Netanyahu inicia primeira viagem de premiê israelense à América Latina
Buenos Aires, 12 Set 2017 (AFP) - Benjamin Netanyahu pediu para "apagar o terrorismo" em uma homenagem a vítimas de dois atentados na Argentina, ao iniciar nesta segunda-feira (11) a primeira visita à América Latina de um premiê em exercício desde a fundação do Estado de Israel, com o objetivo de promover relações comerciais e diplomáticas.
Netanyahu teve um encontro privado nesta segunda com a comunidade judaica argentina, de cerca de 300 mil membros, a segunda maior das Américas atrás da dos Estados Unidos.
Sob rigorosas medidas de segurança, Netanyahu chegou ao meio-dia no aeroporto internacional de Ezeiza, 30 km ao sul de Buenos Aires, juntamente com sua esposa, Sara, e uma delegação de 30 empresários.
Na terça-feira, ele será recebido pelo presidente Maurício Macri na sede do governo, a Casa Rosada, a única atividade de sua agenda aberta à imprensa.
Netanyahu receberá arquivos digitais com dezenas de milhares de documentos da Segunda Guerra Mundial, informou a Agência de Notícias Judaica.
Trata-se da transferência eletrônica para Israel de 139.544 documentos e fotografias históricas como parte de uma iniciativa conjunta da Chancelaria argentina e do Museu do Holocausto dos Estados Unidos.
A visita marca o início de um giro que se estenderá até 15 de setembro e que inclui escalas em Colômbia e México, antes de Nova York, onde Netanyahu participará da Assembleia Geral da ONU.
Os empresários israelenses que participam da visita estão vinculados a setores de cibersegurança, novas tecnologias, telecomunicações, agroindústria, recursos hídricos e desenvolvimento local.
- Pelas vítimas -Nesta segunda-feira à tarde, o primeiro-ministro participou de uma homenagem às vítimas do atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires cometido em 17 de março de 1992, e que deixou 29 mortos.
Também prestou homenagem às 85 vítimas fatais e centenas de feridos no ataque em 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). Os dois crimes continuam impunes.
"Sentimos a dor e a compartilhamos. Também compartilhamos o compromisso de lutar contra o mal e apagar o terrorismo da face da Terra", disse Netanyahu ante dirigentes judeus na sede reconstruída da AMIA.
Acrescentou que "a raiz do terror atacou este lugar. O Irã preparou os dois atentados que danificaram a Argentina, que executaram através do Hezbollah", segundo informe da AJN, único veículo autorizado.
Entidades de familiares das vítimas do atentado contra a AMIA, críticas da dirigência comunitária, rejeitaram o convite ao ato.
"Não fomos à AMIA. É um absurdo participar de atos formais. Deveriam ter uma atitude real de busca da verdade. Netanyahu não vem pelo atentado, mas a negócios. Nestes 23 anos, teve uma atitude de observador como se fosse qualquer outro país", disse à AFP Diana Malamud, dirigente do Memória Ativa.
Israel acusou o movimento xiita libanês Hezbollah de ter sido o responsável pelo atentado contra a embaixada.
Na mesma linha, os investigadores argentinos acusaram cinco ex-políticos iranianos de estarem por trás do do atentado na Amia. O Irã nega envolvimento.
Em Buenos Aires também realizará um encontro bilateral com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que viajará na terça-feira especialmente para se encontrar com o chefe de Estado.
Netanyahu e Cartes vão discutir os avanços nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia.
- Apoio e repúdio -A influente organização DAIA, representação política da comunidade judaica argentina, deu as boas-vindas a Netanyahu.
"Celebramos a aproximação entre a Argentina e Israel e expressamos nosso desejo de ver um fortalecimento do vínculo que une estas duas nações aliadas", destacou a organização em um comunicado.
No lado oposto, o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel repudiou a visita israelense.
"Ele é acusado de cometer crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional por matar civis bombardeando escolas, hospitais e mesquitas palestinas. Além disso, protege um repressor da última ditadura argentina", declarou Pérez Esquivel.
O Nobel argentino citou a recusa de Israel de extraditar o militar argentino Teodoro Anibal Gauto, alvo de um mandado de captura internacional da Interpol e acusado de cometer crimes contra a humanidade na última ditadura militar do país (1976-83).
A visita de Netanyahu altera o ritmo na capital argentina, com ruas bloqueadas para o trânsito e um forte esquema de segurança no centro da cidade.
