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Eike Batista volta ao Brasil para responder a acusações de corrupção

30/01/2017 13h47

Rio de Janeiro, 30 Jan 2017 (AFP) - O empresário Eike Batista, que foi o homem mais rico do Brasil, chegou na manhã desta segunda-feira ao Rio de Janeiro a bordo de um voo regular procedente de Nova York. Ele foi imediatamente detido, por acusações de corrupção.

Incluído desde quinta-feira passada na lista vermelha de captura da Interpol, Eike Batista, de 60 anos, era esperado por policiais na porta da aeronave da American Airlines. Ele foi conduzido ao presídio Ary Franco, no norte do Rio, após exame no Instituto Médico Legal (IML).

Imagenes da Rede Globo, que transmitiu a operação policial de um helicóptero, mostraram o magnata entrando na prisão vestido com uma camisa azul.

Segundo a imprensa, o presídio Ary Franco tem capacidade para 968 presos, mas abriga mais de 2.000, situação comum no sistema penitenciário brasileiro.

Não se sabe até o momento o regime de detenção ao qual ele será submetido, já que Eike Batista não tem diploma universitário.

A polícia tentou detê-lo em sua casa no Rio de Janeiro na última quinta-feira, dentro de uma operação derivada da investigação Lava Jato, mas o empresário havia partido dias antes do Brasil. Seu advogado informou que se encontrava em Nova York a trabalho e que voltaria para se entregar, mas as autoridades o consideraram fugitivo e pediram ajuda da Interpol para capturá-lo.

Eike Batista é suspeito de ter pago 16,5 milhões dólares ao então governador do Rio Sérgio Cabral por uma operação que nunca existiu de compra e venda de uma mina de ouro.

O empresário, considerado em 2012 pela revista Forbes como a sétima fortuna do mundo -de mais 30 bilhões de dólares-, disse antes de embarcar no aeroporto JFK de Nova York que voltava ao Brasil para se entregar, com a intenção "de ajudar a passar as coisas a limpo".

Resta saber se seu depoimento esclarecerá os negócios, a falência e os cúmplices dessa excêntrica figura, amante da velocidade e das lanchas, que chegou a simbolizar o entusiasmo que Brasil o despertava no mundo todo durante a primeira década do século XXI.

A prisão de Eike Batista acontece no mesmo dia que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, homologou as confissões de 77 ex-executivos da construtora Odebrecht sobre a rede de subornos da Petrobras, com um potencial explosivo.

Na prática, a medida incorpora o expediente de todos os testemunhos que detalham o pagamento de subornos de empresários a funcionários públicos e operadores políticos de primeiro plano para obter contratos na Petrobras ou para aprovar legislações favoráveis a seus negócios.

As confissões ainda são mantidas em sigilo, mas sua homologação aponta a determinação da ministra de manter viva a causa após a morte de Teori Zavasvki.

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