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Novo tiroteio nos EUA deixa um morto e 14 feridos

26/03/2017 13h37

Washington, 26 Mar 2017 (AFP) - Um tiroteio em uma casa noturna de Cincinnati, Ohio, norte dos Estados Unidos, deixou um morto e 14 feridos neste domingo, em um incidente que a polícia não relaciona com o terrorismo.

Centenas de pessoas estavam na boate Cameo no momento do tiroteio, durante a madrugada, e muitas tentaram fugir do local, de acordo com as autoridades.

O atirador permanece foragido, afirmou o vice-comandante de polícia de Cincinnati, Paul Neudigate.

No momento não está claro quantos atiradores participaram no ataque. As autoridades falaram inicialmente de pelo menos dois, mas Neudigate escreveu no Twitter que "há a informação de um único atirador neste momento, ainda investigamos se há outros envolvidos".

Mais cedo, a capitã Kimberly Williams afirmara ao canal CNN que o crime havia sido cometido por pelo menos dois atiradores.

"Temos certeza de que havia mais de um, mas neste ponto não estamos seguros se foram mais de dois", declarou.

Neudigate afirmou que "o motivo do incidente ainda não está claro, mas não há indícios de uma relação com o terrorismo".

- Disputa -

As autoridades acreditam que o tiroteio pode ter acontecido por uma disputa "entre grupos específicos de indivíduos algumas horas antes, que escalou até a tragédia da casa noturna", segundo um tuíte do governo de Cincinnati.

O Departamento de Polícia informou que "15 pessoas foram atingidas por tiros, uma delas faleceu".

O sargento Eric Franz descreveu ao canal ABC uma "cena de homicídio extensa e complexa" e disse que várias testemunhas estavam sendo interrogadas.

A capitão Kimberly Williams disse que "já tivemos incidentes no passado, mas este é o pior, de longe".

"No momento em que aconteceram os tiros, as pessoas correram para fora, então não havia muitas pessoas dentro do clube. Acredito que era uma multidão algumas horas antes e que foi o caos no momento dos disparos", disse.

A boate Cameo menciona em sua página do Facebook a presença de "adultos sexys" de mais de 21 anos aos sábados à noite.

A Cameo foi objeto de duas investigações por tiroteios em 2015, informou o canal local WLWT.

O governador de Ohio, John Kasich, disse que ofereceu ajuda às autoridades de Cincinnati.

"Você vê coisas como esta e começa a perguntar onde é seguro ir", disse Kasich a CNN.

"Ofereci, com certeza, toda a ajuda do estado necessária para esta nova terrível tragédia em nosso país".

- Longo histórico -

Apesar da polícia não ter encontrado evidências de uma motivação terrorista, o tiroteio recorda o ataque do ano passado em uma boate gay de Orlando, Flórida.

O massacre de Orlando, que deixou 49 mortos e 68 feridos, foi o ataque terrorista com o maior número de vítimas nos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

O atirador, Omar Mateen, citou seu vínculo com o grupo extremista Estado Islâmico (EI) em uma ligação ao serviço 911 durante o ataque.

Os tiroteios são frequentes nos Estados Unidos, onde o direito de portar armas é protegido pela Constituição.

Cincinnati, cidade de 300.000 habitantes, registrou 66 homicídios em 2016 e apenas nove não foram resultado da violência com armas de fogo.

No sábado, um tiroteio em Las Vegas deixou um morto e um ferido. O suspeito, que permaneceu algumas horas entrincheirado em um ônibus, finalmente se entregou às autoridades.

A polícia informou que não há evidência de um vínculo terrorista e que o suspeito aparentemente tinha "problemas mentais e definitivamente não estava em seu juízo perfeito".

Em 6 de janeiro, um veterano da guerra do Iraque de 26 anos abriu fogo no aeroporto de Fort Lauderdale, na Flórida, e matou cinco pessoas.

Outros casos nos últimos anos incluem o massacre cometido por Dylan Roof, um supremacista branco de 21 anos que matou nove pessoas em uma emblemática igreja afro-americana de Charleston, Carolina do Sul, em 17 de junho de 2015.

Em 14 de dezembro de 2012, um ataque similar em uma escola do ensino básico de Newton, Connecticut, matou 20 crianças e seis adultos. O atirador, Adam Lanza, que tinha um histórico de problemas mentais, também matou a mãe e cometeu suicídio.

A tragédia provocou apelos para um controle mais rígido do porte de armas, mas os projetos neste sentido não prosperaram no Congresso.