Paul Manafort: o estrategista que atuava nos bastidores
Washington, 30 Out 2017 (AFP) - O advogado Paul Manafort, ex-diretor de campanha eleitoral de Donald Trump e que foi indiciado nesta segunda-feira (30) por conspiração e lavagem de dinheiro, é um especialista em lobby e estrategista que sempre atuou nos bastidores.
Manafort, de 68 anos, e seu sócio, Rick Gates, de 45, se declararam inocentes a uma corte de Washington, mas foram colocados em prisão domiciliar após o pagamento de respectivas fianças, após terem sido acusados de ocultar milhões de dólares recebidos por trabalhar para o político ucraniano Viktor Yanukovych e seu partido pró-russo.
As relações de Manafort com o poder começaram em 1970, quando atuou como assessor para o presidente Gerald Ford, e uma década mais tarde atuou como estrategista e assessor de Ronald Reagan na Casa Branca.
No entanto, a partir desse momento Manafort levou sua agenda de contatos para a iniciativa privada, e passou a defender em Washington os interesses de líderes e dirigentes estrangeiros.
Nessa lista de clientes aparecem o ditador filipino Ferdinand Marcos, o somali Mohamed Siad Barre, o guerrilheiro ultra-direitista angolano Jonas Savimbi e, mais recentemente, o presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich.
Foram seus contatos com a Ucrânia que colocaram Manafort no centro das atenções do procurador especial Robert Mueller, que investiga o suposto conluio da campanha de Trump com a Rússia em 2016.
Nesta segunda-feira, Mueller indiciou Manafort por 12 acusações, incluindo "conspiração contra os Estados Unidos", lavagem de dinheiro proveniente da Ucrânia e falso testemunho a agentes do FBI.
A partir de 2014, depois que Yanukovich se asilou na Rússia, Manafort perdeu um cliente importante, e por isso decidiu voltar a atuar na política interna americana, impulsionado por um antigo sócio, o controverso Roger Stone, que depois o convenceu a juntar-se à campanha de Trump.
- Chamado para evitar uma surpresa -Em junho de 2016, Trump havia literalmente pulverizado seus adversários dentro do partido Republicano e se encaminhava a uma espetacular vitória na eleição interna para decidir o candidato presidencial.
Entretanto, o comitê de campanha de Trump percebeu a possibilidade de uma aliança de última hora entre seus adversários na Convenção Nacional do partido, e decidiu reorganizar sua equipe para evitar uma surpresa.
Por isso, tirou Corey Lewandowski (um ex-policial sem qualquer experiência política) do controle da campanha e nomeou Manafort, com a tarefa de garantir que a votação interna do partido Republicano indicasse a candidatura de Trump.
No entanto, os laços com a Ucrânia (e os pagamentos milionários) se tornaram públicos e em agosto Manafort foi literalmente forçado a recuar.
O veterano estrategista conservador renunciou em 19 de agosto e recebeu um elogio de despedida do então candidato presidencial: "Paul é um verdadeiro profissional e o desejo muito sucesso".
Em março deste ano, quando as investigações de Mueller concentraram-se em Manafort, a Casa Branca começou a se distanciar do "verdadeiro profissional".
"Ele desempenhou um papel muito limitado em um tempo muito limitado", disse na época o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
A acusação contra Manafort divulgada nesta segunda-feira não se refere a atividades ilegais do comitê de Trump, e sim a delitos cometidos por Manafort quando era o maior responsável pela campanha eleitoral.
pmh-ahg/yow/cc/mvv
Manafort, de 68 anos, e seu sócio, Rick Gates, de 45, se declararam inocentes a uma corte de Washington, mas foram colocados em prisão domiciliar após o pagamento de respectivas fianças, após terem sido acusados de ocultar milhões de dólares recebidos por trabalhar para o político ucraniano Viktor Yanukovych e seu partido pró-russo.
As relações de Manafort com o poder começaram em 1970, quando atuou como assessor para o presidente Gerald Ford, e uma década mais tarde atuou como estrategista e assessor de Ronald Reagan na Casa Branca.
No entanto, a partir desse momento Manafort levou sua agenda de contatos para a iniciativa privada, e passou a defender em Washington os interesses de líderes e dirigentes estrangeiros.
Nessa lista de clientes aparecem o ditador filipino Ferdinand Marcos, o somali Mohamed Siad Barre, o guerrilheiro ultra-direitista angolano Jonas Savimbi e, mais recentemente, o presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich.
Foram seus contatos com a Ucrânia que colocaram Manafort no centro das atenções do procurador especial Robert Mueller, que investiga o suposto conluio da campanha de Trump com a Rússia em 2016.
Nesta segunda-feira, Mueller indiciou Manafort por 12 acusações, incluindo "conspiração contra os Estados Unidos", lavagem de dinheiro proveniente da Ucrânia e falso testemunho a agentes do FBI.
A partir de 2014, depois que Yanukovich se asilou na Rússia, Manafort perdeu um cliente importante, e por isso decidiu voltar a atuar na política interna americana, impulsionado por um antigo sócio, o controverso Roger Stone, que depois o convenceu a juntar-se à campanha de Trump.
- Chamado para evitar uma surpresa -Em junho de 2016, Trump havia literalmente pulverizado seus adversários dentro do partido Republicano e se encaminhava a uma espetacular vitória na eleição interna para decidir o candidato presidencial.
Entretanto, o comitê de campanha de Trump percebeu a possibilidade de uma aliança de última hora entre seus adversários na Convenção Nacional do partido, e decidiu reorganizar sua equipe para evitar uma surpresa.
Por isso, tirou Corey Lewandowski (um ex-policial sem qualquer experiência política) do controle da campanha e nomeou Manafort, com a tarefa de garantir que a votação interna do partido Republicano indicasse a candidatura de Trump.
No entanto, os laços com a Ucrânia (e os pagamentos milionários) se tornaram públicos e em agosto Manafort foi literalmente forçado a recuar.
O veterano estrategista conservador renunciou em 19 de agosto e recebeu um elogio de despedida do então candidato presidencial: "Paul é um verdadeiro profissional e o desejo muito sucesso".
Em março deste ano, quando as investigações de Mueller concentraram-se em Manafort, a Casa Branca começou a se distanciar do "verdadeiro profissional".
"Ele desempenhou um papel muito limitado em um tempo muito limitado", disse na época o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
A acusação contra Manafort divulgada nesta segunda-feira não se refere a atividades ilegais do comitê de Trump, e sim a delitos cometidos por Manafort quando era o maior responsável pela campanha eleitoral.
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