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Centenas vão às ruas em Istambul contra resultados do referendo

25.mar.2017 - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, faz discurso a apoiadores em Antalya (Turquia) - Kayhan Ozer/Presidential Press Service, Pool Photo via AP
25.mar.2017 - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, faz discurso a apoiadores em Antalya (Turquia) Imagem: Kayhan Ozer/Presidential Press Service, Pool Photo via AP

23/04/2017 17h09

Centenas de pessoas foram às ruas em Istambul, neste domingo (23), contra a vitória do "sim" no referendo de 16 de abril passada sobre a ampliação dos poderes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A vitória do governo no referendo foi mais apertada do que o previsto por Erdogan, com a aprovação de 51,41% dos votos. A oposição afirma que o resultado teria sido inverso em um pleito justo.

Quase mil partidários do principal partido de oposição turco - o Partido Republicano do Povo (CHP) - protestaram contra os resultados, reunindo-se na emblemática praça Taksim.

A manifestação coincidiu com o 97º aniversário da instauração do Parlamento turco, uma data celebrada como a festa da Soberania Nacional.

Do outro lado do Bósforo, no histórico bairro de Kadikoy, outras centenas de pessoas expressavam seu repúdio aos resultados do referendo.

"Anulem o referendo!", dizia uma faixa, no meio da multidão.

"É muito importante estar aqui para defender os princípios essenciais da república", disse Bahattin Soydar, um membro do CHP, falando na praça Taksim.

O resultado das urnas foi contestado pela oposição, depois que o Alto Conselho Eleitoral decidiu, de última hora no dia votação, considerar como válidas as cédulas não marcadas com o carimbo oficial. O recurso foi rejeitado pelo órgão eleitoral na semana passada.

A oposição anunciou que levará a questão ao Conselho de Estado.

Neste domingo, o Parlamento realizou uma sessão especial, marcada por debates intensos entre o líder da bancada do CHP, Kemal Kilicdaroglu, e o primeiro-ministro Binali Yildirim.

"A História não se esquecerá jamais dos parlamentares que permitiram confiar a soberania da nação a uma única pessoa", lançou Kilicdaroglu, durante a plenária.