EUA consideram todas as opções após míssil da Coreia do Norte sobre Japão
Washington, 29 Ago 2017 (AFP) - Os Estados Unidos advertiram nesta terça-feira (29) que todas as opções estão sobre a mesa, depois que a Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou o território do Japão, provocando um alerta internacional.
"As ações ameaçadoras e desestabilizadoras apenas aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
"Todas as opções estão sobre a mesa", ressalta a nota oficial.
Este é o primeiro projétil norte-coreano a sobrevoar o território japonês em vários anos. Em julho, Pyongyang testou dois mísseis balísticos intercontinentais.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá em caráter de urgência a pedido de Washington e Tóquio, depois que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, denunciou uma "ameaça grave e sem precedentes".
Na primeira reação da Coreia do Norte, o embaixador do país na ONU, Han Tae-Song, alegou o "direito à autodefesa" diante das "intenções hostis" dos Estados Unidos, ao participar de manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul.
O míssil provocou alarme no arquipélago japonês. As sirenes de alerta tocaram no norte, e milhões de cidadãos receberam uma mensagem do governo em seus telefones celulares.
O tráfego ferroviário foi temporariamente suspenso. "Há perturbações em todas as linhas. Motivo: disparo de míssil balístico", podia-se ler nas telas do metrô de Sapporo, a principal cidade da ilha de Hokkaido, no norte do arquipélago japonês.
Em 2009, um foguete norte-coreano sobrevoou o território japonês, sem provocar incidentes, mas gerou um protesto imediato do governo nipônico.
Na ocasião, Pyongyang afirmou que era um satélite de telecomunicações, mas, segundo Washington, Seul e Tóquio, era um teste para desenvolver mísseis intercontinentais (ICBM).
O míssil desta terça-feira foi lançado de Sunan, nas proximidades de Pyongyang, às 5h57 locais (17h57 de Brasília, segunda-feira), e sobrevoou o Japão, explicou o Estado-Maior sul-coreano.
O projétil percorreu 2.700 quilômetros e alcançou uma altitude máxima de 550 km antes de cair no Pacífico. Foi disparado no sentido leste, e não em direção à ilha de Guam, uma importante base americana a 3.500 km da Coreia do Norte.
- 'Aumentar a pressão' -Após o disparo, Shinzo Abe reiterou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvido em uma disputa retórica com Pyongyang sobre o programa armamentista, afirmou que Washington estará ao lado de Tóquio.
Depois de uma conversa de 40 minutos por telefone, os dois governantes concordaram em "aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte", disse o premier japonês.
Abe já havia advertido que seu governo adotará "todas as medidas" necessárias para garantir a segurança do povo japonês.
Principal aliado e sócio comercial da Coreia do Norte, a China pediu prudência a todas as partes. Apesar de a situação ter atingido um "ponto de inflexão", as "pressões e sanções" contra o regime comunista de Pyongyang "não podem resolver o problema", afirmou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A Rússia afirmou que está "extremamente preocupada" e denunciou uma "tendência" de "escalada" na crise.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pediu a Pyongyang uma "abstenção de qualquer nova ação provocadora".
O lançamento ocorre alguns dias depois de Pyongyang testar três mísseis de curto alcance, que foram considerados uma provocação ante o exercício conjunto anual realizado pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul.
Os dois aliados apresentam as operações como defensivas, mas para Pyongyang representam um teste para a invasão de seu território.
- Escalada - O lançamento desta terça-feira representa uma escalada significativa da parte de Pyongyang. No começo do mês, os norte-coreanos haviam ameaçado disparar mísseis na direção da ilha de Guam.
Um ataque desse tipo teria de passar, necessariamente, sobre o arquipélago japonês.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, acabou se distanciou do suposto plano para atingir o território de Guam e disse que poderia esperar. Ele advertiu que, para isso, era "necessário que os Estados Unidos fizessem a opção certa".
"Parecia que a Coreia do Norte havia recuado no jogo do mais forte", disse Cha Du-Hyeogn, do Instituto Asan de Estudos Políticos em Seul.
"Mas Pyongyang demonstra que não desinflou", completou.
O regime norte-coreano realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em julho, que parecem ter colocado ao seu alcance boa parte do território de Estados Unidos. A este movimento, o presidente Donald Trump reagiu, alertando que Washington poderia responder com "fogo e fúria".
Pyongyang avançou rapidamente em sua tecnologia militar, com um programa que rendeu ao país o endurecimento das sanções impostas pela ONU.
Em 5 de agosto passado, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade um novo pacote de sanções contra a Coreia do Norte pelo teste de um míssil com capacidade para atingir o território americano.
