Honduras: Nasralla aceita dialogar mas para marcar nova eleição
Washington, 20 dez 2017 (AFP) - Salvador Nasralla, perdedor nas polêmicas eleições em Honduras, aceitou nesta terça-feira o convite ao diálogo do presidente reeleito Juan Orlando Hernández, mas para marcar uma nova votação depois do que considerou uma "grosseira fraude eleitoral".
"Sim, eu quero participar no diálogo para que ele entenda que com quatro anos com ele governando e todo o povo contra há ingovernabilidade", disse à AFP durante uma visita a Washington.
Hernández convocou a oposição a um diálogo para alcançar um "acordo nacional" orientado a construir "uma nova Honduras", depois de ser declarado ganhador nas eleições presidenciais de 26 de novembro.
Este resultado é questionado por Nasralla, que convocou seus apoiadores a protestar nas ruas.
A violencia pós-eleitoral já deixou 14 mortos, segundo a Anistia Internacional, enquanto as autoridades confirmam apenas três óbitos. Nasralla afirma que há 24 mortes, que atribui à "polícia militar criada pelo presidente Hernández".
"O país está metido em uma convulsão porque se chegou a um extremo de pobreza e esse extremo de pobreza é o que faz as pessoas reclamarem", aponta.
Nasralla definiu a violenta repressão às manifestações desatadas desde então como própria de uma "ditadura" e denunciou um "roubo monumental" do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) "controlado" por Hernández.
"A cada dia aparecem mais roubos, por isso é que o país todo está na rua", disse.
- Suspender toda a ajuda -O candidato da Aliança de Oposição contra a Ditadura apresentou as "provas" ao secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que no mesmo domingo em que o TSE declarou Hernández vencedor propôs celebrar "um novo processo eleitoral" à luz das irregularidades constatadas pela missão de observadores.
Dois porta-vozes de Hernández rejeitaram essa ideia.
Nasralla enfatizou que essa é a única solução e nesta terça-feira pediu à comunidade internacional, aos Estados-membros da OEA e ao governo dos Estados Unidos que não reconheçam a vitória de Hernández e suspendam toda ajuda externa a seu "governo inconstitucional" enquanto não marquem uma nova votação.
"A saída em Honduras passa por um imediato processo de negociação com o acompanhamento da comunidade internacional para definir três pontos-chave: quando, como e sob quais condições realizaremos, o mais rápido possível, novas eleições presidenciais", informou em entrevista coletiva.
Nasralla destacou como positivo que o governo de Donald Trump não tenha se pronunciado sobre a vitória de Hernández enquanto avalia os relatórios dos observadores internacionais e pede às autoridades americanas que ratifiquem os atos ilegítimos apontados.
"Se os Estados Unidos não reconhecem um relatório da OEA, (...) a OEA ficaria desqualificada como árbitro em outros países que para Estados Unidos são mais importantes", ressaltou este popular jornalista esportivo e apresentador de televisão de 64 anos, que carrega a bandeira de uma "ideologia anticorrupção".
- Mais emigrantes para os EUA -Nasralla se reuniu em Washington com o subsecretário adjunto para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, John Creamer.
Aos Estados Unidos "não convém" uma vitória de Hernández porque apenas impulsionará a emigração a seu território de gente com fome e sem trabalho, como tem acontecido até agora, disse à AFP.
"Se 80% da população está contra Hernández, esses 80% tentarão emigrar para os Estados Unidos. Há mais de um milhão de hondurenhos vivendo aqui, assim é muito provável que venham mais 300.000 pessoas", apontou.
Esta emigração serve ao governo de Hernández "porque os hondurenhos que vivem nos Estados Unidos enviam diariamente a seus familiares 14 milhões de dólares", ressaltou, lamentando as condições de pobreza e a violência do narcotráfico que, segundo ele, expulsariam seus compatriotas do país.
"É o crime organizado que tem sequestrado Honduras através de políticos inescrupulosos que não se importam que o país esteja morrendo".
ad-cj/yow/cc
"Sim, eu quero participar no diálogo para que ele entenda que com quatro anos com ele governando e todo o povo contra há ingovernabilidade", disse à AFP durante uma visita a Washington.
Hernández convocou a oposição a um diálogo para alcançar um "acordo nacional" orientado a construir "uma nova Honduras", depois de ser declarado ganhador nas eleições presidenciais de 26 de novembro.
Este resultado é questionado por Nasralla, que convocou seus apoiadores a protestar nas ruas.
A violencia pós-eleitoral já deixou 14 mortos, segundo a Anistia Internacional, enquanto as autoridades confirmam apenas três óbitos. Nasralla afirma que há 24 mortes, que atribui à "polícia militar criada pelo presidente Hernández".
"O país está metido em uma convulsão porque se chegou a um extremo de pobreza e esse extremo de pobreza é o que faz as pessoas reclamarem", aponta.
Nasralla definiu a violenta repressão às manifestações desatadas desde então como própria de uma "ditadura" e denunciou um "roubo monumental" do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) "controlado" por Hernández.
"A cada dia aparecem mais roubos, por isso é que o país todo está na rua", disse.
- Suspender toda a ajuda -O candidato da Aliança de Oposição contra a Ditadura apresentou as "provas" ao secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que no mesmo domingo em que o TSE declarou Hernández vencedor propôs celebrar "um novo processo eleitoral" à luz das irregularidades constatadas pela missão de observadores.
Dois porta-vozes de Hernández rejeitaram essa ideia.
Nasralla enfatizou que essa é a única solução e nesta terça-feira pediu à comunidade internacional, aos Estados-membros da OEA e ao governo dos Estados Unidos que não reconheçam a vitória de Hernández e suspendam toda ajuda externa a seu "governo inconstitucional" enquanto não marquem uma nova votação.
"A saída em Honduras passa por um imediato processo de negociação com o acompanhamento da comunidade internacional para definir três pontos-chave: quando, como e sob quais condições realizaremos, o mais rápido possível, novas eleições presidenciais", informou em entrevista coletiva.
Nasralla destacou como positivo que o governo de Donald Trump não tenha se pronunciado sobre a vitória de Hernández enquanto avalia os relatórios dos observadores internacionais e pede às autoridades americanas que ratifiquem os atos ilegítimos apontados.
"Se os Estados Unidos não reconhecem um relatório da OEA, (...) a OEA ficaria desqualificada como árbitro em outros países que para Estados Unidos são mais importantes", ressaltou este popular jornalista esportivo e apresentador de televisão de 64 anos, que carrega a bandeira de uma "ideologia anticorrupção".
- Mais emigrantes para os EUA -Nasralla se reuniu em Washington com o subsecretário adjunto para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, John Creamer.
Aos Estados Unidos "não convém" uma vitória de Hernández porque apenas impulsionará a emigração a seu território de gente com fome e sem trabalho, como tem acontecido até agora, disse à AFP.
"Se 80% da população está contra Hernández, esses 80% tentarão emigrar para os Estados Unidos. Há mais de um milhão de hondurenhos vivendo aqui, assim é muito provável que venham mais 300.000 pessoas", apontou.
Esta emigração serve ao governo de Hernández "porque os hondurenhos que vivem nos Estados Unidos enviam diariamente a seus familiares 14 milhões de dólares", ressaltou, lamentando as condições de pobreza e a violência do narcotráfico que, segundo ele, expulsariam seus compatriotas do país.
"É o crime organizado que tem sequestrado Honduras através de políticos inescrupulosos que não se importam que o país esteja morrendo".
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