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Principais etapas da participação da Turquia no conflito sírio

21/01/2018 15h36

Istambul, 21 Jan 2018 (AFP) - Confira abaixo as principais etapas do envolvimento da Turquia no conflito sírio:

- ANCARA ABANDONA AL-ASSAD:Em setembro de 2011, seis meses depois do início das manifestações pacíficas contra Bashar al-Assad, duramente reprimidas, Recep Tayyip Erdogan, então primeiro-ministro turco e "amigo" do presidente sírio há até apenas alguns meses, diz: "o povo sírio não acredita em Al-Assad, eu tampouco".

Ancara fica ao lado das potências ocidentais e começa uma escalada verbal e diplomática contra seu vizinho, chegando a adotar sanções contra ele.

- ACOLHE A OPOSIÇÃO:Em outubro de 2011, após várias reuniões em solo turco, os opositores criam um Conselho Nacional Sírio que reúne as correntes políticas contrárias ao governo.

Em julho, um coronel desertor sírio refugiado na Turquia fundou o Exército Sírio Livre (ESL), composto por desertores e por civis para lutar contra o regime.

No final de 2012, Turquia reconhece a nova coalizão opositora como a "única representante legítima do povo sírio".

- GUERRA CONTRA PKK E EI:No final de 2014, apesar das críticas e da pressão, o Exército turco se recusa a ajudar os combatentes curdos que defendem Kobane dos extremistas do Estado Islâmico (EI). Ancara teme o surgimento, na Síria, de uma região autônoma controlada pelas milícias curdas ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ativo desde 1984 em solo turco.

Em julho de 2015, a Turquia se vê diretamente afetada pelo conflito na Síria com um atentado atribuído ao EI em Suruç, perto da fronteira síria. Morreram 34 pessoas. O já presidente Erdogan lança uma "guerra contra o terrorismo" dirigida tanto contra o PKK como contra o EI.

Em agosto, Ancara se une à coalizão contra o EI.

- OPERAÇÃO 'ESCUDO DO EUFRATES':Em 9 de agosto de 2016, Erdogan se reúne com seu colega russo, Vladimir Putin, para selar a reconciliação entre seus países, após uma crise provocada pela queda de um avião russo por parte da Turquia na fronteira síria no final de 2015.

Em dia 24, Turquia lança a operação "Escudo do Eufrates" no norte da Síria, dirigida contra o EI e contra as Unidades de Proteção Populares curdas (YPGs), aliadas de Washington na luta contra os extremistas.

A operação permite aos rebeldes sírios apoiados pela Turquia recuperar várias cidades do EI, entre elas Jarablos, Dabiq e Al-Bab.

Em outubro de 2017, a Turquia envia dezenas de soldados e carros blindados para a província de Idlib, controlada pelos extremistas, para instaurar uma "zona de distensão". Ao mesmo tempo, dissuade as milícias curdas de avançarem terreno no norte da Síria.

- OFENSIVA CONTRA AS YPG:Em 14 de janeiro de 2018, a coalizão internacional anuncia a criação de uma "força" fronteiriça no norte da Síria, com 30.000 homens. Metade deles é das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes dominada pelas YPGs.

Um dia depois, Erdogan ameaça lançar uma operação dirigida a "cortar [essa força] pela raiz" e afirma que seu Exército está "disposto" a lançar uma operação "a qualquer momento" contra os redutos das YPGs em Afrin e Manbij.

No dia 18, o Pentágono garante que Washington treina seus aliados das FDSs, mas que não pretende criar um novo Exército.

No dia 21, a Turquia lança uma ofensiva terrestre contra uma milícia curda na região de Afrin, o que preocupa Washington. A Rússia também se diz "preocupada" e pede "moderação".