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Manifestantes condenados à prisão por ficarem nus em Auschwitz

17/01/2018 18h46

Varsóvia, 17 Jan 2018 (AFP) - Dois manifestantes do grupo "Love Macht Frei", que ficaram nus há um ano na entrada do campo de extermínio nazista de Auschwitz, foram condenados nesta quarta-feira (17) a penas de prisão por um tribunal local por ofensa a este "local de memória da Humanidade".

Dois membros deste grupo informal, ambos bielorrussos instalados na Polônia, identificados apenas como Adam B. e Mikita V., foram condenados a um ano e meio de prisão e um ano e dois meses, respectivamente.

Outros dez, com entre 20 e 27 anos, incluindo um cidadão alemão, foram multados em 10.000 zlotys (2.400 euros), para obras públicas.

Eles também deverão pagar ao Museu de Auschwitz 330 euros cada em indenização.

Em março de 2017, os membros do grupo tiraram as roupas e se amarraram. Eles penduraram uma bandeira branca com a inscrição "Love" em vermelho no topo do portal do antigo campo nazista com a notória inscrição "Arbeit Macht Frei" ("O trabalho liberta", em alemão) e mataram uma ovelha.

Após o anúncio do veredicto, Mikita V. disse que o tribunal os condenou "injustamente, por uma ação artística".

Por terem infligido sofrimento à ovelha, foram privados do direito de possuir um animal por dez anos e cada um terá que pagar cerca de 500 euros para uma associação de proteção dos animais.

O procurador Mariusz Slomka, que pediu sentenças mais rigorosas, ressaltou em sua acusação que "Auschwitz é um local de memória da Humanidade, símbolo de martírio, um cemitério para milhares de seres humanos".

Mikita V. e Adam B. explicaram que agiram por uma boa causa e disseram se arrepender do sofrimento do animal.

Entre 1940 e o início de 1945, cerca de 1,1 milhão de pessoas, incluindo um milhão de judeus europeus, foram exterminadas em Auschwitz. Cerca de 80 mil poloneses não-judeus, 25 mil gregos e 20 mil soldados soviéticos também foram mortos neste campo liberado pelo exército vermelho em 27 de janeiro de 1945.