Trump pede união, mas mostra rigidez sobre imigração
Washington, 31 Jan 2018 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, pediu nesta terça-feira, em discurso no Congresso, unidade suprapartidária para negociar uma reforma urgente do sistema migratório, mas a agressiva retórica que utilizou poderia tornar este entendimento mais difícil.
Trump fez seu discurso sobre o estado da União diante de um Congresso incapaz de aprovar desde outubro passado um orçamento federal, paralisado e profundamente dividido sobre o conteúdo de uma reforma migratória que se torna urgente.
Em seu pronunciamento, o presidente ofereceu uma mão negociadora ao opositor Partido Democrata, em um apelo para por "a política de lado e finalmente completar este trabalho".
Este esforço de republicanos e democratas, disse o presidente, é urgente para a "trazer nosso sistema migratório ao século XXI".
A mão estendida de Trump se explica pela necessidade urgente da Casa Branca de alcançar algum tipo de acordo com a oposição sobre a questão migratória para depois destravar as negociações sobre o orçamento federal.
Em 22 de janeiro passado, depois de três dias em que o governo precisou fechar suas portas por falta de orçamento, o Congresso aprovou um plano de gastos provisório apenas até 8 de fevereiro, para nesse prazo tentar aprovar um acordo sobre a reforma migratória.
- Urgência de um acordo -Para votar um orçamento, a oposição democrata exige uma solução para os chamados "dreamers", jovens imigrantes que chegaram ilegalmente ao país na infância e regularizaram sua situação mediante um programa conhecido pela sigla DACA.
Em setembro passado, Trump anunciou a decisão de não renovar mais as permissões previstas no DACA, e com isso deixou a um passo da ilegalidade uma comunidade de 690.000 imigrantes formalmente regularizados.
Caso a questão migratória continue sem solução em 8 de fevereiro, dificilmente será aprovado um orçamento federal e o país ficará novamente à beira da paralisação do governo, o temido "shutdown", como já aconteceu em 20 de janeiro.
No entanto, mesmo com a mão estendida para a oposição, em seu discurso Trump retomou a retórica anti-imigração agressiva de sua campanha eleitoral, sob o risco de colocar a perder seu gesto negociador.
Trump se posicionou com firmeza sobre a proposta feita na semana passada pela Casa Branca e que inclui uma via de naturalização para 1,8 milhão de imigrantes depois de um período de 12 anos.
Mas a proposta vem acompanhada de uma pesada "mão dura" com a imigração legal e ilegal e contempla recursos da ordem de 25 bilhões de dólares para o controverso muro na fronteira com o México.
Esta proposta, disse, permitirá "criar um sistema migratório seguro, moderno e legal".
- Divisão ácida -O tom da divisão ácida também ficou evidenciado em declarações do legislador republicano Jeb Hensarling, para quem "se os democratas se negarem a negociar o que o presidente pôs sobre a mesa, talvez deveriam emigrar do Congresso".
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, é um dos interlocutores necessários para alcançar um acordo sobre a reforma migratória, mas o legislador não parecia comovido pela tentativa de aproximação do presidente a raiz da retórica utilizada.
Para Schumer, o discurso de Trump "alimentou as chamas da discórdia ao invés de nos aproximar".
Elizabeth Guzmán, americana de origem peruana da legislatura local da Virgínia, disse: "não devemos aceitar, nem normalizar a forma atroz e insultante na qual este presidente representa nossas comunidades. Fazê-lo seria se render a um conto falso e perigoso".
Para o Comitê Nacional Democrata, no entanto, "Trump repetiu muitas vezes a mentira de crimes cometidos pelos imigrantes para intimidar e empurrar sua agenda anti-imigrante" e seu discurso anual "não foi a exceção".
Ao deixar o Congresso na noite de terça-feira, o senador democrata Richard Blumenthal expressou o desejo de que Trump "seja realmente o unificador suprapartidário e não o Divisor em Chefe que veio a esta câmara".
É neste clima de desavenças em que em apenas uma semana republicanos e democratas deverão encontrar um terreno comum para solucionar um problema tão complexo.
Trump fez seu discurso sobre o estado da União diante de um Congresso incapaz de aprovar desde outubro passado um orçamento federal, paralisado e profundamente dividido sobre o conteúdo de uma reforma migratória que se torna urgente.
Em seu pronunciamento, o presidente ofereceu uma mão negociadora ao opositor Partido Democrata, em um apelo para por "a política de lado e finalmente completar este trabalho".
Este esforço de republicanos e democratas, disse o presidente, é urgente para a "trazer nosso sistema migratório ao século XXI".
A mão estendida de Trump se explica pela necessidade urgente da Casa Branca de alcançar algum tipo de acordo com a oposição sobre a questão migratória para depois destravar as negociações sobre o orçamento federal.
Em 22 de janeiro passado, depois de três dias em que o governo precisou fechar suas portas por falta de orçamento, o Congresso aprovou um plano de gastos provisório apenas até 8 de fevereiro, para nesse prazo tentar aprovar um acordo sobre a reforma migratória.
- Urgência de um acordo -Para votar um orçamento, a oposição democrata exige uma solução para os chamados "dreamers", jovens imigrantes que chegaram ilegalmente ao país na infância e regularizaram sua situação mediante um programa conhecido pela sigla DACA.
Em setembro passado, Trump anunciou a decisão de não renovar mais as permissões previstas no DACA, e com isso deixou a um passo da ilegalidade uma comunidade de 690.000 imigrantes formalmente regularizados.
Caso a questão migratória continue sem solução em 8 de fevereiro, dificilmente será aprovado um orçamento federal e o país ficará novamente à beira da paralisação do governo, o temido "shutdown", como já aconteceu em 20 de janeiro.
No entanto, mesmo com a mão estendida para a oposição, em seu discurso Trump retomou a retórica anti-imigração agressiva de sua campanha eleitoral, sob o risco de colocar a perder seu gesto negociador.
Trump se posicionou com firmeza sobre a proposta feita na semana passada pela Casa Branca e que inclui uma via de naturalização para 1,8 milhão de imigrantes depois de um período de 12 anos.
Mas a proposta vem acompanhada de uma pesada "mão dura" com a imigração legal e ilegal e contempla recursos da ordem de 25 bilhões de dólares para o controverso muro na fronteira com o México.
Esta proposta, disse, permitirá "criar um sistema migratório seguro, moderno e legal".
- Divisão ácida -O tom da divisão ácida também ficou evidenciado em declarações do legislador republicano Jeb Hensarling, para quem "se os democratas se negarem a negociar o que o presidente pôs sobre a mesa, talvez deveriam emigrar do Congresso".
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, é um dos interlocutores necessários para alcançar um acordo sobre a reforma migratória, mas o legislador não parecia comovido pela tentativa de aproximação do presidente a raiz da retórica utilizada.
Para Schumer, o discurso de Trump "alimentou as chamas da discórdia ao invés de nos aproximar".
Elizabeth Guzmán, americana de origem peruana da legislatura local da Virgínia, disse: "não devemos aceitar, nem normalizar a forma atroz e insultante na qual este presidente representa nossas comunidades. Fazê-lo seria se render a um conto falso e perigoso".
Para o Comitê Nacional Democrata, no entanto, "Trump repetiu muitas vezes a mentira de crimes cometidos pelos imigrantes para intimidar e empurrar sua agenda anti-imigrante" e seu discurso anual "não foi a exceção".
Ao deixar o Congresso na noite de terça-feira, o senador democrata Richard Blumenthal expressou o desejo de que Trump "seja realmente o unificador suprapartidário e não o Divisor em Chefe que veio a esta câmara".
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