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Paris denuncia ciberataques da Rússia para influenciar em eleição presidencial

Jacky Naegelen/Reuters
Imagem: Jacky Naegelen/Reuters

Em Paris

19/02/2017 08h53

Os ciberataques que supostamente são realizados pela Rússia na França no âmbito da campanha eleitoral presidencial são "uma forma de ingerência inaceitável", considerou neste domingo o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.

Em entrevista ao periódico Journal du Dimanche, o chefe da diplomacia francesa declarou: "só é preciso ver para quais candidatos, para Marine Le Pen (ultradireita) ou François Fillon (direita) a Rússia manifesta suas preferências na campanha eleitoral francesa; enquanto Emmanuel Macron (centro-esquerda), que tem um discurso muito europeu, sofre ciberataques. Esta forma de ingerência na vida democrática francesa é inaceitável e eu a denuncio".

"A Rússia é a primeira a lembrar que a ingerência nos assuntos internos é um princípio fundamental da vida internacional, e eu entendo. A França não aceitará, nem os franceses aceitarão, que lhes ditem suas eleição", acrescentou o ministro.

Na quarta-feira, na tribuna da Assembleia Nacional, Ayrault já havia advertido que Paris "não aceitará nenhuma ingerência no processo eleitoral", em forma de ciberataques ou divulgação de informações falsas, vindas especialmente da Rússia.

Eleições na França e na Alemanha

Em 2017, estão previstos importantes eleições na Europa, principalmente na Alemanha e na França. Inúmeros especialistas, responsáveis dos serviços de informação e responsáveis políticos acusam Moscou de querer, através de sofisticados ciberataques e campanhas de desinformação, influenciar os resultados.

O Conselho de Defesa francês celebrará na próxima semana uma sessão extraordinária, promovida pelo presidente François Hollande, para reforçar as medidas de proteção contra este tipo de ameaça.