Assad se defende após suposto ataque químico
Damasco, 13 Abr 2017 (AFP) - O presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou os países ocidentais de forjar o suposto ataque químico na cidade rebelde de Khan Sheikhun, que desencadeou enormes tensões entre Washington e Moscou, cujas relações estão "em seu nível mais baixo".
Em uma entrevista exclusiva concedida na quarta-feira à AFP em Damasco, Assad garantiu que seu exército não era responsável pelo ataque que provocou, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a morte de 87 civis, incluindo 31 crianças, em 4 de abril.
"Para nós, trata-se de um evento 100% fabricado", declarou o chefe de Estado sírio em sua primeira entrevista após o suposto ataque químico.
"Nossa impressão é que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, é cúmplice dos terroristas e que montou essas história para servir de pretexto para o ataque" americano de 7 de abril contra uma base aérea no centro do país, acrescentou Assad.
O suposto ataque químico provocou um brusco aumento das tensões em torno do conflito na Síria. Denunciando um ataque "bárbaro", o presidente americano, Donald Trump, ordenou o bombardeio da base de al-Shaayrate, nos primeiros ataques americanos contra o regime sírio desde o início do conflito, há seis anos.
"Nosso poder de fogo, nossa capacidade de atacar os terroristas não foi afetado por este ataque", garantiu Assad à AFP.
Para o governo americano, não há dúvidas de que o regime de Damasco é o responsável pelo ataque químico. E Trump considerou ser "possível" que a Rússia, principal aliado de Damasco, estivesse ciente deste ataque.
Na entrevista à AFP, Assad argumentou que seu regime não possui armas químicas desde 2013.
"Nós não possuímos armas químicas (...) Há vários anos, em 2013, renunciamos a todo o nosso arsenal (...) E mesmo que possuíssemos tais armas, nunca usaríamos", ressaltou.
- Novo veto russo -O aumento da tensão entre americanos e russos foi palpável durante a primeira visita do secretário de Estado Rex Tillerson a Moscou, onde se encontrou na quarta-feira com o presidente Vladimir Putin após se reunir com o ministro das Relações Exteriores Sergueï Lavrov.
Tillerson, ex-CEO da ExxonMobil e condecorado por Vladimir Putin em 2013, lamentou o "baixo nível de confiança entre os dois países".
"No momento, não estamos nos entendendo com a Rússia", admitiu Donald Trump em Washington, citando uma "relação que pode estar no mais baixo (nível) de todos os tempos". Mas nesta quinta-feira, ele declarou estar confiante de que as coisas "vão se acertar" com a Rússia.
Putin, por sua vez, estimou que as relações bilaterais se deterioraram desde a chegada à Casa Branca de Trump, que no início de sua presidência havia defendido uma aproximação com Moscou.
Em outra ilustração das divisões internacionais sobre a Síria, a Rússia vetou na quarta-feira em Nova York um projeto de resolução do Conselho de Segurança apresentado por Estados Unidos, França e Reino Unido e que exigia uma investigação sobre o ataque em Khan Sheikhun.
Esta é a oitava vez desde o início da guerra que Moscou bloqueia uma ação da ONU contra seu aliado sírio.
Washington, Londres e Paris protestaram. "O dia do juízo final para Assad", tuitou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
- Investigação imparcial -Questionado pela AFP, o presidente sírio afirmou que deseja uma investigação sobre o que aconteceu em Khan Sheikhun, mas desde que seja "imparcial".
"Vamos trabalhar (com os russos) para uma investigação internacional. Mas deve ser imparcial. Só iremos permitir uma investigação se, e somente se, for imparcial e com a participação de países imparciais para ter a certeza de que não será utilizada para fins políticos", disse ele.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) disse que abriu uma investigação e que havia contactado as autoridades sírias.
Em Moscou, Tillerson, que parecia concordar no final de março com a permanência do presidente sírio no poder, exigiu uma saída "organizada" de Assad como parte de uma transição política.
Mas Lavrov lembrou o caos provocado, segundo ele, pelas quedas dos "ditadores" iraquiano Saddam Hussein e líbio Muammar Kadhafi.
Com 51 anos, Assad preside a Síria desde 2000, quando sucedeu seu pai Hafez, falecido depois de liderar o país por 30 anos.
Moscou intervém militarmente em apoio a Damasco desde setembro de 2015, enquanto os Estados Unidos lideram desde setembro de 2014 uma coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI).
