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Orçamento europeu de 2018 perturbado pelas eleições britânicas

30/05/2017 12h47

Bruxelas, 30 Mai 2017 (AFP) - A Comissão Europeia apresentou nesta terça-feira uma proposta de orçamento para 2018 da UE de 161 bilhões de euros, sobre o qual ainda pesa a incerteza da posição do Reino Unido, em plena campanha eleitoral.

Esta proposta se baseia em uma revisão recente do marco orçamentário plurianual, já negociado no seio da UE, cuja adoção formal se viu repentinamente bloqueada no fim de abril por Londres.

"O governo britânico nos comunicou algo que devemos respeitar: durante uma campanha eleitoral, um governo não toma decisões importantes", explicou nesta terça-feira o comissário de Orçamento, Günther Oettinger.

Segundo Oettinger, tratam-se de motivos "puramente formais", e o governo britânico deveria voltar após as eleições de 8 de junho a sua posição inicial, ou seja, uma simples abstenção.

Ao contrário de um veto, uma abstenção britânica não bloquearia a revisão do quadro orçamentário de 2014-2020, que fixa um teto de gastos para os orçamentos anuais e, portanto, permitiria a aprovação do orçamento proposto nesta terça-feira pelo Executivo europeu.

"Mas eleições são eleições, não sabemos quem estará no governo depois" no Reino Unido, acrescentou Oettinger, admitindo que um veto britânico obrigaria a Comissão a "mudar tudo" em seu projeto para 2018.

Alguns gastos adicionais propostos, como os créditos para o emprego juvenil, "estariam ameaçados", considera a Comissão. E teria que retirar fundos da agricultura para financiar gastos previstos em matéria de segurança e migração.

A proposta de orçamento de 2018 prevê 161 bilhões de euros em termos de compromissos (somas previstas para programas que podem durar mais de um ano), um aumento de 1,4% em relação a 2017.

A proposta da Comissão deve agora ser discutida pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-membros.

O ano de 2018 será o último completo que o Reino Unido pertencerá à UE, cuja saída está programada para 2019.

O Brexit terá um forte impacto orçamentário, já que o Reino Unido contribui anualmente com 10 bilhões de euros.