Países da UE e da ex-URSS buscam estreitar laços diante de Rússia 'hostil'
Bruxelas, 24 Nov 2017 (AFP) - Os líderes da União Europeia (UE) e de seis ex-países soviéticos se comprometeram a aprofundar suas relações, durante cúpula realizada em Bruxelas nesta sexta-feira (24), ao término da qual o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, condenou a "agressão russa" na Ucrânia.
"A morte de cinco militares ucranianos ontem é apenas a última prova da trágica consequência da agressão russa na Ucrânia", disse Tusk, no momento em que os europeus se preocupam com atividades de desestabilização russas na UE.
Depois da anexação da Crimeia por parte de Moscou em março de 2014, a Ucrânia é palco, desde abril deste ano, de um conflito que deixou mais de 10 mil mortos e coloca em lados opostos o governo e os separatistas pró-russos apoiados - segundo Kiev e os ocidentais - pela Rússia.
Embora Tusk tenha lembrado na quinta-feira (23) que "a UE nunca reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia", os europeus preferiram ressaltar nessa cúpula as 20 "vantagens concretas para os cidadãos" que se comprometerem dar seu apoio.
A Ucrânia quer, no entanto, uma promessa clara de que o bloco europeu permitirá sua adesão um dia, com o presidente Petro Poroshenko advertindo para as consequências de se fechar as portas aos novos membros diante da Rússia de Vladimir Putin.
"A UE nunca reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia", reiterou Tusk, para quem os "conflitos congelados e armados continuam impedindo o desenvolvimento e gerando sofrimento" nos países da antiga esfera soviética, com os quais a UE quer aumentar sua cooperação.
- Uma 'estrela' a seguir -A Ucrânia faz parte dos países da chamada Associação Oriental, que participaram dessa cúpula em que a UE se concentrou em 20 compromissos de cooperação econômica, mobilidade de estudantes e desenvolvimento de redes energéticas, entre outros, com Kiev, Geórgia, Moldávia, Armênia, Azerbaijão e Belarus.
Apesar dos apelos de Ucrânia e Moldávia para que a UE fizesse um gesto para seus cidadãos, os europeus não querem ouvir falar de novas adesões ao bloco em curto prazo.
"Não é o momento adequado", avaliou o presidente luxemburguês, Xavier Bettel, pedindo que, primeiro, resolvam-se temas como o Brexit.
Já os países mais orientais da UE quiseram enviar um sinal mais positivo.
"É claro" que a Ucrânia poderá se unir à UE "quando estiverem prontos, mas isso será dentro de muito tempo", garantiu a presidente lituana, Dalia Grybauskaite, cujo país, assim como Estônia e Letônia, faziam parte da antiga URSS.
O primeiro-ministro da Moldávia, Pavel Filip, cujo governo pró-europeu enfrenta uma eleição no ano que vem, pediu que Bruxelas lhes mostre a "estrela" a seguir. Moldávia e Ucrânia temem que, sem um sinal claro, seus povos possam virar as costas para a UE e seguir o caminho de Moscou - como fez Belarus.
Na memória, está a dramática reviravolta da cúpula da Associação Oriental em 2013, quando o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch, recusou-se, no último minuto, a assinar um Acordo de Associação com a UE para se voltar para Moscou. A decisão deflagrou uma onda de manifestações pró-UE prévias à anexação da Crimeia e ao conflito no leste.
- 'Fogo cruzado' -Embora os europeus quisessem concentrar a cúpula nos aspectos positivos da cooperação, a Rússia de Vladimir Putin pairou na reunião com a primeira-ministra britânica, Theresa May. No encontro, a premiê advertiu contra "as ações de Estados hostis como a Rússia", que "tentam destruir nossa força coletiva".
As preocupações são crescentes na Europa com as campanhas de desinformação e os ciberataques procedentes da Rússia para desestabilizar o bloco politicamente, como no caso da Catalunha, segundo Madri, e atrair os antigos Estados soviéticos.
Este tom mais forte não aparece, porém, na declaração, símbolo da dificuldade para alcançar consensos nos pontos mais sensíveis nessa Associação Oriental, a qual, segundo Tusk, "não se dirige contra a Rússia".
"Não é um concurso de beleza geopolítica entre Rússia e UE", acrescentou.
