EUA sancionam funcionários em meio à crescente violência na Venezuela
Washington, 27 Jul 2017 (AFP) - Os Estados Unidos elevaram o tom de voz nesta quarta-feira e adotaram sanções econômicas contra 13 funcionários da Venezuela por "minar a democracia", em meio aos violentos confrontos entre manifestantes e policiais, no primeiro dia da greve geral contra o presidente Nicolás Maduro.
Rafael Vergara, de 30 anos, morreu "durante um protesto" em Ejido, no estado de Mérida, ao ser baleado em uma "situação irregular" entre manifestantes e militares, informou o Ministério Público. O número de mortos em quatro meses de protestos em todo o país chega a 104, de acordo com o MP.
Foram registrados distúrbios nesta quarta em Caracas e em outras cidades do país, como Maracay, Maracaibo e San Cristóbal, onde policiais e militares tentaram dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.
Manifestantes fizeram barricadas de lixo e escombros em ruas e avenidas de várias zonas de Caracas, com confrontos sobretudo no leste da cidade.
Em todo o país, centenas de manifestantes foram detidos pela polícia e por membros da Guarda Nacional.
A oposição avaliou em 92% a adesão ao primeiro dia da greve de 48 horas contra Maduro e sua Constituinte.
"Se cumpriu a greve geral em 92% em todo o país. A Venezuela deixou claro a Nicolás Maduro que não vai se calar diante desta fraude constituinte", disse em coletiva o deputado Freddy Guevara, em nome da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
A coalização convocou uma grande marcha em Caracas para sexta-feira e um boicote contra a votação de domingo, quando serão eleitos os 545 constituintes.
O governo Maduro descarta a possibilidade de suspender as eleições, que ele afirma serem "o único caminho para a paz" em meio à grave crise política e econômica.
Já o presidente da estatal PDVSA, Eulogio Del Pino, garantiu que a indústria petroleira - fonte de 96% das divisas do país caribenho - operou em "completa normalidade".
Segundo Guevara, o setor petroleiro teve 77% de adesão à greve, enquanto no setor público foi de 82%.
- Washington pressiona -Em meio à escalada, Washington adotou, nesta quarta-feira, seu terceiro pacote de sanções contra funcionários do governo Maduro, congelando seus ativos nos Estados Unidos e proibindo cidadãos americanos de manter relações comerciais com os punidos.
O ministro da Educação, Elías Jaua; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; o defensor público, Tarek William Saab; e Iris Varela, integrante da comissão preparatória da Constituinte, foram punidos por se mobilizar "ativamente" a favor da Constituinte e "minar a democracia e os direitos humanos" na Venezuela.
Outros cinco chefes militares e policiais foram sancionados por sua relação com atos de repressão e violência: Néstor Reverol (ministro do Interior e Justiça), Carlos Pérez Ampueda (diretor da Polícia Nacional Bolivariana, PNB), Sergio Rivero (comandante-geral da PNB), Jesús Suárez (comandante da PNB) e Franklin García (ex-diretor da PNB).
Em fevereiro, os EUA sancionaram o vice-presidente e um auxiliar, e em maio congelaram os bens de oito juízes do Tribunal Supremo de Justiça.
Um funcionário da Casa Branca afirmou que o governo de Trump não descarta anunciar novas sanções depois das eleições da Constituinte no domingo. "Todas as opções estão na mesa".
Trump enviou a Caracas uma ameaça inequívoca: "se o governo de Maduro impuser a sua Assembleia Constituinte em 30 de julho, os Estados Unidos tomarão fortes e rápidas ações econômicas".
Ao reagir ao novo pacote de sanções, Maduro qualificou de "ilegal, insolente e insólita a pretensão de um país de sancionar outro país".
"O que pensam os imperialistas dos Estados Unidos? Que são o governo mundial?! (...) Não aceitamos!" - declarou o presidente.
O governante socialista condecorou os sancionados, entregando-os réplicas da espada do herói Simón Bolívar, em um ato de campanha pela Assembleia Constituinte.
"Os filhos de Bolívar não se rendem", exclamou Maduro, enquanto os presentes entoavam frases "anti-imperialistas".
São "formas de pressão para ver se quebram o Estado venezuelano [...] e posso dizer que as sanções [...] representam uma vitória do Estado venezuelano, que está firme, de pé, unido, se fortalecendo, rumo à Constituinte", afirmou Maduro.
"Garantimos em 30 de julho a voz a todos os venezuelanos e venezuelanas. Se me sancionarem por isso, bem-vindas essa e todas as sanções que possam surgir", expressou Tibisay Lucena ao ser condecorada.
