Papa conclui giro pela Ásia dominado por crise dos rohingyas
Daca, Bangladesh, 2 dez 2017 (AFP) - O Papa se reuniu neste sábado, em Daca, com missionárias da congregação da Madre Teresa e com jovens, antes de retornar a Roma, depois de uma viagem de seis dias a Mianmar e Bangladesh que teve a crise humanitária dos rohingyas como pano de fundo.
No último dia de sua viagem, o sumo pontífice visitou um hospital das Missioneiras da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, onde foi recebido por centenas de religiosas.
À tarde, o Papa argentino se reuniu com religiosos e jovens de Bangladesh.
O avião transportando o chefe da Igreja Católica decolou da capital bengalesa às 17h09 locais, segundo um jornalista a bordo.
Em Mianmar e Bangladesh, o Papa argentino se dirigiu principalmente às minorias católicas locais, e celebrou duas missas campais que reuniram multidões em Yangun e Daca.
A viagem papal foi marcada pela crise humanitária envolvendo a minoria muçulmana rohingya, uma das mais graves do começo do século XXI, um tema que o pontífice argentino denunciou reiteradamente no Vaticano.
Uma maré humana de mais de 620 mil rohingyas de Mianmar chegou nestes últimos três meses a Bangladesh fugindo da violência imposta pelo Exército birmanês, ação que a ONU considera uma limpeza étnica.
Esta população se aloja em acampamentos precários, grandes como cidades, onde a sobrevivência depende da distribuição de ajuda alimentar.
Embora não tenha visitado a região dos acampamentos, no sul de Bangladesh, Francisco se reuniu com um grupo de refugiados em Daca.
Após o encontro, o pontífice pediu publicamente aos rohingyas "perdão" por seu sofrimento "ante a indiferença do mundo". "É a primeira vez que um grande líder mundial nos escuta", disse o professor rohingya Mohamad Zubair, 29.
"Estou emocionada. Estou certa de que ajudará a resolver a crise dos rohingyas. É um santo", disse à AFP a estudante bengalesa Stella Perera, 18.
- 'Pontes' diplomáticas -Estas palavras do Papa sobre os refugiados contrastam com a cautela diplomática que ele manteve sobre a questão na etapa de Mianmar, entre segunda e quinta-feira. Nestes dias, Francisco evitou pronunciar a palavra "rohingya", tabu em Mianmar, que poderia ter causado polêmica entre a opinião pública.
A viagem de quatro dias por Mianmar gerou grande expectativa na imprensa, principalmente porque o tema dos refugiados é uma das questões-chave do pontificado de Jorge Bergoglio, filho de imigrantes italianos.
A 21ª viagem de seu pontificado mostrou que Francisco não dispões da mesma liberdade de expressão quando se trata de abordar temas delicados em outros países.
A diplomacia do Vaticano consiste em "criar pontes", defendeu o porta-voz do Papa em Mianmar, que, em maio, tornou-se o país de número 183 a estabelecer relações diplomáticas com a Santa Sé.
O compromisso do Papa com os rohingyas permite chamar a atenção da opinião pública mundial para esta tragédia, "mas, infelizmente, cumpre pouco de concreto para solucionar as grandes questões do futuro", estimou a analista do Council on Foreign Relations Alyssa Ayres.
cm-amd/ces/es/pa/lb
No último dia de sua viagem, o sumo pontífice visitou um hospital das Missioneiras da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, onde foi recebido por centenas de religiosas.
À tarde, o Papa argentino se reuniu com religiosos e jovens de Bangladesh.
O avião transportando o chefe da Igreja Católica decolou da capital bengalesa às 17h09 locais, segundo um jornalista a bordo.
Em Mianmar e Bangladesh, o Papa argentino se dirigiu principalmente às minorias católicas locais, e celebrou duas missas campais que reuniram multidões em Yangun e Daca.
A viagem papal foi marcada pela crise humanitária envolvendo a minoria muçulmana rohingya, uma das mais graves do começo do século XXI, um tema que o pontífice argentino denunciou reiteradamente no Vaticano.
Uma maré humana de mais de 620 mil rohingyas de Mianmar chegou nestes últimos três meses a Bangladesh fugindo da violência imposta pelo Exército birmanês, ação que a ONU considera uma limpeza étnica.
Esta população se aloja em acampamentos precários, grandes como cidades, onde a sobrevivência depende da distribuição de ajuda alimentar.
Embora não tenha visitado a região dos acampamentos, no sul de Bangladesh, Francisco se reuniu com um grupo de refugiados em Daca.
Após o encontro, o pontífice pediu publicamente aos rohingyas "perdão" por seu sofrimento "ante a indiferença do mundo". "É a primeira vez que um grande líder mundial nos escuta", disse o professor rohingya Mohamad Zubair, 29.
"Estou emocionada. Estou certa de que ajudará a resolver a crise dos rohingyas. É um santo", disse à AFP a estudante bengalesa Stella Perera, 18.
- 'Pontes' diplomáticas -Estas palavras do Papa sobre os refugiados contrastam com a cautela diplomática que ele manteve sobre a questão na etapa de Mianmar, entre segunda e quinta-feira. Nestes dias, Francisco evitou pronunciar a palavra "rohingya", tabu em Mianmar, que poderia ter causado polêmica entre a opinião pública.
A viagem de quatro dias por Mianmar gerou grande expectativa na imprensa, principalmente porque o tema dos refugiados é uma das questões-chave do pontificado de Jorge Bergoglio, filho de imigrantes italianos.
A 21ª viagem de seu pontificado mostrou que Francisco não dispões da mesma liberdade de expressão quando se trata de abordar temas delicados em outros países.
A diplomacia do Vaticano consiste em "criar pontes", defendeu o porta-voz do Papa em Mianmar, que, em maio, tornou-se o país de número 183 a estabelecer relações diplomáticas com a Santa Sé.
O compromisso do Papa com os rohingyas permite chamar a atenção da opinião pública mundial para esta tragédia, "mas, infelizmente, cumpre pouco de concreto para solucionar as grandes questões do futuro", estimou a analista do Council on Foreign Relations Alyssa Ayres.
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