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Líbano divulga censo inédito de seus refugiados palestinos

21/12/2017 16h49

Beirute, 21 dez 2017 (AFP) - Mais de 174.000 refugiados palestinos vivem no Líbano, anunciaram nesta quinta-feira (21) as autoridades libaneses depois de realizar o primeiro censo oficial dessa população, cuja presença é uma questão difícil no país.

Esse número é, contudo, muito inferior a todas as estimativas que circulam no país, elevando esse total para 500.000 pessoas.

O comitê de diálogo libanês-palestino, uma comissão subordinada ao governo libanês, realizou o censo nos quais 12 campos de refugiados palestinos, que foram se tornando verdadeiros bairros residenciais com o tempo, e também em 156 "aglomerações palestinas" em todo o país.

A presença dos palestinos sempre foi um tema delicado no Líbano, que acentuou as divisões durante a guerra civil que assolou o país entre 1975 e 1990.

Um sentimento antipalestino persiste no país, e muitos libaneses rejeitam uma naturalização dos palestinos que deixaram sua terra de origem após a criação do Estado de Israel em 1948.

O censo ressalta as condições de vida, de saúde, de educação e de trabalho dos cerca de 174.000 refugiados palestinos instalados no Líbano, e também dos 18.600 palestinos da Síria que chegaram depois do começo da guerra no país vizinho em 2011.

"Como Estado, devemos abordar os problemas sofridos pelos refugiados palestinos em nosso país", declarou o primeiro-ministro libanês Saad Hariri em entrevista coletiva.

"Nas últimas décadas, as dificuldades sociais e humanas se acumularam para os refugiados palestinos, e a realidade nos campos é trágica em todos os níveis", assegurou.

Quase a metade dos refugiados palestinos são jovens de 24 anos ou menos, segundo o censo. Cerca de 18,4% da população ativa está desempregada e 7,2% dos refugiados são analfabetos, mas a taxa de escolarização das crianças entre três e 13 anos chega a 93,6%.

Os campos palestinos, onde residem 45,1% dos refugiados, sofrem de "a pobreza, a superpopulação, o desemprego, más condições de alojamento e uma falta de infraestruturas", segundo a agência da ONU para os refugiados palestinos.