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Veja o posicionamento americano em relação à Síria desde 2011

07/04/2017 15h51

Beirute, 7 Abr 2017 (AFP) - Estes são os diferentes posicionamentos adotados pelos Estados Unidos desde o início da guerra civil na Síria.

Na noite de quinta para sexta-feira, os Estados Unidos lançaram sua primeira operação militar contra Damasco, depois de, nesta semana, o governo de Bashar al-Assad ser assinalado por um suposto ataque químico.

- Pressão sobre Assad -Em 29 de abril de 2011, um mês depois das primeiras manifestações pacíficas, que foram reprimidas com violência pelo governo, Washington impôs sanções econômicas contra vários responsáveis sírios.

Em 19 de maio, o presidente americano Barack Obama pediu a Bashar al-Assad que impulsionasse uma transição ou se retirasse do poder. No dia anterior, Washington havia decidido impor sanções diretas contra o presidente sírio.

No início de julho, o embaixador dos Estados Unidos em Damasco, Robert Ford, desafiou Assad a viajar a Hama, uma cidade do centro do país cercada pelo Exército e cenário de uma manifestação em massa contra o governo.

Em 18 de outubro, Obama e seus aliados ocidentais pediram explicitamente e pela primeira vez que Assad que se retirasse do poder.

Em 24 de outubro, os Estados Unidos anunciaram que seu embaixador Ford deixava a Síria por razões de segurança. Damasco convocou seu embaixador em Washington. Desde então, Robert Ford efetuou vários deslocamentos para a Turquia com o objetivo de se reunir com dirigentes da oposição.

- Obama para de atacar Damasco -Em meados de 2013, o governo sírio foi acusado de lançar um ataque químico próximo a Damasco, deixando mais de 1.400 mortos, segundo Washington.

No último minuto, Barack Obama declinou de bombardear as infraestruturas do governo e em setembro selou um acordo com Moscou para desmantelar o arsenal químico da Síria.

Nos meses anteriores, Obama havia prometido agir se a Síria cruzasse a "linha vermelha" utilizando armas químicas.

- Ataques contra os extremistas -Em 23 de setembro de 2014, os Estados Unidos, como líder da coalizão internacional para lutar contra os extremistas, atacou pela primeira vez o grupo Estado Islâmico na Síria, abrindo uma nova frente de guerra para a organização, que já era bombardeada em território iraquiano.

Desde então, os Estados Unidos enviaram para o nordeste do país cerca de 900 conselheiros militares, agentes das forças especiais e comandos de artilharia. Também foram disponibilizados grupos de marines para ajudar milícias que reúnem árabes e curdos que avançavam até Raqqa, capital de fato do EI na Síria.

- Em retirada -Em 30 de setembro de 2015, a Rússia iniciou uma campanha de bombardeios aéreos para proteger o governo de Assad. Desde esta ação, Damasco recuperou terreno contra os rebeldes.

Desde 2016, os Estados Unidos e a Rússia, já convertida em peça-chave do conflito, tentam preparar várias tréguas, mas que não obtiveram sucesso.

Em 30 de dezembro, uma trégua negociada sem a presença de Washington foi aplicada, apenas uma semana depois que os rebeldes foram forçados a sair de Aleppo, a segunda maior cidade na Síria, após uma poderosa ofensiva das forças da Síria e da Rússia.

- Saída de Assad já não é "prioridade" -Em 30 de março de 2017, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou que o destino de Assad "será decidido pela população síria".

A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, declarou que Washington já não considerava a saída de Assad uma "prioridade". Poucos dias depois, em 3 de abril, disse que o povo sírio não quer Assad no poder e tampouco que ele se apresente para as eleições.

- Primeira operação militar -Em 4 de abril, a Casa Branca endureceu seu discurso sobre Assad depois que um suposto ataque químico deixou 86 mortos no noroeste da Síria.

No dia seguinte, Trump advertiu que sua "atitude na Síria e com Assad mudou".

"Estes odiosos atos do regime de Assad não podem ser tolerados", afirmou.

Na noite de quinta para sexta-feira, os Estados Unidos lançaram 59 mísseis contra uma base aérea do centro da Síria.