"Graças a Deus esses imbecis pensaram em me sancionar. É o melhor reconhecimento ao meu espírito antirrevolucionário", expressou a ex-ministra Iris Varela, enquanto recebia sua espada.
Rafael Vergara, de 30 anos, morreu "durante um protesto" em Ejido, no estado de Mérida, ao ser baleado em uma "situação irregular" entre manifestantes e militares, informou o Ministério Público. O número de mortos em quatro meses de protestos em todo o país chega a 104, de acordo com o MP.
Foram registrados distúrbios nesta quarta em Caracas e em outras cidades do país, como Maracay, Maracaibo e San Cristóbal, onde policiais e militares tentaram dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.
Manifestantes fizeram barricadas de lixo e escombros em ruas e avenidas de várias zonas de Caracas, com confrontos sobretudo no leste da cidade.
Em todo o país, centenas de manifestantes foram detidos pela polícia e por membros da Guarda Nacional.
A oposição avaliou em 92% a adesão ao primeiro dia da greve de 48 horas contra Maduro e sua Constituinte.
"Se cumpriu a greve geral em 92% em todo o país. A Venezuela deixou claro a Nicolás Maduro que não vai se calar diante desta fraude constituinte", disse em coletiva o deputado Freddy Guevara, em nome da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
A coalização convocou uma grande marcha em Caracas para sexta-feira e um boicote contra a votação de domingo, quando serão eleitos os 545 constituintes.
O governo Maduro descarta a possibilidade de suspender as eleições, que ele afirma serem "o único caminho para a paz" em meio à grave crise política e econômica.
Já o presidente da estatal PDVSA, Eulogio Del Pino, garantiu que a indústria petroleira - fonte de 96% das divisas do país caribenho - operou em "completa normalidade".
Segundo Guevara, o setor petroleiro teve 77% de adesão à greve, enquanto no setor público foi de 82%.
- Washington pressiona -Em meio à escalada, Washington adotou, nesta quarta-feira, seu terceiro pacote de sanções contra funcionários do governo Maduro, congelando seus ativos nos Estados Unidos e proibindo cidadãos americanos de manter relações comerciais com os punidos.
O ministro da Educação, Elías Jaua; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; o defensor público, Tarek William Saab; e Iris Varela, integrante da comissão preparatória da Constituinte, foram punidos por se mobilizar "ativamente" a favor da Constituinte e "minar a democracia e os direitos humanos" na Venezuela.
Outros cinco chefes militares e policiais foram sancionados por sua relação com atos de repressão e violência: Néstor Reverol (ministro do Interior e Justiça), Carlos Pérez Ampueda (diretor da Polícia Nacional Bolivariana, PNB), Sergio Rivero (comandante-geral da PNB), Jesús Suárez (comandante da PNB) e Franklin García (ex-diretor da PNB).
Em fevereiro, os EUA sancionaram o vice-presidente e um auxiliar, e em maio congelaram os bens de oito juízes do Tribunal Supremo de Justiça.
Um funcionário da Casa Branca afirmou que o governo de Trump não descarta anunciar novas sanções depois das eleições da Constituinte no domingo. "Todas as opções estão na mesa".
Trump enviou a Caracas uma ameaça inequívoca: "se o governo de Maduro impuser a sua Assembleia Constituinte em 30 de julho, os Estados Unidos tomarão fortes e rápidas ações econômicas".
Ao reagir ao novo pacote de sanções, Maduro qualificou de "ilegal, insolente e insólita a pretensão de um país de sancionar outro país".
"O que pensam os imperialistas dos Estados Unidos? Que são o governo mundial?! (...) Não aceitamos!" - declarou o presidente.
O governante socialista condecorou os sancionados, entregando-os réplicas da espada do herói Simón Bolívar, em um ato de campanha pela Assembleia Constituinte.
"Os filhos de Bolívar não se rendem", exclamou Maduro, enquanto os presentes entoavam frases "anti-imperialistas".
São "formas de pressão para ver se quebram o Estado venezuelano [...] e posso dizer que as sanções [...] representam uma vitória do Estado venezuelano, que está firme, de pé, unido, se fortalecendo, rumo à Constituinte", afirmou Maduro.
"Garantimos em 30 de julho a voz a todos os venezuelanos e venezuelanas. Se me sancionarem por isso, bem-vindas essa e todas as sanções que possam surgir", expressou Tibisay Lucena ao ser condecorada.
"Graças a Deus esses imbecis pensaram em me sancionar. É o melhor reconhecimento ao meu espírito antirrevolucionário", expressou a ex-ministra Iris Varela, enquanto recebia sua espada.
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