Governo espanhol se prepara para intervenção na Catalunha, que pode declarar independência
Barcelona, 27 Out 2017 (AFP) - O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, pediu nesta sexta-feira autorização ao Senado para adotar uma medida sem precedentes em 40 anos: a intervenção da autonomia da Catalunha, onde o parlamento regional poderia responder com uma declaração unilateral de independência.
O conservador Rajoy discursou na câmara alta, onde tem maioria, para pedir poderes extraordinários e temporários. Assim, a Catalunha perderá de modo cautelar seu autogoverno, recuperado há quatro décadas com o retorno da Espanha à democracia.
"Este procedimento começa carregado de razões, ante um Executivo catalão decidido à secessão", disse Rajoy.
O chefe de Governo anunciou que deseja a autoridade para destituir o presidente independentista catalão, Carles Puigdemont, e todo seu governo, o que provocou uma forte salva de aplausos.
Igualmente, "a faculdade de dissolver o Parlamento da Catalunha passará ao presidente, que deve convocar eleições em um prazo máximo de seis meses. Já antecipo que minha vontade é celebrá-las o mais breve possível", completou Rajoy, em referência à principal medida do artigo 155 da Constituição espanhola que aprovará previsivelmente o Senado.
O desafio independentista caiu em uma grande confusão política nos últimos dias.
"Foi ele que escolheu o processo que estabelece o artigo 155 da Constituição continuasse adiante. Ele e apenas ele", afirmou Rajoy em referência a Puigdemont.
Puigdemont acusou na quinta-feira Rajoy de não ter apresentado garantias para desativar a crise.
Com garantias de que o artigo 155 não seria aplicado, Puigdemont assegurou que não teria convocado eleições regionais antecipadas.
"Estou disposto a convocar estas eleições desde que se apresentem garantias que permitam sua celebração em absoluta normalidade", afirmou.
No Parlamento catalão, a sessão plenária, iniciada na quinta-feira, será retomada nesta sexta-feira e pode contar com um discurso de Puigdemont.
O simbólico "choque de trens" das duas câmaras coincidiria durante o dia.
Enfraquecido pelas pressões de todos os lados, Puigdemont, de 54 anos, um ex-prefeito de arraigadas convicções independentistas, preferiu não convocar eleições e devolver a palavra ao Parlamento catalão.
Puigdemont considera que o Parlamento é o "depositário" do resultado do polêmico referendo de 1 de outubro, no qual 90% votaram a favor da secessão, mas com um índice de participação de 43%.
O referendo foi declarado inconstitucional pela justiça e a intervenção do governo central impediu sua realização com garantias.
O projeto independentista divide a sociedade catalã, como comprova o comparecimento de menos da metade dos eleitores às urnas no referendo.
Após a consulta, Puigdemont disse no Parlamento catalão que o "mandato popular" era claro: aprovar a independência. Em seguida suspendeu a declaração para tentar negociar os termos com Madri.
bur-jz/es/fp
O conservador Rajoy discursou na câmara alta, onde tem maioria, para pedir poderes extraordinários e temporários. Assim, a Catalunha perderá de modo cautelar seu autogoverno, recuperado há quatro décadas com o retorno da Espanha à democracia.
"Este procedimento começa carregado de razões, ante um Executivo catalão decidido à secessão", disse Rajoy.
O chefe de Governo anunciou que deseja a autoridade para destituir o presidente independentista catalão, Carles Puigdemont, e todo seu governo, o que provocou uma forte salva de aplausos.
Igualmente, "a faculdade de dissolver o Parlamento da Catalunha passará ao presidente, que deve convocar eleições em um prazo máximo de seis meses. Já antecipo que minha vontade é celebrá-las o mais breve possível", completou Rajoy, em referência à principal medida do artigo 155 da Constituição espanhola que aprovará previsivelmente o Senado.
O desafio independentista caiu em uma grande confusão política nos últimos dias.
"Foi ele que escolheu o processo que estabelece o artigo 155 da Constituição continuasse adiante. Ele e apenas ele", afirmou Rajoy em referência a Puigdemont.
Puigdemont acusou na quinta-feira Rajoy de não ter apresentado garantias para desativar a crise.
Com garantias de que o artigo 155 não seria aplicado, Puigdemont assegurou que não teria convocado eleições regionais antecipadas.
"Estou disposto a convocar estas eleições desde que se apresentem garantias que permitam sua celebração em absoluta normalidade", afirmou.
No Parlamento catalão, a sessão plenária, iniciada na quinta-feira, será retomada nesta sexta-feira e pode contar com um discurso de Puigdemont.
O simbólico "choque de trens" das duas câmaras coincidiria durante o dia.
Enfraquecido pelas pressões de todos os lados, Puigdemont, de 54 anos, um ex-prefeito de arraigadas convicções independentistas, preferiu não convocar eleições e devolver a palavra ao Parlamento catalão.
Puigdemont considera que o Parlamento é o "depositário" do resultado do polêmico referendo de 1 de outubro, no qual 90% votaram a favor da secessão, mas com um índice de participação de 43%.
O referendo foi declarado inconstitucional pela justiça e a intervenção do governo central impediu sua realização com garantias.
O projeto independentista divide a sociedade catalã, como comprova o comparecimento de menos da metade dos eleitores às urnas no referendo.
Após a consulta, Puigdemont disse no Parlamento catalão que o "mandato popular" era claro: aprovar a independência. Em seguida suspendeu a declaração para tentar negociar os termos com Madri.
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