Chefes de facções rivais líbias assinam cessar-fogo e definem eleições
Paris, 25 Jul 2017 (AFP) - Os líderes de duas facções rivais na Líbia, o marechal Khalifa Haftar, que controla o leste do país, e o primeiro-ministro do governo em Trípoli, Fayez el-Sarraj, assinaram nesta terça-feira, em Paris, uma declaração que inclui um cessar-fogo e eleições em 2018.
A declaração foi lida, em árabe, após o encontro promovido pelo presidente francês Emmanuel Macron no castelo de Celle-Saint-Cloud, propriedade do Ministério francês das Relações Exteriores.
"O que é sumamente importante é que as duas partes concordaram com a organizações de eleições na próxima primavera (no hemisfério norte)", afirmou Macron durante uma coletiva de imprensa.
Este foi o segundo encontro entre Sarraj e Haftar em três meses, após a conversa em Abu Dhabi em maio.
Em dez pontos, a declaração reafirma que apenas uma solução política permitirá à Líbia sair da crise. Além disso, reitera os acordos de Skhirat, assinado em 2015 sob mediação das Nações Unidas.
"É um processo que é essencial para toda a Europa, uma vez que se não conseguirmos realizar este processo, os riscos terroristas relacionados às consequências migratórias serão diretas", insistiu o chefe de Estado francês.
"O povo líbio merece a paz e nós devemos isso a eles", acrescentou.
O cessar-fogo não se aplicaria à luta contra o terrorismo, ressalta o texto, que pede ainda a desmobilização das milícias e a formação de um Exército regular.
Fayez el-Sarraj, líder do frágil Governo de União Nacional (GNA), conta com o reconhecimento da comunidade internacional, enquanto o marechal Khalifa Haftar contesta sua legitimidade e acumula vitórias militares no terreno.
Eles foram recebidos individualmente por Macron, antes de uma reunião tripartida na presença do novo emissário da ONU para a Líbia, Ghassan Salame. O enviado das Nações Unidas assume suas funções esta semana.
A rivalidade política e os combates entre as milícias rivais impediram a Líbia de se recuperar do caos vivido no país desde a rebelião de 2011, que derrubou o ditador Muammar Kadhafi. Ele acabou assassinado.
O Governo de Unidade Nacional de Sarraj teve dificuldade para impor sua autoridade desde que começou seu trabalho em Trípoli, em março de 2016. A administração rival de Haftar, com sede no leste do país, não reconhece o governo de Sarraj.
Os serviços de Inteligência ocidentais temem que os extremistas do Estado Islâmico (EI) se aproveitem do caos para criar redutos na Líbia, à medida que estão sendo expulsos do Iraque e da Síria.
A Líbia também se tornou o ponto de partida de milhares de migrantes africanos que querem chegar à União Europeia (UE), viajando pelo mar até a Itália em embarcações precárias.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse ao jornal "Le Monde" em junho que a Líbia é "prioridade" para o presidente Macron.
bur-cf/meb.
A declaração foi lida, em árabe, após o encontro promovido pelo presidente francês Emmanuel Macron no castelo de Celle-Saint-Cloud, propriedade do Ministério francês das Relações Exteriores.
"O que é sumamente importante é que as duas partes concordaram com a organizações de eleições na próxima primavera (no hemisfério norte)", afirmou Macron durante uma coletiva de imprensa.
Este foi o segundo encontro entre Sarraj e Haftar em três meses, após a conversa em Abu Dhabi em maio.
Em dez pontos, a declaração reafirma que apenas uma solução política permitirá à Líbia sair da crise. Além disso, reitera os acordos de Skhirat, assinado em 2015 sob mediação das Nações Unidas.
"É um processo que é essencial para toda a Europa, uma vez que se não conseguirmos realizar este processo, os riscos terroristas relacionados às consequências migratórias serão diretas", insistiu o chefe de Estado francês.
"O povo líbio merece a paz e nós devemos isso a eles", acrescentou.
O cessar-fogo não se aplicaria à luta contra o terrorismo, ressalta o texto, que pede ainda a desmobilização das milícias e a formação de um Exército regular.
Fayez el-Sarraj, líder do frágil Governo de União Nacional (GNA), conta com o reconhecimento da comunidade internacional, enquanto o marechal Khalifa Haftar contesta sua legitimidade e acumula vitórias militares no terreno.
Eles foram recebidos individualmente por Macron, antes de uma reunião tripartida na presença do novo emissário da ONU para a Líbia, Ghassan Salame. O enviado das Nações Unidas assume suas funções esta semana.
A rivalidade política e os combates entre as milícias rivais impediram a Líbia de se recuperar do caos vivido no país desde a rebelião de 2011, que derrubou o ditador Muammar Kadhafi. Ele acabou assassinado.
O Governo de Unidade Nacional de Sarraj teve dificuldade para impor sua autoridade desde que começou seu trabalho em Trípoli, em março de 2016. A administração rival de Haftar, com sede no leste do país, não reconhece o governo de Sarraj.
Os serviços de Inteligência ocidentais temem que os extremistas do Estado Islâmico (EI) se aproveitem do caos para criar redutos na Líbia, à medida que estão sendo expulsos do Iraque e da Síria.
A Líbia também se tornou o ponto de partida de milhares de migrantes africanos que querem chegar à União Europeia (UE), viajando pelo mar até a Itália em embarcações precárias.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse ao jornal "Le Monde" em junho que a Líbia é "prioridade" para o presidente Macron.
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