Governo restringe cobertura jornalística de plebiscito da oposição na Venezuela
As autoridades venezuelanas proibiram que emissoras de rádio e televisão divulguem o plebiscito simbólico que a oposição vai realizar neste domingo (16), sob pena de sanções, denunciou o sindicato da imprensa, que considerou a medida um ato de "censura".
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) rechaçou a "arbitrária e inconstitucional decisão (...) de proibir os meios de comunicação de publicar informações que façam referência à 'consulta popular'", destacou o órgão em comunicado.
A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) citou na quarta-feira os representantes de emissoras de rádio e televisão para aconselhá-los a ter "cuidado com o tratamento desta cobertura", disse à AFP Mayela León, diretora do canal Globovisión.
A Conatel considera que o plebiscito contra o presidente Nicolás Maduro é uma "atividade à margem da Constituição, pela qual o veículo poderia ser sancionado se promover alguma atividade fora deste marco", destacou León nesta quinta.
A medida proíbe a divulgação de publicidade sobre a consulta. "Vamos poder cobrir o evento, o que não podemos é fazer convocações", completou a diretiva.
Contudo, admitiu que será "muito complicado, pois cabe ao órgão regulador determinar se os meios cumpriram. Vamos ser criativos", garantiu.
O SNTP afirmou que se trata de um ato de "censura prévia" para favorecer o oficialismo.
Com o plebiscito simbólico, a oposição pretende expressar um maciço rechaço à Assembleia Constituinte convocada por Maduro. Ele também questiona se os venezuelanos estão de acordo com uma mudança de governo e a exigência de que as Forças Armadas - aliadas de Maduro - respeitem a Constituição.
A Conatel pediu aos meios para "colaborar com a divulgação da Constituinte", cujos integrantes serão eleitos em 30 de julho, comentou León.
Diante da medida do órgão regulador, o SNTP demandou aos veículos "compromisso máximo" com seu trabalho.
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