Nervosismo nos EUA antes da primeira acusação formal por caso russo
Washington, 29 Out 2017 (AFP) - Opositores e aliados do presidente americano, Donald Trump, aguardam ansiosamente, neste domingo (28), a confirmação oficial da primeira acusação formal no caso da interferência russa nos Estados Unidos, investigado pelo procurador especial Robert Mueller.
Em uma série de tuítes, o republicano Trump voltou a denunciar uma "caça às bruxas" e refutou qualquer "conluio" com a Rússia durante a campanha presidencial do ano passado, que disputou com a democrata Hillary Clinton.
"Toda essa história da Rússia justo quando os republicanos estão fazendo uma histórica reforma de corte de impostos é uma coincidência? NÃO!", escreveu.
O advogado do presidente, Ty Cobb, disse em mensagem às emissoras CNN e Fox News que os tuítes "não tinham nada a ver com as atividades do procurador especial, com quem continua cooperando".
A emissora CNN e, em seguida, outros veículos denunciaram nesta sexta-feira que a equipe de Mueller vai apresentar acusações e prender pelo menos uma pessoa nesta segunda-feira.
Desde então, nenhum funcionário confirmou ou negou a informação. Não se sabe quem seria a pessoa a ser detida.
O legislador democrata Adam Schiff, membro do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, disse que não foi informado, mas mencionou duas pessoas bem próximas a Trump que costumam aparecer na imprensa: seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort, e o breve assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, que tinham atividades não declaradas como lobistas em países estrangeiros, entre eles, a Rússia.
Schiff disse não poder dizer se o mandatário também estaria sendo investigado. "Não posso responder a isso em um sentido ou em outro", declarou à ABC.
O site Buzzfeed reportou neste domingo que o FBI estava investigando uma série de transferências em dinheiro relacionadas com Manafort por um total de três milhões de dólares entre 2012 e 2013.
Qualificadas de duvidosas por instituições financeiras americanas, algumas destas 13 transferências das quais o Buzzfeed obteve os detalhes têm relação com a Ucrânia.
Segundo o site na internet, as autoridades notaram estas transferências desde 2012 e investigavam se Manafort estava envolvido em algum tipo de fraude fiscal ou se tinha ajudado o regime ucraniano - ligado a Putin - a lavar dinheiro.
Ty Cobb assegurou ao The New York Times que Trump estava confiante em que nem Flynn, nem Manafort têm informação que possa afetá-lo.
O governador republicano de Nova Jersey, Chris Christie, aliado de Trump, disse à imprensa que "o presidente não está sob investigação. Ninguém disse a ele que está".
"Aconteça o que acontecer, este é apenas o começo", avaliou o senador independente Angus King, vinculado ao grupo democrata, em declarações à CNN.
- 'Tanta CULPA' -As acusações desta segunda vão marcar uma nova fase neste processo, que é liderado por Mueller, nomeado em maio para chefiar a averiguação independente sobre a interferência russa na campanha de 2016 e estabelecer se houve, ou não, conluio com a equipe do candidato republicano. Essa investigação é diferente da que foi feita por várias comissões do Congresso.
Trump, apoiado por muitos republicanos e por parte do âmbito conservador, empreendeu um contra-ataque contra Clinton, acusando-a exatamente de conluio com a Rússia durante a venda da empresa Uranium One ao grupo público russo Rosatom, em 2010.
A revelação de que a campanha de Clinton e o Partido Democrata financiaram uma investigação privada de Trump, compilada em um dossiê, também estimulou muitos comentários no campo conservador.
"Eu nunca vi tanta raiva e unidade republicana pela falta de investigação sobre o informe falso feito por Clinton (...), a venda de urânio à Rússia, as 33 mil mensagens de e-mail apagadas, o assunto de Comey e muitas outras coisas", escreveu Trump no Twitter, enumerando diversos casos que implicam sua ex-adversária democrata.
"Há tanta CULPA dos democratas e Clinton, e agora os fatos estão falando FAÇAM ALGO!", acrescentou em outro tuíte.
Outros setores acreditam que o vazamento da informação à CNN nesta sexta sobre e eminência de uma acusação formal é um escândalo por si só, que merece ser investigado.
Alguns republicanos, por ora isolados, inclusive pediram a renúncia de Mueller, acusando-o de ser próximo demais de James Comey. Christie alertou que o procurador deveria ser "muito, muito cuidadoso".
Enquanto isso, democratas alertaram que, se Trump demitir Mueller, ou emitir indultos preventivos para qualquer pessoa envolvida, vai estar passando do limite.
- Baixa popularidade -Esta aceleração das investigações acontece enquanto Trump se aproxima do primeiro aniversário de sua eleição, em 8 de novembro.
Ele se vangloria de como está se saindo bem e invoca o crescimento de 3% no terceiro trimestre, mas sua popularidade continua baixa, como revelou uma nova pesquisa divulgada neste domingo pela NBC e o The Wall Street Journal.
