Brasil enfrenta dia de greve e protestos contra reformas de Temer
São Paulo, 30 Jun 2017 (AFP) - Barricadas e paralisações setoriais em várias cidades brasileiras marcaram uma sexta-feira de mobilização sindical contra as medidas de austeridade do presidente Michel Temer.
A centrais sindicais convocaram inicialmente uma greve geral, que teria sido a segunda do ano, depois da de 28 de abril, mas a transformaram em um dia de protestos mais modesto, principalmente pela negativa do setor dos transportes em São em aderir à paralisação.
A pressão sobre o governo se reduziu pelo anúncio de que o índice de desemprego teria caído três décimos em maio, ficando em 13,3%, depois de ter retrocedido pela primeira vez desde 2014.
Dezenas de manifestantes bloquearam pela manhã o acesso ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o aeroporto internacional do Rio, gerando vários quilômetros de filas de automóveis.
No centro de São Paulo, a capital econômica do país, a polícia dispersou com bombas de efeito moral os manifestantes que fecharam várias ruas, enquanto que, em Brasília, a paralisação dos transportes públicos era total.
Sindicatos bancários, de petroleiros e da saúde anunciaram sua adesão à paralisação e as centrais convocaram marchas à tarde.
"As paralisações e manifestações são os instrumentos que estamos usando para pressionar e ter uma negociação mais séria com Brasília, que não prejudique os trabalhadores", afirmou Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical.
A mobilização aponta contra a flexibilização das leis trabalhistas - que deve ser votada em breve no Senado - e contra a reforma da Previdência.
Essas medidas, segundo o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, ameaçam "o emprego formal, que garante os direitos adquiridos como férias e décimo terceiro".
- Alívio em meio à tempestade -Entretanto, o IBGE assinalou que o desemprego caiu em maio e que o total de desempregados passou de 14 milhões para 13,8 milhões.
Apesar de os analistas afirmarem que ainda é cedo para se falar em tendência, o dado dará argumentos ao governo para prosseguir com sua agenda de reformas com a qual pretende tirar o país da pior recessão de sua história, com uma queda do PIB de 3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016.
O PIB do primeiro trimestre deste ano cresceu 1% em relação ao trimestre anterior, mas o governo e os mercados rebaixaram suas projeções para 2017 a menos de 0,5%, em grande parte devido às incertezas políticas.
Temer uma popularidade de apenas 7% e seu foco maior é sobreviver aos escândalos que ameaçam seu mandato e atingem boa parte de seus ministros e aliados.
- Denúncia examinada -A Câmara de Deputados recebeu na quinta a denúncia por corrupção passiva que Procuradoria Geral apresentou contra o presidente e, a partir desta sexta, começam as dez sessões para que a defesa de Temer apresente suas alegações.
A Câmara deve determinar se o Supremo Tribunal Federal (STF) pode abrir um processo contra o presidente, o primeiro da história do país a ser acusado durante o exercício de seu mandato.
O governo conta com uma folgada maioria na Câmara, onde dezenas de deputados são investigados por corrupção, e Temer confiar que vai evitar que 342 deputados (dois terços de 513) votem a favor da abertura do processo.
"É um momento delicado, grave, que exige responsabilidade, isenção e independência", afirmou Rodrigo Pacheco, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), que analisará a denúncia antes de submetê-la ao plenário.
O Procurador-Geral Rodrigo Janot acusou Temer de receber propinas no valor de 500.000 reais da empresa JBS, o que o presidente nega categoricamente.
bur-js-csc/cd/cn
A centrais sindicais convocaram inicialmente uma greve geral, que teria sido a segunda do ano, depois da de 28 de abril, mas a transformaram em um dia de protestos mais modesto, principalmente pela negativa do setor dos transportes em São em aderir à paralisação.
A pressão sobre o governo se reduziu pelo anúncio de que o índice de desemprego teria caído três décimos em maio, ficando em 13,3%, depois de ter retrocedido pela primeira vez desde 2014.
Dezenas de manifestantes bloquearam pela manhã o acesso ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o aeroporto internacional do Rio, gerando vários quilômetros de filas de automóveis.
No centro de São Paulo, a capital econômica do país, a polícia dispersou com bombas de efeito moral os manifestantes que fecharam várias ruas, enquanto que, em Brasília, a paralisação dos transportes públicos era total.
Sindicatos bancários, de petroleiros e da saúde anunciaram sua adesão à paralisação e as centrais convocaram marchas à tarde.
"As paralisações e manifestações são os instrumentos que estamos usando para pressionar e ter uma negociação mais séria com Brasília, que não prejudique os trabalhadores", afirmou Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical.
A mobilização aponta contra a flexibilização das leis trabalhistas - que deve ser votada em breve no Senado - e contra a reforma da Previdência.
Essas medidas, segundo o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, ameaçam "o emprego formal, que garante os direitos adquiridos como férias e décimo terceiro".
- Alívio em meio à tempestade -Entretanto, o IBGE assinalou que o desemprego caiu em maio e que o total de desempregados passou de 14 milhões para 13,8 milhões.
Apesar de os analistas afirmarem que ainda é cedo para se falar em tendência, o dado dará argumentos ao governo para prosseguir com sua agenda de reformas com a qual pretende tirar o país da pior recessão de sua história, com uma queda do PIB de 3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016.
O PIB do primeiro trimestre deste ano cresceu 1% em relação ao trimestre anterior, mas o governo e os mercados rebaixaram suas projeções para 2017 a menos de 0,5%, em grande parte devido às incertezas políticas.
Temer uma popularidade de apenas 7% e seu foco maior é sobreviver aos escândalos que ameaçam seu mandato e atingem boa parte de seus ministros e aliados.
- Denúncia examinada -A Câmara de Deputados recebeu na quinta a denúncia por corrupção passiva que Procuradoria Geral apresentou contra o presidente e, a partir desta sexta, começam as dez sessões para que a defesa de Temer apresente suas alegações.
A Câmara deve determinar se o Supremo Tribunal Federal (STF) pode abrir um processo contra o presidente, o primeiro da história do país a ser acusado durante o exercício de seu mandato.
O governo conta com uma folgada maioria na Câmara, onde dezenas de deputados são investigados por corrupção, e Temer confiar que vai evitar que 342 deputados (dois terços de 513) votem a favor da abertura do processo.
"É um momento delicado, grave, que exige responsabilidade, isenção e independência", afirmou Rodrigo Pacheco, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), que analisará a denúncia antes de submetê-la ao plenário.
O Procurador-Geral Rodrigo Janot acusou Temer de receber propinas no valor de 500.000 reais da empresa JBS, o que o presidente nega categoricamente.
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