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Grupo armado líbio diz ter libertado o filho de Muammar Kadhafi, Seif al-Islam

10/06/2017 19h16

Trípoli, 10 Jun 2017 (AFP) - Um grupo armado líbio afirmou neste sábado ter libertado Seif Al-Islam, filho mais novo do ditador líbio Muammar Kadhafi, em um comunicado publicado em sua página no Facebook.

Condenado à morte na Líbia, Seif Al-Islam é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI).

A "Brigada Abu Bakr al-Sadiq", um dos grupos armados que controla a cidade de Zenten (170 km ao sudoeste de Trípoli), afirmou que Seif Al-Islam foi libertado na sexta-feira à noite, "correspondendo ao 14º do mês do Ramadã", em aplicação a uma lei promulgada pelo Parlamento estabelecido no leste do país.

"Decidimos libertar Seif Al-Islam Muammar Kadhafi. Ele está livre e já deixou Zenten", indicou a brigada em seu comunicado.

A cidade de Zenten é controlada por grupos armados opostos ao Governo de União Nacional (GNA) líbio, com sede na capital Trípoli e reconhecido pela comunidade internacional.

Seif Al-Islam é o filho mais conhecido de Kadhafi, que governou a Líbia por 42 anos.

Nascido em 25 de junho de 1972 em Trípoli, Seif Al-Islam nunca ocupou cargo oficial no governo do seu pai, mas representou a Líbia diversas vezes em negociações internacionais e é considerado o artífice das reformas de modernização do seu país.

O filho do ex-ditador líbio é visado por um mandado de prisão do TPI por acusações de crimes contra a Humanidade cometidos durante os oito meses de revolta que levaram à queda e morte de seu pai Muammar Kadhafi em 2011.

Em novembro de 2011 foi detido pelas milícias formadas pelos rebeldes de Zenten e foi condenado à morte em julho de 2015 por um tribunal de Trípoli por seu papel na repressão da revolta de 2011.

As autoridades líbias e o TPI, com sede em Haia, disputam o direito de julgá-lo.

A mesma brigada da cidade de Zenten havia anunciado a sua libertação em julho de 2016, mas logo foi negada pelas autoridades da cidade.

A Líbia está mergulhada no caos desde a queda de Kadhafi. Duas autoridades rivais disputam o poder, apoiadas por alianças de diversas milícias: o GNA e uma autoridade instalada no leste do país.

No total, três dos sete filhos de Kadhafi morreram durante a revolta. Um dos sobreviventes, Saadi Kadhafi, é julgado na Líbia por seu suposto envolvimento na repressão e no assassinato de um ex-técnico de futebol.

A víuda do ditador, Safia, e outros três filhos, encontraram refúgio na Argélia e, posteriormente, em Omã.