Vice americano considera o islã moderado da Indonésia uma inspiração para os muçulmanos
Jacarta, 20 Abr 2017 (AFP) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, elogiou nesta quinta-feira a prática moderada do islã na Indonésia como uma fonte de inspiração para o mundo muçulmano, durante uma visita ao país asiático.
"O islã tradicionalmente moderado na Indonésia é realmente uma inspiração para o mundo", declarou Pence após um encontro com o presidente do país, Joko Widodo.
"Em sua nação como na minha, a religião unifica, não divide. Isto nos dá esperança para um futuro melhor e agradecemos a importante fonte de inspiração que a Indonésia representa para o mundo", completou o vice-presidente americano durante a visita ao país muçulmano de maior população do mundo (257 milhões de habitantes, 90% deles seguidores do islã).
Pouco depois, Pence visitou em Jacarta a maior mesquita do sudeste asiático, a de Istiqlal, um edifício que tem uma cúpula de 45 metros de diâmetro e que pode receber até 200.000 fiéis.
O vice-presidente americano tirou os sapatos antes de entrar no templo, ao lado da mulher e das duas filhas, que cobriram a cabeça com um véu. A família foi acompanhada pelo grande imã Nasarudin Umar.
Pence também participou de um diálogo religioso celebrado a portas fechadas, com representantes do cristianismo, budismo, confucianismo, hinduísmo e islamismo, as únicas religiões reconhecidas pela Indonésia.
As declarações de Pence parecem uma tentativa de melhorar as relações entre o governo americano e o mundo muçulmano, após as tensões provocadas por iniciativas recentes do presidente Donald Trump.
O presidente americano recebeu muitas críticas ao assinar dois decretos que proibiam temporariamente a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana (Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) em nome da luta contra o terrorismo. A justiça, no entanto, suspendeu a aplicação das medidas.
No entanto, as palavras de Pence foram pronunciadas um dia depois da eleição para governador de Jacarta, com um resultado que parece refletir a crescente influência dos partidários de uma visão rigorosa do islã na Indonésia.
Na quarta-feira, o atual governador cristão da capital do país, Basuki Tjahaja Purnama, processado há alguns meses pela acusação de insultar o islã, foi derrotado pelo candidato muçulmano Anies Baswedan.
O governador cristão recebeu 42% dos votos, contra 58% do rival.
Purnama foi indiciado por blasfêmia no fim de 2016, após grandes manifestações organizadas por islamitas conservadores.
A filosofia da Indonésia é baseada na "Pancasila" (cinco princípios), que reconhece a igualdade entre as seis religiões admitidas pelo país. Este não é o caso dos países muçulmanos regidos pela lei islâmica, a sharia. A Constituição indonésia não inclui nenhuma referência ao islã, ao contrário, por exemplo, da Malásia, o país vizinho.
arb-sr/fp
"O islã tradicionalmente moderado na Indonésia é realmente uma inspiração para o mundo", declarou Pence após um encontro com o presidente do país, Joko Widodo.
"Em sua nação como na minha, a religião unifica, não divide. Isto nos dá esperança para um futuro melhor e agradecemos a importante fonte de inspiração que a Indonésia representa para o mundo", completou o vice-presidente americano durante a visita ao país muçulmano de maior população do mundo (257 milhões de habitantes, 90% deles seguidores do islã).
Pouco depois, Pence visitou em Jacarta a maior mesquita do sudeste asiático, a de Istiqlal, um edifício que tem uma cúpula de 45 metros de diâmetro e que pode receber até 200.000 fiéis.
O vice-presidente americano tirou os sapatos antes de entrar no templo, ao lado da mulher e das duas filhas, que cobriram a cabeça com um véu. A família foi acompanhada pelo grande imã Nasarudin Umar.
Pence também participou de um diálogo religioso celebrado a portas fechadas, com representantes do cristianismo, budismo, confucianismo, hinduísmo e islamismo, as únicas religiões reconhecidas pela Indonésia.
As declarações de Pence parecem uma tentativa de melhorar as relações entre o governo americano e o mundo muçulmano, após as tensões provocadas por iniciativas recentes do presidente Donald Trump.
O presidente americano recebeu muitas críticas ao assinar dois decretos que proibiam temporariamente a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana (Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) em nome da luta contra o terrorismo. A justiça, no entanto, suspendeu a aplicação das medidas.
No entanto, as palavras de Pence foram pronunciadas um dia depois da eleição para governador de Jacarta, com um resultado que parece refletir a crescente influência dos partidários de uma visão rigorosa do islã na Indonésia.
Na quarta-feira, o atual governador cristão da capital do país, Basuki Tjahaja Purnama, processado há alguns meses pela acusação de insultar o islã, foi derrotado pelo candidato muçulmano Anies Baswedan.
O governador cristão recebeu 42% dos votos, contra 58% do rival.
Purnama foi indiciado por blasfêmia no fim de 2016, após grandes manifestações organizadas por islamitas conservadores.
A filosofia da Indonésia é baseada na "Pancasila" (cinco princípios), que reconhece a igualdade entre as seis religiões admitidas pelo país. Este não é o caso dos países muçulmanos regidos pela lei islâmica, a sharia. A Constituição indonésia não inclui nenhuma referência ao islã, ao contrário, por exemplo, da Malásia, o país vizinho.
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