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Opositor venezuelano defende no Vaticano garantias para eleições em 2018

11/12/2017 18h45

Caracas, 11 dez 2017 (AFP) - O presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, insistiu que o governo se comprometa a garantir eleições presidenciais limpas em 2018, durante uma reunião nesta segunda-feira (11), em Roma, com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin.

Borges "explicou a importância que tem para Venezuela (...) a obtenção de condições eleitorais que tornem viáveis eleições presidenciais justas, sem presos políticos e inelegíveis", informou em um comunicado o Primeiro Justiça, partido de Borges.

Segundo o deputado, essa é uma das principais exigências da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) nas negociações empreendidas com o governo de Nicolás Maduro em 1º de dezembro na República Dominicana.

As partes se reencontrarão na próxima sexta-feira.

A reunião entre Borges e Parolin acontece um dia depois de Maduro, que pretende tentar a reeleição, ter tido uma conquista esmagadora nas urnas das eleições municipais e ter ameaçado tornar inelegíveis os principais partidos opositores por não participarem, alegando falta de garantias.

Entre esses partidos estão o Primeiro Justiça, de Henrique Capriles, o Vontade Popular, de Leopoldo López (em prisão domiciliar) e o Ação Democrática, do deputado Henry Ramos Allup.

De acordo com Maduro, a Assembleia Constituinte que rege o país com plenos poderes avalia que esses movimentos sejam excluídos das presidenciais, embora seu titular, Decly Rodríguez, não tenha confirmado.

Borges, líder do Legislativo de maioria opositora, também denunciou ante Parolin a intenção do mandatário de "vincular o voto à necessidade de comida as pessoas têm".

Segundo a oposição, para isso o governo exigiu neste domingo aos beneficiários de seu programa de venda de alimentos subsidiados comparecer às urnas com o "carnê da pátria", documento de leitura eletrônica que os acredita como receptores de ajudas sociais.

Os venezuelanos padecem uma severa escassez de alimentos e medicamentos pela queda das receitas e da produção de petróleo, assim como uma espiral inflacionária que faz que os preços subam diariamente.