Netanyahu faz primeira visita de um líder israelense à Hungria desde 1989
Budapeste, 18 Jul 2017 (AFP) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, inicia nesta terça-feira (18) uma visita de dois dias à Hungria, em um momento muito oportuno para seu colega Viktor Orban, acusado de cumplicidade com o antissemitismo em sua cruzada contra o bilionário George Soros.
Na primeira viagem de um líder israelense à Hungria desde a queda do comunismo em 1989, Netanyahu se reunirá com parceiros neste país da Europa Central, dirigido por uma direita conservadora hostil à imigração muçulmana.
República Tcheca, Eslováquia e Polônia, vizinhos da Hungria, também são "muito pró-Israel", segundo o pesquisador Raphael Vago, da Universidade de Tel Aviv.
Esses quatro países têm uma relação fria com as instituições europeias, assim como o governo israelense.
Orban e Netanyahu, que darão uma coletiva de imprensa conjunta nesta terça-feira (18), são "gêmeos, irmãos espirituais", considerou no início desta semana a rádio independente Klubradio.
Além de sua simpatia ao presidente Donald Trump, os dois líderes compartilham uma inimizade com o empresário americano Georges Soros, de origem húngara e judia.
De acordo com seus apoiadores, Soros promove uma sociedade liberal e progressista, ao dar suporte a inúmeras ONGs, enquanto seus críticos consideram-no um agitador que visa a desestabilizar governos por meio de grandes somas de dinheiro.
Desde o início do ano, Orban conduz uma série de ações para desacreditar o bilionário, acusado de "querer fazer dezenas de milhares de migrantes entrarem na Europa", subsidiando organizações de defesa dos direitos humanos.
- 'Tristes recordações' -O mais recente capítulo dessa cruzada foi uma campanha com cartazes com o rosto de George Soros em todo o país, que provocou a ira da comunidade judaico-húngara. Esta passou, por sua vez, a acusar o governo de alimentar o antissemitismo, o que Budapeste rejeita.
"A visita de Benjamin Netanyahu pode ajudar Orban, pois dá crédito às alegações de que a campanha contra Soros não é antissemita", explicou à AFP o analista político húngaro Csaba Toth.
Os dois mandatos de Orban, no poder desde 2010, têm sido atormentados por desentendimentos com a comunidade judaica do país, uma das maiores da Europa, com cerca de 100 mil pessoas.
No final de junho, o primeiro-ministro provocou outra polêmica por elogiar a ação após a Primeira Guerra Mundial de Miklos Horthy, líder húngaro aliado dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
A oposição denuncia uma estratégia para atrair os eleitores do partido de extrema-direita Jobbik, principal adversário do poder.
"Nenhum governo fez tanto pela luta contra o antissemitismo na Hungria", garantiu o Executivo nos últimos dias.
Houve apelos para o cancelamento da visita de Benjamin Netanyahu, e o embaixador de Israel em Budapeste lamentou "as tristes recordações, mas também o ódio e o medo" das mensagens contra Georges Soros.
Esta campanha não deixou o governo israelense impassível. Israel acusa o bilionário de financiar ONGs de defesa dos direitos humanos que criticam a ocupação israelense dos territórios palestinianos.
Soros "desacredita governos democraticamente eleitos em Israel ao financiar organizações que difamam o Estado judeu e negam seu direito de defender", reagiu Israel.
Na primeira viagem de um líder israelense à Hungria desde a queda do comunismo em 1989, Netanyahu se reunirá com parceiros neste país da Europa Central, dirigido por uma direita conservadora hostil à imigração muçulmana.
República Tcheca, Eslováquia e Polônia, vizinhos da Hungria, também são "muito pró-Israel", segundo o pesquisador Raphael Vago, da Universidade de Tel Aviv.
Esses quatro países têm uma relação fria com as instituições europeias, assim como o governo israelense.
Orban e Netanyahu, que darão uma coletiva de imprensa conjunta nesta terça-feira (18), são "gêmeos, irmãos espirituais", considerou no início desta semana a rádio independente Klubradio.
Além de sua simpatia ao presidente Donald Trump, os dois líderes compartilham uma inimizade com o empresário americano Georges Soros, de origem húngara e judia.
De acordo com seus apoiadores, Soros promove uma sociedade liberal e progressista, ao dar suporte a inúmeras ONGs, enquanto seus críticos consideram-no um agitador que visa a desestabilizar governos por meio de grandes somas de dinheiro.
Desde o início do ano, Orban conduz uma série de ações para desacreditar o bilionário, acusado de "querer fazer dezenas de milhares de migrantes entrarem na Europa", subsidiando organizações de defesa dos direitos humanos.
- 'Tristes recordações' -O mais recente capítulo dessa cruzada foi uma campanha com cartazes com o rosto de George Soros em todo o país, que provocou a ira da comunidade judaico-húngara. Esta passou, por sua vez, a acusar o governo de alimentar o antissemitismo, o que Budapeste rejeita.
"A visita de Benjamin Netanyahu pode ajudar Orban, pois dá crédito às alegações de que a campanha contra Soros não é antissemita", explicou à AFP o analista político húngaro Csaba Toth.
Os dois mandatos de Orban, no poder desde 2010, têm sido atormentados por desentendimentos com a comunidade judaica do país, uma das maiores da Europa, com cerca de 100 mil pessoas.
No final de junho, o primeiro-ministro provocou outra polêmica por elogiar a ação após a Primeira Guerra Mundial de Miklos Horthy, líder húngaro aliado dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
A oposição denuncia uma estratégia para atrair os eleitores do partido de extrema-direita Jobbik, principal adversário do poder.
"Nenhum governo fez tanto pela luta contra o antissemitismo na Hungria", garantiu o Executivo nos últimos dias.
Houve apelos para o cancelamento da visita de Benjamin Netanyahu, e o embaixador de Israel em Budapeste lamentou "as tristes recordações, mas também o ódio e o medo" das mensagens contra Georges Soros.
Esta campanha não deixou o governo israelense impassível. Israel acusa o bilionário de financiar ONGs de defesa dos direitos humanos que criticam a ocupação israelense dos territórios palestinianos.
Soros "desacredita governos democraticamente eleitos em Israel ao financiar organizações que difamam o Estado judeu e negam seu direito de defender", reagiu Israel.
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