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Kenji Fujimori anuncia sua expulsão do partido da sua irmã Keiko

31/01/2018 00h11

Lima, 31 Jan 2018 (AFP) - Kenji Fujimori, o filho mais novo do ex-presidente indultado do Peru, Alberto Fujimori, anunciou nesta terça-feira (30) que a bancada do partido Força Popular o expulsou por discordar da líder da agrupação, sua irmã Keiko.

"Foi resolvido por unanimidade expulsar o congressista Kenji Fujimori do Grupo Parlamentar Força Popular", indicou o próprio legislador em sua conta do Twitter, onde publicou parte da resolução partidária.

O Força Popular (FP) iniciou no final de dezembro um processo por indisciplina partidária contra o irmão de Keiko Fujimori, por ele ter criticado sua posição em relação ao presidente Pedro Pablo Kuczynski e não ter apoiado a destituição do presidente que o Congresso, onde o FP tem maioria, debateu em 21 de dezembro.

O voto de Kenji Fujimori e de outros nove integrantes da bancada do FP evitaram a destituição de Kuczynski, que o partido de Keiko acusava de mentir em um caso de suposta corrupção por assessorias à construtora brasileira Odebrecht.

As discordâncias entre os dois irmãos se acentuaram quando Kenji decidiu apoiar um indulto a seu pai, contra a opinião de sua irmã, que buscava uma via judicial para libertar o ex-presidente Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos e corrupção.

Kuczynski indultou Fujimori na véspera do Natal, e foi acusado de negociar com Kenji para evitar sua destituição. Ambas as partes negaram qualquer acordo.

Em novembro, Kenji tinha sido suspenso por 120 dias por discordar publicamente de seu partido.

Kenji foi o congressista que obteve o maior número de votos nas últimas eleições, realizadas em 2016.

O FP expulsou também os congressistas Bienvenido Ramírez e Maritza García, que pertencem à corrente liderada pelo filho mais novo do ex-presidente Fujimori.

"Já se esperava por isso. Não gostam nem aceitam que lhes refutem. O abuso, arbitrariedade e autoritarismo do FP é evidente e vamos combater isso", reagiu a congressista García no Twitter.

Citada pela edição eletrônica do jornal El Comercio, García disse que não recorrerão da decisão da bancada do FP e que cumprirão um acordo interno segundo o qual 10 congressistas dissidentes aceitam se retirar caso expulsem um deles.