Assassino que fugiu para o Brasil ganha processo para receber a peruca de volta
A justiça neozelandesa deu razão nesta quinta-feira (16) a um assassino pedófilo que acusou as autoridades penitenciárias de violação de seus direitos ao confiscar a peruca que utilizou para fugir do país.
Em novembro de 2014, Philipp John Smith aproveitou uma permissão de saída de uma penitenciária de Auckland e fugiu para o Brasil.
Na fuga, ele usou uma peruca que havia sido autorizado a utilizar dois anos antes para "melhorar sua autoestima".
Três semanas depois, Smith foi detido e extraditado para a Nova Zelândia. A peruca foi apreendida e as imagens da cabeça calva do neozelandês viraram piada entre os meios de comunicação.
"Me senti totalmente rebaixado, denegrido e humilhado", declarou à Alta Corte há alguns dias.
Smith foi condenado à prisão perpétua em 1996 por ter abusado sexualmente de um menino durante três anos e, depois, por ter perseguido a criança quando a família se mudou para outra cidade.
Ele invadiu a casa e esfaqueou até a morte o pai da família, que tentava proteger o filho.
Em uma audiência, o condenado, de 42 anos, afirmou que a peruca era um acessório essencial para sua reabilitação e que a falta de cabelo era um tema extremamente sensível para ele.
O juiz Edwin Wylie aceitou o argumento de que a administração penitenciária não considerou os direitos do detento quando apreendeu o objeto do delito.
"A liberdade de expressão fundamental de Smith foi ignorada. Um direito importante foi burlado".
Na visão do juiz, o conceito de liberdade de expressão pode ser ampliado a ações físicas, como usar uma peruca. Smith não perdeu os direitos fundamentais quando foi condenado, afirmou.
O processo ficou suspenso por duas semanas para permitir um recurso da administração penitenciária. O juiz não aceitou a demanda por danos e prejuízos do detento, de 5.000 dólares neozelandeses (cerca de R$ 10.900).
Smith foi condenado a 33 meses adicionais de prisão por sua fuga.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.