Trinta e oito por cento dos americanos aprovam sua gestão, o percentual mais baixo desde que assumiu a Presidência, em janeiro, enquanto 58% a desaprovam. No entanto, 81% dos republicanos continuam apoiando-o.
ico/vog/gv/spc/ll/mvv
Twitter
CBS CORPORATION
Em uma série de tuítes, o republicano Trump voltou a denunciar uma "caça às bruxas" e refutou qualquer "conluio" com a Rússia durante a campanha presidencial do ano passado, que disputou com a democrata Hillary Clinton.
"Toda essa história da Rússia justo quando os republicanos estão fazendo uma histórica reforma de corte de impostos é uma coincidência? NÃO!", escreveu.
O advogado do presidente, Ty Cobb, disse em mensagem às emissoras CNN e Fox News que os tuítes "não tinham nada a ver com as atividades do procurador especial, com quem continua cooperando".
A emissora CNN e, em seguida, outros veículos denunciaram nesta sexta-feira que a equipe de Mueller vai apresentar acusações e prender pelo menos uma pessoa nesta segunda-feira.
Desde então, nenhum funcionário confirmou ou negou a informação. Não se sabe quem seria a pessoa a ser detida.
O legislador democrata Adam Schiff, membro do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, disse que não foi informado, mas mencionou duas pessoas bem próximas a Trump que costumam aparecer na imprensa: seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort, e o breve assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, que tinham atividades não declaradas como lobistas em países estrangeiros, entre eles, a Rússia.
Schiff disse não poder dizer se o mandatário também estaria sendo investigado. "Não posso responder a isso em um sentido ou em outro", declarou à ABC.
O site Buzzfeed reportou neste domingo que o FBI estava investigando uma série de transferências em dinheiro relacionadas com Manafort por um total de três milhões de dólares entre 2012 e 2013.
Qualificadas de duvidosas por instituições financeiras americanas, algumas destas 13 transferências das quais o Buzzfeed obteve os detalhes têm relação com a Ucrânia.
Segundo o site na internet, as autoridades notaram estas transferências desde 2012 e investigavam se Manafort estava envolvido em algum tipo de fraude fiscal ou se tinha ajudado o regime ucraniano - ligado a Putin - a lavar dinheiro.
Ty Cobb assegurou ao The New York Times que Trump estava confiante em que nem Flynn, nem Manafort têm informação que possa afetá-lo.
O governador republicano de Nova Jersey, Chris Christie, aliado de Trump, disse à imprensa que "o presidente não está sob investigação. Ninguém disse a ele que está".
"Aconteça o que acontecer, este é apenas o começo", avaliou o senador independente Angus King, vinculado ao grupo democrata, em declarações à CNN.
- 'Tanta CULPA' -As acusações desta segunda vão marcar uma nova fase neste processo, que é liderado por Mueller, nomeado em maio para chefiar a averiguação independente sobre a interferência russa na campanha de 2016 e estabelecer se houve, ou não, conluio com a equipe do candidato republicano. Essa investigação é diferente da que foi feita por várias comissões do Congresso.
Trump, apoiado por muitos republicanos e por parte do âmbito conservador, empreendeu um contra-ataque contra Clinton, acusando-a exatamente de conluio com a Rússia durante a venda da empresa Uranium One ao grupo público russo Rosatom, em 2010.
A revelação de que a campanha de Clinton e o Partido Democrata financiaram uma investigação privada de Trump, compilada em um dossiê, também estimulou muitos comentários no campo conservador.
"Eu nunca vi tanta raiva e unidade republicana pela falta de investigação sobre o informe falso feito por Clinton (...), a venda de urânio à Rússia, as 33 mil mensagens de e-mail apagadas, o assunto de Comey e muitas outras coisas", escreveu Trump no Twitter, enumerando diversos casos que implicam sua ex-adversária democrata.
"Há tanta CULPA dos democratas e Clinton, e agora os fatos estão falando FAÇAM ALGO!", acrescentou em outro tuíte.
Outros setores acreditam que o vazamento da informação à CNN nesta sexta sobre e eminência de uma acusação formal é um escândalo por si só, que merece ser investigado.
Alguns republicanos, por ora isolados, inclusive pediram a renúncia de Mueller, acusando-o de ser próximo demais de James Comey. Christie alertou que o procurador deveria ser "muito, muito cuidadoso".
Enquanto isso, democratas alertaram que, se Trump demitir Mueller, ou emitir indultos preventivos para qualquer pessoa envolvida, vai estar passando do limite.
- Baixa popularidade -Esta aceleração das investigações acontece enquanto Trump se aproxima do primeiro aniversário de sua eleição, em 8 de novembro.
Ele se vangloria de como está se saindo bem e invoca o crescimento de 3% no terceiro trimestre, mas sua popularidade continua baixa, como revelou uma nova pesquisa divulgada neste domingo pela NBC e o The Wall Street Journal.
Trinta e oito por cento dos americanos aprovam sua gestão, o percentual mais baixo desde que assumiu a Presidência, em janeiro, enquanto 58% a desaprovam. No entanto, 81% dos republicanos continuam apoiando-o.
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