores, decepcionados com a política do governo, que consideram contrária aos valores da esquerda, sobretudo após a adoção de leis para liberalizar a economia e o mercado de trabalho.
"Entre os candidatos socialistas, Valls era claramente quem mais encarnava a herança do governo socialista, basicamente porque foi ele quem dirigiu a política econômica e social do Executivo", explicou Federico Vacas, diretor adjunto do departamento político do instituto IPSOS.
Além de Le Pen e Fillon, Hamon terá que enfrentar no primeiro turno das presidenciais dois dissidentes socialistas: o ex-ministro sensação de Hollande, Emmanuel Macron, um novo rosto na política francesa, que atrai milhares de pessoas aos seus comícios, e o queridinho da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon.
Ambos, segundo as pesquisas, superariam o candidato socialista nas eleições presidenciais.
Só uma aliança entre os dois, um cenário que agora parece impossível evitaria que a esquerda fique ausente do segundo turno das presidenciais, repetindo o terremoto político de 2002, quando o ultradireitista Jean-Marie Le Pen eliminou o candidato socialista no primeiro turno.
Os franceses elegerão seu novo presidente para os próximos cinco anos em dois turnos: em 23 de abril e em 7 de maio.
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