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Pentágono pede que soldados denunciem sites de fotos íntimas

10/03/2017 21h31

Washington, 11 Mar 2017 (AFP) - O Pentágono solicitou nesta sexta-feira que os militares reportem a seus comandantes todo site que esteja compartilhando fotos de Marines nuas sem que elas saibam, um escândalo que atinge o corpo dos fuzileiros.

"Queremos que as pessoas que tenham conhecimento ou sejam testemunhas deste compartilhamento on-line denunciem rapidamente para sua cadeia de comando", indicou Jeff Davis, porta-voz do Pentágono, ao oferecer outras opções disponíveis para informar sobre o acontecido, como os serviços de prevenção ao assédio sexual ou de ajuda familiar.

A publicação das fotos nestas circunstâncias representa uma "violação escandalosa dos valores fundamentais no Departamento de Defesa", disse Jim Mattis, secretário de Defesa e general da reserva do Corpo de Marines.

O prestígio do Corpo de Marines foi atingido pela revelação da existência de uma página no Facebook na qual marines da ativa e da reserva compartilham fotos de suas colegas de corporação nuas.

As imagens foram compartilhadas sem o conhecimento das mulheres em questão, por exemplo, por pessoas que trabalharam com elas, acompanhadas de comentários chulos. Várias destas mulheres foram identificadas com nome e unidade.

A página do Facebook chamada "Marines United" e que agora está fechada tem cerca de 300.000 seguidores. O serviço de investigação do corpo de Marines abriu um processo.

O site Business Insider informou na quinta-feira que existe outra plataforma, que não envolve apenas as marines, mas outras integrantes das Forças Armadas americanas.

O comandante dos Marines, general Robert Neller, reconheceu que "há um problema". "Não consulto as redes sociais, talvez seja um erro", explicou em tom grave.

Neller admitiu que "ao menos uma dezena" de marines denunciou a situação a seus superiores.

O investigador do caso, o marine da reserva Thomas Brennan, disse que são "duas dezenas" de denúncias.

O governo do então presidente Barack Obama eliminou no ano passado as últimas restrições em função do sexo dos militares, abrindo a porta para as mulheres a todos os postos de combate.