Um dos ataques desta coalizão matou por engano na terça-feira 18 combatentes aliados das Forças Democráticas Sírias no nordeste da Síria, de acordo com o comando das forças americanas.
burs-sk-ram/jri/tp/mr
Em uma entrevista exclusiva concedida na quarta-feira à AFP em Damasco, Assad garantiu que seu exército não era responsável pelo ataque que provocou, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a morte de 87 civis, incluindo 31 crianças, em 4 de abril.
"Para nós, trata-se de um evento 100% fabricado", declarou o chefe de Estado sírio em sua primeira entrevista após o suposto ataque químico.
"Nossa impressão é que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, é cúmplice dos terroristas e que montou essas história para servir de pretexto para o ataque" americano de 7 de abril contra uma base aérea no centro do país, acrescentou Assad.
O suposto ataque químico provocou um brusco aumento das tensões em torno do conflito na Síria. Denunciando um ataque "bárbaro", o presidente americano, Donald Trump, ordenou o bombardeio da base de al-Shaayrate, nos primeiros ataques americanos contra o regime sírio desde o início do conflito, há seis anos.
"Nosso poder de fogo, nossa capacidade de atacar os terroristas não foi afetado por este ataque", garantiu Assad à AFP.
Para o governo americano, não há dúvidas de que o regime de Damasco é o responsável pelo ataque químico. E Trump considerou ser "possível" que a Rússia, principal aliado de Damasco, estivesse ciente deste ataque.
Na entrevista à AFP, Assad argumentou que seu regime não possui armas químicas desde 2013.
"Nós não possuímos armas químicas (...) Há vários anos, em 2013, renunciamos a todo o nosso arsenal (...) E mesmo que possuíssemos tais armas, nunca usaríamos", ressaltou.
- Novo veto russo -O aumento da tensão entre americanos e russos foi palpável durante a primeira visita do secretário de Estado Rex Tillerson a Moscou, onde se encontrou na quarta-feira com o presidente Vladimir Putin após se reunir com o ministro das Relações Exteriores Sergueï Lavrov.
Tillerson, ex-CEO da ExxonMobil e condecorado por Vladimir Putin em 2013, lamentou o "baixo nível de confiança entre os dois países".
"No momento, não estamos nos entendendo com a Rússia", admitiu Donald Trump em Washington, citando uma "relação que pode estar no mais baixo (nível) de todos os tempos". Mas nesta quinta-feira, ele declarou estar confiante de que as coisas "vão se acertar" com a Rússia.
Putin, por sua vez, estimou que as relações bilaterais se deterioraram desde a chegada à Casa Branca de Trump, que no início de sua presidência havia defendido uma aproximação com Moscou.
Em outra ilustração das divisões internacionais sobre a Síria, a Rússia vetou na quarta-feira em Nova York um projeto de resolução do Conselho de Segurança apresentado por Estados Unidos, França e Reino Unido e que exigia uma investigação sobre o ataque em Khan Sheikhun.
Esta é a oitava vez desde o início da guerra que Moscou bloqueia uma ação da ONU contra seu aliado sírio.
Washington, Londres e Paris protestaram. "O dia do juízo final para Assad", tuitou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
- Investigação imparcial -Questionado pela AFP, o presidente sírio afirmou que deseja uma investigação sobre o que aconteceu em Khan Sheikhun, mas desde que seja "imparcial".
"Vamos trabalhar (com os russos) para uma investigação internacional. Mas deve ser imparcial. Só iremos permitir uma investigação se, e somente se, for imparcial e com a participação de países imparciais para ter a certeza de que não será utilizada para fins políticos", disse ele.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) disse que abriu uma investigação e que havia contactado as autoridades sírias.
Em Moscou, Tillerson, que parecia concordar no final de março com a permanência do presidente sírio no poder, exigiu uma saída "organizada" de Assad como parte de uma transição política.
Mas Lavrov lembrou o caos provocado, segundo ele, pelas quedas dos "ditadores" iraquiano Saddam Hussein e líbio Muammar Kadhafi.
Com 51 anos, Assad preside a Síria desde 2000, quando sucedeu seu pai Hafez, falecido depois de liderar o país por 30 anos.
Moscou intervém militarmente em apoio a Damasco desde setembro de 2015, enquanto os Estados Unidos lideram desde setembro de 2014 uma coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI).
Um dos ataques desta coalizão matou por engano na terça-feira 18 combatentes aliados das Forças Democráticas Sírias no nordeste da Síria, de acordo com o comando das forças americanas.
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