"Somos contra essas confrontações. Belarus se encontra em um fogo cruzado, com Rússia de um lado, e a UE do outro. Infelizmente, são rivais e gostaríamos de nos afastar dessa retórica de confrontação", frisou o chanceler bielo-russo, Vladimir Makel.
pdw-tjc/ra/cc/tt
"A morte de cinco militares ucranianos ontem é apenas a última prova da trágica consequência da agressão russa na Ucrânia", disse Tusk, no momento em que os europeus se preocupam com atividades de desestabilização russas na UE.
Depois da anexação da Crimeia por parte de Moscou em março de 2014, a Ucrânia é palco, desde abril deste ano, de um conflito que deixou mais de 10 mil mortos e coloca em lados opostos o governo e os separatistas pró-russos apoiados - segundo Kiev e os ocidentais - pela Rússia.
Embora Tusk tenha lembrado na quinta-feira (23) que "a UE nunca reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia", os europeus preferiram ressaltar nessa cúpula as 20 "vantagens concretas para os cidadãos" que se comprometerem dar seu apoio.
A Ucrânia quer, no entanto, uma promessa clara de que o bloco europeu permitirá sua adesão um dia, com o presidente Petro Poroshenko advertindo para as consequências de se fechar as portas aos novos membros diante da Rússia de Vladimir Putin.
"A UE nunca reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia", reiterou Tusk, para quem os "conflitos congelados e armados continuam impedindo o desenvolvimento e gerando sofrimento" nos países da antiga esfera soviética, com os quais a UE quer aumentar sua cooperação.
- Uma 'estrela' a seguir -A Ucrânia faz parte dos países da chamada Associação Oriental, que participaram dessa cúpula em que a UE se concentrou em 20 compromissos de cooperação econômica, mobilidade de estudantes e desenvolvimento de redes energéticas, entre outros, com Kiev, Geórgia, Moldávia, Armênia, Azerbaijão e Belarus.
Apesar dos apelos de Ucrânia e Moldávia para que a UE fizesse um gesto para seus cidadãos, os europeus não querem ouvir falar de novas adesões ao bloco em curto prazo.
"Não é o momento adequado", avaliou o presidente luxemburguês, Xavier Bettel, pedindo que, primeiro, resolvam-se temas como o Brexit.
Já os países mais orientais da UE quiseram enviar um sinal mais positivo.
"É claro" que a Ucrânia poderá se unir à UE "quando estiverem prontos, mas isso será dentro de muito tempo", garantiu a presidente lituana, Dalia Grybauskaite, cujo país, assim como Estônia e Letônia, faziam parte da antiga URSS.
O primeiro-ministro da Moldávia, Pavel Filip, cujo governo pró-europeu enfrenta uma eleição no ano que vem, pediu que Bruxelas lhes mostre a "estrela" a seguir. Moldávia e Ucrânia temem que, sem um sinal claro, seus povos possam virar as costas para a UE e seguir o caminho de Moscou - como fez Belarus.
Na memória, está a dramática reviravolta da cúpula da Associação Oriental em 2013, quando o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch, recusou-se, no último minuto, a assinar um Acordo de Associação com a UE para se voltar para Moscou. A decisão deflagrou uma onda de manifestações pró-UE prévias à anexação da Crimeia e ao conflito no leste.
- 'Fogo cruzado' -Embora os europeus quisessem concentrar a cúpula nos aspectos positivos da cooperação, a Rússia de Vladimir Putin pairou na reunião com a primeira-ministra britânica, Theresa May. No encontro, a premiê advertiu contra "as ações de Estados hostis como a Rússia", que "tentam destruir nossa força coletiva".
As preocupações são crescentes na Europa com as campanhas de desinformação e os ciberataques procedentes da Rússia para desestabilizar o bloco politicamente, como no caso da Catalunha, segundo Madri, e atrair os antigos Estados soviéticos.
Este tom mais forte não aparece, porém, na declaração, símbolo da dificuldade para alcançar consensos nos pontos mais sensíveis nessa Associação Oriental, a qual, segundo Tusk, "não se dirige contra a Rússia".
"Não é um concurso de beleza geopolítica entre Rússia e UE", acrescentou.
"Somos contra essas confrontações. Belarus se encontra em um fogo cruzado, com Rússia de um lado, e a UE do outro. Infelizmente, são rivais e gostaríamos de nos afastar dessa retórica de confrontação", frisou o chanceler bielo-russo, Vladimir Makel.
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