Igreja nega funeral público para chefão da máfia Toto Riina
A Igreja Católica italiana se negou a celebrar um funeral público para um dos mais temidos e violentos chefões da máfia siciliana, Toto Riina, que morreu nesta sexta-feira (17) aos 87 anos.
"Está descartada a possibilidade de um funeral público", declarou o porta-voz da Conferência Episcopal Italiana, monsenhor Ivan Maffeis.
A decisão foi baseada em uma diretriz do papa Francisco, que excomungou em junho de 2014 todos os membros da 'Ndrangheta, a poderosa máfia calabresa, durante uma visita a esta região do sul da Itália.
"Se a família desejar, um religioso pode acompanhar, porque isto não se nega a ninguém", disse Maffeis.
Para o bispo, um funeral público provocaria "confusão" entre os católicos.
O Vaticano estuda desde junho uma medida para excomungar todos os mafiosos e corruptos, independente do país de origem.
Até o momento, os mafiosos não são excomungados 'latae sententiae', ou seja, automaticamente, pelas ofensas cometidas. Mas não têm acesso aos sacramentos por seu "estado e condição de vida", de acordo com a doutrina.
As relações entre a Igreja e o crime organizado já foram muito ambíguas: procissões para mafiosos, vínculos ou tentativas de influenciar alguns prelados, desvio de recursos de instituições e obras de caridade, compra de imóveis do Vaticano...
Bispos locais também excomungaram mafiosos sicilianos ou da Campania - a região de Nápoles -, mas a Igreja ainda não tem um documento jurídico de valor universal.
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