Falta de gasolina causa longas filas na Venezuela
Caracas, 23 Mar 2017 (AFP) - Longas filas se formaram nesta quinta-feira em postos de gasolina de Caracas e outras cidades venezuelanas depois que uma falha logística afetou o fornecimento de combustível.
Diante dos problemas, os usuários se concentraram nos postos que foram reabastecidos desde a noite de quarta-feira, constataram jornalistas da AFP.
"Se você tem carro, traga-o e abasteça-o rápido porque essa gasolina acaba hoje", disse um funcionário de um posto de gasolina do leste da capital, onde havia duas filas extensas de veículos.
O vice-presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), Ysmel Serrano, informou na noite de quarta-feira que os atrasos no transporte marítimo geraram o problema que, garantiu, está sendo atendido.
O abastecimento para Caracas chega do Puerto La Cruz (estado de Anzoátegui, norte), mas Serrano não detalhou a origem da falha.
"Contamos com gasolina suficiente produzida em nossas refinarias. Continuamos redobrando o atendimento até estabilizar a distribuição. A PDVSA pede calma e que não acreditem em falsos rumores de setores que estimulam o caos", escreveu o diretor no Twitter.
A estatal pediu calma à população: "evitem filas desnecessárias, a PDVSA garante o fornecimento de combustível em todo o país.
A companhia garantiu que suas 17 unidades distribuição estão em "plena operação".
O deputado opositor José Guerra, ex-diretor do Banco Central, atribuiu o problema às dívidas da PDVSA com os fornecedores. "Há 15 navios fundeados no Caribe - em Aruba e Curaçao - esperando o pagamento para abastecer".
Segundo Guerra, o governo importa cerca de 45 mil barris diários de gasolina para cobrir sua demanda, já que a produção nacional é "insuficiente".
Outra dor de cabeçaEm outra fila, um taxista afirmava que vários postos de gasolina já estavam prestando o serviço normalmente, e atribuiu as filas à avalanche de rumores nas redes sociais de que Caracas ficaria sem gasolina nesta quinta-feira.
A Venezuela, o país com maiores reservas petrolíferas do mundo, tem a gasolina mais barata do planeta. O litro de 91 octanas (tipo premium) custa um bolívar (0,0014 dólares na taxa de câmbio oficial mais alta); o de 95 octanas (tipo premium superior), seis bolívares (0,0084 dólares).
Com um dólar paralelo (3,8 vezes mais alto que o oficial) é possível comprar 2.900 litros de gasolina de 91 octanas.
Nos estados Zulia e Táchira, fronteiriços com a Colômbia, várias postos de gasolina pararam de funcionar desde a quarta-feira, constatou a AFP. Nessas regiões têm ocorrido falhas de abastecimento há vários meses.
Por isso, com a informação da PDVSA muitos em Maracaibo (capital de Zulia) saíram alarmados para abastecer, formando filas anormais.
Algo parecido aconteceu em San Cristóbal - capital de Táchira -, onde na quinta-feira verificaram-se longas filas. A cidade tem restrições especiais para a venta devido ao contrabando para a Colômbia.
Esta situação gera dor de cabeça aos venezuelanos, que enfrentam uma escassez crônica de alimentos e medicamentos, a inflação mais alta do mundo (projetada pelo FMI em 1.660% para este ano) e uma criminalidade galopante.
"Não há comida, não há remédios, não há gasolina, não há água, não há luz, a única coisa que há é um governo de corruptos e indolentes", queixou-se no Twitter o deputado opositor Miguel Pizarro.
bur-axm/val/cc/mvv
Diante dos problemas, os usuários se concentraram nos postos que foram reabastecidos desde a noite de quarta-feira, constataram jornalistas da AFP.
"Se você tem carro, traga-o e abasteça-o rápido porque essa gasolina acaba hoje", disse um funcionário de um posto de gasolina do leste da capital, onde havia duas filas extensas de veículos.
O vice-presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), Ysmel Serrano, informou na noite de quarta-feira que os atrasos no transporte marítimo geraram o problema que, garantiu, está sendo atendido.
O abastecimento para Caracas chega do Puerto La Cruz (estado de Anzoátegui, norte), mas Serrano não detalhou a origem da falha.
"Contamos com gasolina suficiente produzida em nossas refinarias. Continuamos redobrando o atendimento até estabilizar a distribuição. A PDVSA pede calma e que não acreditem em falsos rumores de setores que estimulam o caos", escreveu o diretor no Twitter.
A estatal pediu calma à população: "evitem filas desnecessárias, a PDVSA garante o fornecimento de combustível em todo o país.
A companhia garantiu que suas 17 unidades distribuição estão em "plena operação".
O deputado opositor José Guerra, ex-diretor do Banco Central, atribuiu o problema às dívidas da PDVSA com os fornecedores. "Há 15 navios fundeados no Caribe - em Aruba e Curaçao - esperando o pagamento para abastecer".
Segundo Guerra, o governo importa cerca de 45 mil barris diários de gasolina para cobrir sua demanda, já que a produção nacional é "insuficiente".
Outra dor de cabeçaEm outra fila, um taxista afirmava que vários postos de gasolina já estavam prestando o serviço normalmente, e atribuiu as filas à avalanche de rumores nas redes sociais de que Caracas ficaria sem gasolina nesta quinta-feira.
A Venezuela, o país com maiores reservas petrolíferas do mundo, tem a gasolina mais barata do planeta. O litro de 91 octanas (tipo premium) custa um bolívar (0,0014 dólares na taxa de câmbio oficial mais alta); o de 95 octanas (tipo premium superior), seis bolívares (0,0084 dólares).
Com um dólar paralelo (3,8 vezes mais alto que o oficial) é possível comprar 2.900 litros de gasolina de 91 octanas.
Nos estados Zulia e Táchira, fronteiriços com a Colômbia, várias postos de gasolina pararam de funcionar desde a quarta-feira, constatou a AFP. Nessas regiões têm ocorrido falhas de abastecimento há vários meses.
Por isso, com a informação da PDVSA muitos em Maracaibo (capital de Zulia) saíram alarmados para abastecer, formando filas anormais.
Algo parecido aconteceu em San Cristóbal - capital de Táchira -, onde na quinta-feira verificaram-se longas filas. A cidade tem restrições especiais para a venta devido ao contrabando para a Colômbia.
Esta situação gera dor de cabeça aos venezuelanos, que enfrentam uma escassez crônica de alimentos e medicamentos, a inflação mais alta do mundo (projetada pelo FMI em 1.660% para este ano) e uma criminalidade galopante.
"Não há comida, não há remédios, não há gasolina, não há água, não há luz, a única coisa que há é um governo de corruptos e indolentes", queixou-se no Twitter o deputado opositor Miguel Pizarro.
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