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Laurent Wauquiez é eleito novo líder da direita francesa

Aos 42 anos, o ex-ministro Laurent Wauquiez foi eleito presidente do partido tradicional LR - Robert Pratta/Reuters
Aos 42 anos, o ex-ministro Laurent Wauquiez foi eleito presidente do partido tradicional LR Imagem: Robert Pratta/Reuters

Em Paris

10/12/2017 19h51

O partido da tradicional centro-direita francesa, LR (Les Républicans), parecia se mover, neste domingo (10), para posições mais radicais, depois de eleger o jovem Laurent Wauquiez como seu novo líder.

Embora estivessem previstos dois turnos para eleger um dos três candidatos em disputa, o ex-ministro de 42 anos conseguiu a vitória já após a primeira votação para suceder a Nicolas Sarzoky, último presidente do partido.

Laurent Wauquiez pulverizou os concorrentes com 74,64% dos votos dos militantes, contra 16,11% para Florence Portelli, e 9,25%, para Maël de Calan.

Essa consulta acontece em um momento de plena recomposição da cena política francesa, desde a surpreendente irrupção de Emmanuel Macron, de 39 anos. O novato chegou à Presidência com um movimento criado por ele - A República em Marcha - e desestabilizou por completo os grandes partidos de direita e de esquerda. Há décadas, ambos os lados do espectro político se revezavam no poder.

"Esta noite, é o início de uma nova era para a direita", declarou Laurent Wauquiez, que pretende ser o defensor da classe média e crítico do "desperdício do dinheiro público".

Apreciado pelos militantes do LR por seu claro posicionamento à direita, seus adversários o criticam por "ir atrás" da Frente Nacional (FN), partido da extrema direita histórica na França. E, neste momento, até mesmo a FN se encontra em processo de reformulação.

Agora à noite, o ex-ministro garantiu que, com ele, a direita está "de volta". Ninguém duvida de sua ambição para ser o candidato da direita na próxima eleição, em 2022.

Homem brilhante, com vários diplomas, Wauquiez foi eleito deputado com apenas 29 anos em 2004 e foi várias vezes ministro.

Entre suas prioridades, citou "o trabalho, a liberdade, a comunicação, o respeito, a autoridade e o amor pela França", denunciando a "falta de firmeza diante do integrismo islamita" de Emmanuel Macron.