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Otan prolonga mandato de seu secretário-geral até 2020

12/12/2017 15h39

Bruxelas, 12 dez 2017 (AFP) - Os países-membros da Otan decidiram nesta terça-feira (12) prorrogar até 2020 o mandato de seu secretário-geral, Jens Stoltenberg, assegurando a ele sua plena confiança em um período de tensões com a Rússia de Vladimir Putin, segundo um comunicado oficial.

"Os aliados têm plena confiança em sua capacidade para continuar com a tarefa que realiza com determinação a fim de fazer avançar a adaptação da Otan ante os desafios de segurança do século XXI", assinala o comunicado da Otan.

Stoltenberg respondeu no Twitter, afirmando sentir-se "honrado e grato". Ele explicou que está "ansioso em continuar trabalhando juntos para fortalecer a Aliança e manter nossos cidadãos seguros".

O ex-primeiro-ministro norueguês de 58 anos foi nomeado secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em outubro de 2014.

Seus primeiros três anos no cargo foram marcados por uma grande transformação da organização frente à Rússia, considerada uma potência hostil desde o início da crise ucraniana em 2014.

Agora, terá como tarefa principal preparar a próxima cúpula da primeira aliança militar no mundo, em julho de 2018, em Bruxelas, onde, entre outras questões, a crise nuclear norte-coreana será discutida.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, parabenizou Stoltenberg, a quem descreveu como um "verdadeiro campeão" da Otan.

"Ele tem assegurado que a Otan permaneça forte, mas não imóvel, respondendo à agressão russa no leste europeu e reformando-a para enfrentar as ameaças em curso, como ataques cibernéticos e guerra híbrida", afirmou May em um comunicado.

Os 29 membros aprovaram recentemente o uso de táticas de ciberguerra nas operações da Otan, que desde 2017 consideraram o ciberespaço como um "domínio operacional".

Eles também decidiram reformar a estrutura de comando, um centro de supervisão que já existia na época da Guerra Fria, quando a organização tinha 2.200 homens, em comparação com os atuais 6.800.

Os membros da Otan também querem implementar um "comando de retaguarda" que favoreça a rápida implantação de tropas na Europa, hoje impossível devido a problemas logísticos.

No entanto, os 29 membros, sob a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não discutirão até fevereiro as questões mais espinhosas, como o aumento das tropas, do orçamento, ou os locais de implantação das forças da Otan.

A organização também precisa responder à exigência dos Estados Unidos por reforços para uma missão no Afeganistão que apoie sua "nova estratégia" nesse país.

Após 16 anos de conflito e apesar de centenas de milhões de dólares de ajuda internacional, os talibãs, que controlam 40% do território afegão, multiplicaram recentemente seus ataques, inclusive em Cabul, a capital.

"Resolute Support", a missão de assessoria e assistência da Otan ao Exército afegão, que agora tem 13 mil soldados, deve contar com cerca de 16 mil no próximo ano, segundo apontou Stoltenberg recentemente.

Os Estados Unidos devem contribuir com 2.800 soldados a mais e os aliados e seus parceiros com outros 700.