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Caracas tem protestos pontuais por morte de piloto rebelde Óscar Pérez

20/01/2018 22h03

Caracas, 21 Jan 2018 (AFP) - Pequenos protestos foram registrados neste sábado (20) em Caracas pela morte do ex-policial Óscar Pérez e seis de seus homens nas mãos das autoridades, enquanto se desconhece o destino do corpo do piloto que se rebelou contra o governo de Nicolás Maduro.

Uma centena de pessoas permanecia concentrada no final da tarde na rua de acesso ao necrotério de Bello Monte, no sudeste da capital, exigindo a entrega do corpo de Pérez a um parente. Policiais e militares, com equipamentos de choque, bloqueavam a passagem.

"Eu o quero comigo para enterrá-lo onde quiser", disse, em um vídeo publicado nas redes sociais, Aminta Pérez, mãe do ex-policial que se alçou contra Maduro em protestos opositores que deixaram 125 mortos entre abril e julho do ano passado.

Ela mora no México com a viúva de Pérez e os três filhos do casal. Aura Pérez, tia de Òscar, faz os trâmites na Venezuela para a liberação do corpo.

Mais cedo, sem maiores consequências, houve confrontos nos arredores do necrotério e funcionários das forças de segurança.

Dois dos aliados de Pérez mortos, José Pimentel e Abraham Agostini, foram enterrados pela manhã, sem velório, sob custódia militar e policial. Os outros quatro foram levados às cidades de Maracaibo (noroeste) e San Cristóbal (oeste).

Umas 300 pessoas foram ao Cemitério do Leste, o principal de Caracas, onde gritaram palavras de ordem para militares da Guarda Nacional, que os impediam de ir às sepulturas onde eram enterrados Pimentel e Agostini. "Açougueiros!", gritavam.

"Venho prestar homenagens a estas pessoas assassinadas vilmente", declarou à AFP Mónica Santamaría, professora de 54 anos, ao chegar com um cartaz com os nomes de Pérez e seus companheiros escritos em uma cruz.

Manifestantes também se concentraram na região de Altamira, reduto da oposição ao leste da cidade.

Na segunda-feira passada, os rebeldes - denominados de "terroristas" pelo governo - morreram durante uma operação para sua captura. Os sete morreram com tiros na cabeça, segundo as certidões de óbito publicadas pela imprensa e organizações de direitos humanos alertam para possíveis "execuções extrajudiciais".