Organizações de esquerda convocaram uma marcha em repúdio ao premiê israelense, a quem acusam de genocida e "em solidariedade ao povo palestino", enquanto a Legislatura de Buenos Aires o declarou de "visitante ilustre".
Netanyahu teve um encontro privado nesta segunda com a comunidade judaica argentina, de cerca de 300 mil membros, a segunda maior das Américas atrás da dos Estados Unidos.
Sob rigorosas medidas de segurança, Netanyahu chegou ao meio-dia no aeroporto internacional de Ezeiza, 30 km ao sul de Buenos Aires, juntamente com sua esposa, Sara, e uma delegação de 30 empresários.
Na terça-feira, ele será recebido pelo presidente Maurício Macri na sede do governo, a Casa Rosada, a única atividade de sua agenda aberta à imprensa.
Netanyahu receberá arquivos digitais com dezenas de milhares de documentos da Segunda Guerra Mundial, informou a Agência de Notícias Judaica.
Trata-se da transferência eletrônica para Israel de 139.544 documentos e fotografias históricas como parte de uma iniciativa conjunta da Chancelaria argentina e do Museu do Holocausto dos Estados Unidos.
A visita marca o início de um giro que se estenderá até 15 de setembro e que inclui escalas em Colômbia e México, antes de Nova York, onde Netanyahu participará da Assembleia Geral da ONU.
Os empresários israelenses que participam da visita estão vinculados a setores de cibersegurança, novas tecnologias, telecomunicações, agroindústria, recursos hídricos e desenvolvimento local.
- Pelas vítimas -Nesta segunda-feira à tarde, o primeiro-ministro participou de uma homenagem às vítimas do atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires cometido em 17 de março de 1992, e que deixou 29 mortos.
Também prestou homenagem às 85 vítimas fatais e centenas de feridos no ataque em 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). Os dois crimes continuam impunes.
"Sentimos a dor e a compartilhamos. Também compartilhamos o compromisso de lutar contra o mal e apagar o terrorismo da face da Terra", disse Netanyahu ante dirigentes judeus na sede reconstruída da AMIA.
Acrescentou que "a raiz do terror atacou este lugar. O Irã preparou os dois atentados que danificaram a Argentina, que executaram através do Hezbollah", segundo informe da AJN, único veículo autorizado.
Entidades de familiares das vítimas do atentado contra a AMIA, críticas da dirigência comunitária, rejeitaram o convite ao ato.
"Não fomos à AMIA. É um absurdo participar de atos formais. Deveriam ter uma atitude real de busca da verdade. Netanyahu não vem pelo atentado, mas a negócios. Nestes 23 anos, teve uma atitude de observador como se fosse qualquer outro país", disse à AFP Diana Malamud, dirigente do Memória Ativa.
Israel acusou o movimento xiita libanês Hezbollah de ter sido o responsável pelo atentado contra a embaixada.
Na mesma linha, os investigadores argentinos acusaram cinco ex-políticos iranianos de estarem por trás do do atentado na Amia. O Irã nega envolvimento.
Em Buenos Aires também realizará um encontro bilateral com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que viajará na terça-feira especialmente para se encontrar com o chefe de Estado.
Netanyahu e Cartes vão discutir os avanços nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia.
- Apoio e repúdio -A influente organização DAIA, representação política da comunidade judaica argentina, deu as boas-vindas a Netanyahu.
"Celebramos a aproximação entre a Argentina e Israel e expressamos nosso desejo de ver um fortalecimento do vínculo que une estas duas nações aliadas", destacou a organização em um comunicado.
No lado oposto, o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel repudiou a visita israelense.
"Ele é acusado de cometer crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional por matar civis bombardeando escolas, hospitais e mesquitas palestinas. Além disso, protege um repressor da última ditadura argentina", declarou Pérez Esquivel.
O Nobel argentino citou a recusa de Israel de extraditar o militar argentino Teodoro Anibal Gauto, alvo de um mandado de captura internacional da Interpol e acusado de cometer crimes contra a humanidade na última ditadura militar do país (1976-83).
A visita de Netanyahu altera o ritmo na capital argentina, com ruas bloqueadas para o trânsito e um forte esquema de segurança no centro da cidade.
Organizações de esquerda convocaram uma marcha em repúdio ao premiê israelense, a quem acusam de genocida e "em solidariedade ao povo palestino", enquanto a Legislatura de Buenos Aires o declarou de "visitante ilustre".
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