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Ciclista que mostrou o dedo médio a comboio que levava Donald Trump é demitida

Brendan Smialowski/AFP
Imagem: Brendan Smialowski/AFP

Em Washington

06/11/2017 18h08

Juli Briskman não pensou duas vezes quando mostrou o dedo médio ao presidente americano, Donald Trump, durante a passagem de seu comboio enquanto ela pedalava em uma rodovia perto de seu clube de golfe.

"Ele estava passando e meu sangue começou a ferver", disse ao HuffPost essa democrata de 50 anos, mãe de dois filhos. "Eu estava pensando 'ele está no maldito campo de golfe novamente'".

Mas o gesto obsceno, capturado em 28 de outubro pelo fotógrafo da AFP na Casa Branca Brendan Smialowski, que estava acompanhando o comboio de Trump, rapidamente se tornou viral. E agora custou o emprego desta mãe solteira.

O presidente estava a caminho do Trump National Golf Club, às margens do Rio Potomac, a cerca de 40 quilômetros a noroeste da Casa Branca.

Briskman mora nos arredores e havia saído para andar de bicicleta no sábado quando o comboio começou a passar.

Smialowski, veterano de comboios da Casa Branca, disse que sempre está com a câmera pronta para disparar.

"Você nunca sabe o que vai ver. Você nunca sabe o que vai acontecer", contou. Gestos vindos de espectadores, como polegares para cima ou dedos médios, são comuns.

Nesse caso, afirmou, Briskman "parecia saber exatamente quem estava dentro daqueles veículos".

Depois que o comboio a ultrapassou, ela os alcançou quando os carros pararam no sinal vermelho.

"O que tornou essa ciclista única foi a sua tenacidade. Uma vez que o comboio a ultrapassou, ela conseguiu se recuperar e mostrar seus sentimentos novamente", declarou.

A foto apenas mostra Briskman de costas, sem identificação, com seu braço para cima e o dedo médio levantado.

Mas não demorou muito até que ela percebesse que era a pessoa na foto que logo rodou a televisão e a Internet. Orgulhosamente ela colocou como sua foto de perfil no Facebook e no Twitter.

Não se sabe se Trump viu o gesto, mas o fato é que ele não agradou os chefes de Briskman na empresa Akima LLC, que trabalha para o governo e militares americanos.

Três dias depois disseram a Briskman, que trabalha com marketing, que ela tinha que ir embora.

"Eles disseram: 'nos desvinculamos de você'", contou Briskman ao HuffPost.

"Basicamente você não pode ter coisas 'indecentes' ou 'obscenas' nas suas redes sociais. Então eles estavam chamando aquela porcaria de 'obscena'".

Briskman e Akima não responderam a contatos para comentários nesta segunda-feira de manhã, mas a fotografia continuava nas redes sociais da mulher.