Estados Unidos expressam hostilidade à OMC
Buenos Aires, 12 dez 2017 (AFP) - Os Estados Unidos expressaram, nesta segunda-feira (11), sua hostilidade frente à Organização Mundial de Comércio (OMC) por considerar que ela se afastou de suas finalidades e que deve repensar as vantagens de países que são tratados como se fossem nações em desenvolvimento.
O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lightlizer, foi um dos primeiros a falar na conferência ministerial da OMC, iniciada neste domingo em um contexto crítico em torno do governo do presidente americana Donald Trump.
Lightlizer afirmou, em Buenos Aires, que a OMC está mais preocupada em resolver litígios comerciais que em estimular negociações.
"Nos preocupa que a OMC esteja perdendo seu enfoque principal e se tornando uma organização focada em disputas", afirmou Lighthizer, ante a conferência ministerial.
Os Estados Unidos estão no centro das preocupações da OMC pela hostilidade do presidente Donald Trump aos acordos de livre-comércio e sua oposição ao sistema da organização para a resolução de conflitos comerciais.
De fato, o organismo encarregado de resolver litígios - que vão desde controvérsias agrícolas e tarifárias a guerras entre gigantes empresariais, como a da Boeing contra a Airbus - está atolado.
"A OMC é boa, mas existem desafios sérios", destacou Lightlizer, chefe da delegação americana na reunião, que congrega os 164 países associados à organização responsável por orientar o comércio mundial.
"A OMC está perdendo sua essência", resumiu. "Não podemos sustentar uma situação na qual as novas regras só se aplicam a poucos".
Lightlizer se queixou de que alguns países se beneficiam de medidas comerciais concebidas para nações menos desenvolvidas. Sem citar nomes, o americano aludiu a nações como China e Índia.
"Precisamos esclarecer nossa definição de desenvolvimento na OMC", afirmou.
A China, sempre acusada de práticas comerciais desleais e alvo de Trump, defendeu o multilateralismo. O ministro de Comércio chinês, Zhong Shan, reivindicou a OMC como incentivadora do comércio mundial.
"Não acreditamos que outra instituição possa fomentar o comércio como a OMC", afirmou. "De modo que devemos avançar com a globalização para construir um mundo mais aberto, mais inclusivo", acrescentou.
A comissária de Comércio da União Europeia (UE), Cecilia Malmström, também reivindicou o multilateralismo.
"Para a UE está claro: preservar e fortalecer as regras baseadas no sistema multilateral de comércio", afirmou Malmström, que se mostrou cética sobre os resultados da reunião de Buenos Aires.
"Esperamos conseguir alguns resultados concretos, mas o risco de fracasso é real", afirmou.
A organização está praticamente estagnada em sua missão de liberar o comércio mundial, traçada na rodada de negociações iniciada em Doha, em 2001, ainda não concluída.
- Azevêdo pede compromisso -O diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, disse que vai pedir a Lighthizer um "compromisso político, vontade política e flexibilidade".
"Sem flexibilidade, não iremos a parte alguma", disse em uma entrevista coletiva.
Os representantes dos países expressam na tribuna da conferência suas reivindicações comerciais.
Por exemplo, o representante de Mali defendeu sua produção de algodão. Já o de Lesoto disse que o essencial para seu governo é investir em obras de infraestrutura para, assim, facilitar suas exportações de produtos têxteis aos Estados Unidos e de trutas ao Japão.
Nos bastidores, se discutem projetos de resolução e são feitas negociações - entre elas, a de um acordo para punir subsídios à pesca ilegal que destrói economias e ecossistemas.
É esperado um acordo sobre esse assunto em Buenos Aires, bem como outros relacionados, por exemplo, a uma redução das subvenções à atividade agrária.
Os países latinos defenderam o multilateralismo e a redução do protecionismo em uma declaração de respaldo à OMC emitida no domingo.
O presidente argentino, Mauricio Macri, fez uma defesa tenaz da OMC.
"Os problemas da OMC se resolvem com mais OMC. Não com menos OMC", disse no domingo.
O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lightlizer, foi um dos primeiros a falar na conferência ministerial da OMC, iniciada neste domingo em um contexto crítico em torno do governo do presidente americana Donald Trump.
Lightlizer afirmou, em Buenos Aires, que a OMC está mais preocupada em resolver litígios comerciais que em estimular negociações.
"Nos preocupa que a OMC esteja perdendo seu enfoque principal e se tornando uma organização focada em disputas", afirmou Lighthizer, ante a conferência ministerial.
Os Estados Unidos estão no centro das preocupações da OMC pela hostilidade do presidente Donald Trump aos acordos de livre-comércio e sua oposição ao sistema da organização para a resolução de conflitos comerciais.
De fato, o organismo encarregado de resolver litígios - que vão desde controvérsias agrícolas e tarifárias a guerras entre gigantes empresariais, como a da Boeing contra a Airbus - está atolado.
"A OMC é boa, mas existem desafios sérios", destacou Lightlizer, chefe da delegação americana na reunião, que congrega os 164 países associados à organização responsável por orientar o comércio mundial.
"A OMC está perdendo sua essência", resumiu. "Não podemos sustentar uma situação na qual as novas regras só se aplicam a poucos".
Lightlizer se queixou de que alguns países se beneficiam de medidas comerciais concebidas para nações menos desenvolvidas. Sem citar nomes, o americano aludiu a nações como China e Índia.
"Precisamos esclarecer nossa definição de desenvolvimento na OMC", afirmou.
A China, sempre acusada de práticas comerciais desleais e alvo de Trump, defendeu o multilateralismo. O ministro de Comércio chinês, Zhong Shan, reivindicou a OMC como incentivadora do comércio mundial.
"Não acreditamos que outra instituição possa fomentar o comércio como a OMC", afirmou. "De modo que devemos avançar com a globalização para construir um mundo mais aberto, mais inclusivo", acrescentou.
A comissária de Comércio da União Europeia (UE), Cecilia Malmström, também reivindicou o multilateralismo.
"Para a UE está claro: preservar e fortalecer as regras baseadas no sistema multilateral de comércio", afirmou Malmström, que se mostrou cética sobre os resultados da reunião de Buenos Aires.
"Esperamos conseguir alguns resultados concretos, mas o risco de fracasso é real", afirmou.
A organização está praticamente estagnada em sua missão de liberar o comércio mundial, traçada na rodada de negociações iniciada em Doha, em 2001, ainda não concluída.
- Azevêdo pede compromisso -O diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, disse que vai pedir a Lighthizer um "compromisso político, vontade política e flexibilidade".
"Sem flexibilidade, não iremos a parte alguma", disse em uma entrevista coletiva.
Os representantes dos países expressam na tribuna da conferência suas reivindicações comerciais.
Por exemplo, o representante de Mali defendeu sua produção de algodão. Já o de Lesoto disse que o essencial para seu governo é investir em obras de infraestrutura para, assim, facilitar suas exportações de produtos têxteis aos Estados Unidos e de trutas ao Japão.
Nos bastidores, se discutem projetos de resolução e são feitas negociações - entre elas, a de um acordo para punir subsídios à pesca ilegal que destrói economias e ecossistemas.
É esperado um acordo sobre esse assunto em Buenos Aires, bem como outros relacionados, por exemplo, a uma redução das subvenções à atividade agrária.
Os países latinos defenderam o multilateralismo e a redução do protecionismo em uma declaração de respaldo à OMC emitida no domingo.
O presidente argentino, Mauricio Macri, fez uma defesa tenaz da OMC.
"Os problemas da OMC se resolvem com mais OMC. Não com menos OMC", disse no domingo.
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