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Membro do executivo catalão renuncia ao cargo

26/10/2017 21h40

Barcelona, 26 Out 2017 (AFP) - O conselheiro de Empresa e Conhecimento no Executivo catalão de Carles Puigdemont, Santi Vila, renunciou ao cargo na noite desta quinta-feira (26) ao considerar que os esforços pelo "diálogo" tinham fracassado.

O anúncio foi feito no Twitter, ao final de um dia de idas e vindas políticas no qual Puigdemont considerou convocar eleições regionais para evitar bater de frente com Madri, mas desistiu.

"Renuncio. Minhas tentativas de diálogo novamente fracassaram. Espero ter sido útil até o último minuto para o presidente [Carles Puigdemont] e para os catalães", escreveu.

Santi Vila, de 44 anos, doutor em História e nacionalista conservador, vinha expressando dúvidas, nas últimas semanas, sobre a evolução dos acontecimentos na Catalunha.

Segundo o jornal catalão La Vanguardia, Vila se opunha à declaração de independência da Catalunha, apoiando, em vez disso, a convocatória de eleições regionais.

A ministra espanhola da Saúde, Dolors Monstserrat, disse na terça-feira que "provavelmente" Vila "e algum conselheiro" (ministro regional) poderiam renunciar se o governo catalão optasse por uma declaração unilateral de independência.

No início do mês, Vila criticou uma campanha lançada por grupos separatistas que pediam aos catalães que retirassem seu dinheiro dos bancos que tinham retirado sua sede legal da Catalunha devido à incerteza gerada pela espiral independentista.

Vila era conselheiro de Economia desde julho, quando substituiu Jordi Baiget, que se viu obrigado a deixar o cargo após expressar dúvidas sobre se o referendo de independência, considerado ilegal por Madri, poderia ser realizado.

O governo de Mariano Rajoy pediu ao Senado espanhol que autorize a destituição de Puigdemont e do conjunto de seu governo regional, e o poder para tomar as rédeas da Catalunha. A medida deve ser votada na sexta-feira de manhã.

Após descartar, nesta quinta-feira, uma convocatória de eleições na Catalunha, Puigdemont delegou ao parlamento a resposta à anunciada suspensão da autonomia regional por parte do governo central.