As penalidades econômicas têm o objetivo de punir as exportações norte-coreanas de carvão, ferro e do setor de pesca, o que deve privar o país de quase um bilhão de dólares por ano em arrecadação.
sh-slb/rb/an-es/age/yow/fp/tt
"As ações ameaçadoras e desestabilizadoras apenas aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
"Todas as opções estão sobre a mesa", ressalta a nota oficial.
Este é o primeiro projétil norte-coreano a sobrevoar o território japonês em vários anos. Em julho, Pyongyang testou dois mísseis balísticos intercontinentais.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá em caráter de urgência a pedido de Washington e Tóquio, depois que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, denunciou uma "ameaça grave e sem precedentes".
Na primeira reação da Coreia do Norte, o embaixador do país na ONU, Han Tae-Song, alegou o "direito à autodefesa" diante das "intenções hostis" dos Estados Unidos, ao participar de manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul.
O míssil provocou alarme no arquipélago japonês. As sirenes de alerta tocaram no norte, e milhões de cidadãos receberam uma mensagem do governo em seus telefones celulares.
O tráfego ferroviário foi temporariamente suspenso. "Há perturbações em todas as linhas. Motivo: disparo de míssil balístico", podia-se ler nas telas do metrô de Sapporo, a principal cidade da ilha de Hokkaido, no norte do arquipélago japonês.
Em 2009, um foguete norte-coreano sobrevoou o território japonês, sem provocar incidentes, mas gerou um protesto imediato do governo nipônico.
Na ocasião, Pyongyang afirmou que era um satélite de telecomunicações, mas, segundo Washington, Seul e Tóquio, era um teste para desenvolver mísseis intercontinentais (ICBM).
O míssil desta terça-feira foi lançado de Sunan, nas proximidades de Pyongyang, às 5h57 locais (17h57 de Brasília, segunda-feira), e sobrevoou o Japão, explicou o Estado-Maior sul-coreano.
O projétil percorreu 2.700 quilômetros e alcançou uma altitude máxima de 550 km antes de cair no Pacífico. Foi disparado no sentido leste, e não em direção à ilha de Guam, uma importante base americana a 3.500 km da Coreia do Norte.
- 'Aumentar a pressão' -Após o disparo, Shinzo Abe reiterou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvido em uma disputa retórica com Pyongyang sobre o programa armamentista, afirmou que Washington estará ao lado de Tóquio.
Depois de uma conversa de 40 minutos por telefone, os dois governantes concordaram em "aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte", disse o premier japonês.
Abe já havia advertido que seu governo adotará "todas as medidas" necessárias para garantir a segurança do povo japonês.
Principal aliado e sócio comercial da Coreia do Norte, a China pediu prudência a todas as partes. Apesar de a situação ter atingido um "ponto de inflexão", as "pressões e sanções" contra o regime comunista de Pyongyang "não podem resolver o problema", afirmou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A Rússia afirmou que está "extremamente preocupada" e denunciou uma "tendência" de "escalada" na crise.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pediu a Pyongyang uma "abstenção de qualquer nova ação provocadora".
O lançamento ocorre alguns dias depois de Pyongyang testar três mísseis de curto alcance, que foram considerados uma provocação ante o exercício conjunto anual realizado pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul.
Os dois aliados apresentam as operações como defensivas, mas para Pyongyang representam um teste para a invasão de seu território.
- Escalada - O lançamento desta terça-feira representa uma escalada significativa da parte de Pyongyang. No começo do mês, os norte-coreanos haviam ameaçado disparar mísseis na direção da ilha de Guam.
Um ataque desse tipo teria de passar, necessariamente, sobre o arquipélago japonês.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, acabou se distanciou do suposto plano para atingir o território de Guam e disse que poderia esperar. Ele advertiu que, para isso, era "necessário que os Estados Unidos fizessem a opção certa".
"Parecia que a Coreia do Norte havia recuado no jogo do mais forte", disse Cha Du-Hyeogn, do Instituto Asan de Estudos Políticos em Seul.
"Mas Pyongyang demonstra que não desinflou", completou.
O regime norte-coreano realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em julho, que parecem ter colocado ao seu alcance boa parte do território de Estados Unidos. A este movimento, o presidente Donald Trump reagiu, alertando que Washington poderia responder com "fogo e fúria".
Pyongyang avançou rapidamente em sua tecnologia militar, com um programa que rendeu ao país o endurecimento das sanções impostas pela ONU.
Em 5 de agosto passado, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade um novo pacote de sanções contra a Coreia do Norte pelo teste de um míssil com capacidade para atingir o território americano.
As penalidades econômicas têm o objetivo de punir as exportações norte-coreanas de carvão, ferro e do setor de pesca, o que deve privar o país de quase um bilhão de dólares por ano em arrecadação.
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