Incêndios na Califórnia enfrentam fase crítica por fortes ventos
Os incêndios que atingem a Califórnia estavam longe de serem controlados nesta quinta-feira (7), atiçados pelos fortes ventos, enquanto milhares de pessoas deixavam suas casas levando seus itens de maior valor.
Os bombeiros advertem para "condições extremas" devido aos ventos de Santa Ana, cuja escala é medida por cores e que pela primeira vez se encontra no roxo, o nível máximo: quase 130 km/h.
"Com os ventos previstos e as condições de seca, é vital estar pronto para escapar!" - advertiu o Corpo de Bombeiros da Califórnia (CalFire) no Twitter.
Novos incêndios, nos condados californianos de San Diego e Riverside, na costa oeste dos Estados Unidos, se expandiam rapidamente, enquanto um pequeno foco em Malibu, nas imediações de Los Angeles, foi neutralizado.
O incêndio de San Diego, chamado de Lilac Fire, destruiu em poucas horas mais de 1.200 hectares, deixando dois feridos e 20 prédios danificados, e permanece fora de controle. As autoridades ordenaram evacuações e fechamento de estradas.
O governador da Califórnia, Jerry Brown, declarou o estado de emergência na zona.
Em Riverside, o incêndio Liberty avança em uma área de 121 hectares e está controlado em 10%. Também há ordem para evacuação.
Um vizinho de Murrieta, cidade mais afetada da zona, disse que escutou a explosão de tanques de propano quando as chamas atingiram casas nesta área rural desértica da Califórnia.
O maior incêndio desta temporada é Thomas, no condado de Ventura, que já destruiu mais de 46 mil hectares e foi contido apenas em 5%, segundo o CalFire, que mobiliza 2.500 homens, apoiados por 12 helicópteros e 471 caminhões.
Thomas se estende por 16 km, entre Santa Paula e o oceano Pacífico, e já provocou a evacuação de 80 mil pessoas.
Um corpo sem vida foi encontrado na área do desastre. Masi de 400 imóveis foram reduzidos a cinzas.
O vento é o principal combustível desses incêndios, que obrigaram na quarta-feira a realização da evacuação do bairro nobre de Bel-Air, onde vivem bilionários como a estrela do pop Beyoncé, o empresário Elon Musk e o magnata Rupert Murdoch.
Também é o lar de Joni Shire, uma das 150 mil pessoas evacuadas na metrópole de Los Angeles. Antes da tarde de quarta-feira, saía de sua casa com seu marido Sheldon para passar a noite na casa de seu filho e netos.
"Documentos, obras de arte, cartas de nossos netos, fotos do nosso casamento, joias, passaportes, senhas...", listou esta mulher sobre o que levavam. "É difícil escolher, de repente tudo ganha grande valor".
Dois incêndios foram registrados em Los Angeles, na beira da autoestrada 405, a mais transitada do país com 400 mil veículos por dia. Os automóveis eram banhados por uma chuva de cinzas e o fogo iluminava o horizonte.
"As condições são as piores em 20 anos devido à baixa umidade e ao vento", explicou o capitão Anthony Valdez, enquanto galhos queimados caíam das árvores.
Perto das áreas atingidas está o museu Getty, que fechou suas portas ao público e protege sua incalculável coleção - que contém "A primavera" de Edouard Manet - graças a um sistema de filtração no ar-condicionado.
Durante a madrugada de quarta-feira, os fortes ventos empurraram os incêndios para Santa Bárbara e Ojai, agora a cidade mais ameaçada, forçando novas evacuações e o fechamento da importante estrada 101 por vários quilômetros, indicaram meios locais.
"Definitivamente (os ventos) vão se mover", disse o xerife do condado de Ventura, Garo Kuredjian. "É um padrão de vento estranho", assegurou, citado pelo jornal Los Angeles Times.
O governador da Califórnia, Jerry Brown, declarou estado de emergência em Ventura. Conta com apoio federal e de bombeiros de outros condados.
O ano de 2017 tem sido o mais letal pelos incêndios florestais: mais de 40 pessoas morreram em mais de uma dezena de incêndios que devastaram uma zona de vinhedos na Califórnia em outubro.
Em 1961, um incêndio devastou 500 casas de Bel-Air, obrigando a uma revisão do código de incêndios.
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