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Piores chuvas em 10 anos no Sri Lanka já fizeram 146 mortos e 500 mil desabrigados

Moradores de Kaduwela, no Sri Lanka, caminham em meio a inundação  - Ishara S. Kodikara/AFP
Moradores de Kaduwela, no Sri Lanka, caminham em meio a inundação Imagem: Ishara S. Kodikara/AFP

Em Colombo

28/05/2017 10h22

As equipes de emergência trabalhavam neste domingo no Sri Lanka distribuindo ajuda humanitária para meio milhão de desabrigados pelas piores inundações na ilha em 10 anos, que provocaram a morte de ao menos 146 pessoas.

A diminuição das chuvas de monção permitiu que a água baixasse em algumas regiões, o que possibilita a chegada de ajuda aos atingidos.

No entanto, várias localidades continuam debaixo d'água, segundo as autoridades locais. Unidades médicas e socorristas foram enviados para as zonas mais atingidas para tentar impedir a proliferação de doenças, tais como cólera.

"Temos experiência para enfrentar esse tipo de situação", garantiu o ministro da Saúde, Rajitha Senaratne.

Na sexta-feira, as fortes chuvas causaram inundações e deslizamentos de terra no sul e no oeste da ilha.

Ao menos 146 pessoas. Mas o Centro de Gestão de Catástrofes (DMC) afirmou que o número de mortos deve aumentar. Outras 112 pessoas continuam desaparecidas.

Cerca de 500.000 habitantes foram retirados de seus lares no sul e no oeste do país, em sua maioria vítimas das fortes chuvas.

Os militares realizaram operações de busca nas zonas atingidas pelos deslizamentos de terra.

A Aeronáutica enviou cinco aviões para as operações de emergência e outros cinco para transportar insumos de urgência aos povoados bloqueados e que não têm acesso às estradas.

O ministro do Interior, Vajira Abeywardena, afirmou que as chuvas mais intensas cessaram, entretanto, há o risco de uma cheia em um rio mais abaixo. Por isso, pediu aos cidadãos que abandonem os locais das zonas baixas e se refugiem em outras mais elevadas e menos vulneráveis.

"Muitas zonas são inacessíveis porque permanecem isoladas", explicou à imprensa Abeywardena, em Colombo, na capital. "Há alguns setores que não se consegue chegar nem com helicópteros nem com barcos".

O governo distribuiu por via aérea 10.000 coletes salva-vidas para as pessoas que estão bloqueadas. Também instalou 104 abrigos de emergência nos edifícios públicos para as populações ribeirinhas evacuadas, acrescentou o ministro do Interior.

Um barco indiano chegou no sábado a Colombo para ajuda. No navio há uma equipe médica de emergência, lanchas infláveis e medicamentos. Espera-se que outra embarcação chegue na segunda-feira.

Segundo o departamento de meteorologia, as chuvas devem diminuir, mas uma monção de baixa intensidade ainda irá se manter.

Esta monção, que chegou na quinta-feira à noite, acabou com a longa seca que ameaçava a agricultura e a produção de energia por meio de hidrelétricas no país.

Trata-se da pior inundação desde maio de 2003, quando 250 pessoas morreram e mais de 10.000 casas foram destruídas por uma monção de intensidade similar, segundo as autoridades.