Bolivianos se manifestam a favor e contra recandidatura de Morales
La Paz, 22 Fev 2018 (AFP) - Manifestações a favor e contra a nova candidatura do presidente Evo Morales a um quarto mandato consecutivo foram registradas nesta quarta-feira (21) na Bolívia, em um reflexo da polarização política vivida no país.
Por conta dos protestos, as principais cidades bolivianas, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, permaneceram com bloqueios de ruas e avenidas por parte de vizinhos e ativistas, embora sem incidentes maiores
Em El Alto, cidade vizinha de La Paz e outrora nicho eleitoral de Morales, o líder centrista Samuel Doria Medina comandou uma maciça marcha de seu partido, Unidade Nacional, na qual exigiu "respeito ao voto" do referendo que, em 2016, negou ao presidente de esquerda a possibilidade de uma nova candidatura.
Mas no fim de 2017, uma sentença do Tribunal Constitucional deu a Morales a permissão para se candidatar indefinidamente, medida que gerou protestos da oposição e de organizações civis do país.
Em uma avaliação da greve convocada pela oposição, o ministro da Presidência, Alfredo Rada, disse em coletiva de imprensa que "não alcançou a presença em massa de cidadãos nem impacto suficiente para paralisar as atividades produtivas, de serviços e comerciais".
Na contramão, Luis Fernando Camacho, dirigente do poderoso comitê civil da região de Santa Cruz, a mais próspera do país, e contrário à reeleição de Morales, considerou que "o povo boliviano está mobilizado, há um sentimento de fazer respeitar o voto e a democracia".
Em um ato maciço em uma zona rural de Santa Cruz, o presidente Morales se manifestou "surpreendido" diante de "tantas ofensas, tantas humilhações, tantas mentiras (da oposição). Aos irmãos (das organizações afins ao governo): sigam mobilizados para continuarmos com nosso processo".
As mobilizações dos dois lados foram convocadas dois anos após o referendo que negou ao presidente, por uma margem estreita, sua aspiração de concorrer novamente à reeleição.
Morales, de 58 anos e no poder desde 2006, se autoproclamou em dezembro candidato para as eleições de dezembro de 2019, na qual serão renovados o presidente, o vice-presidente e o Congresso para o período 2020-2025.
- 'Vamos defender este processo' -O governante Movimento ao Socialismo (MAS) organizou maciças concentrações na noite de terça-feira em Santa Cruz e nesta quarta-feira em La Paz e Cochabamba em apoio à candidatura de Morales.
"Nós vamos defender esse processo, vamos governar entre nós, não podemos ser governados pelo Fundo Monetário Internacional", disse o ministro de Desenvolvimento Rural, o aimará Eugenio Rojas, durante uma concentração em La Paz.
Morales, que também é aimará, chegou ao poder com 54% dos votos, e revalidou seu mandato duas vezes (2010-2015 e 2015-2020) com votações similares.
Entretanto, uma pesquisa recente do jornal Página Sete, o qual o governo considera opositor, disse que a popularidade de Morales caiu 22%.
Para as duas últimas eleições, o governo conseguiu, com a ajuda dos tribunais de justiça, interpretações legais para que Morales pudesse voltar a se candidatar, apesar da oposição ter questionado sua legalidade.
- Indulgência 'perdida por Maduro' -"Morales ainda goza de certa indulgência internacional, que já foi perdida por (Nicolás) Maduro pelo uso da força para neutralizar movimentos contestatórios", disse à AFP o analista político Jorge Lazarte.
No entanto, o especialista não descartou que setores rígidos do governo optem por pressionar para se manter no poder e usar policiais e militares para reprimir as manifestações da oposição.
"Está nas mãos de Evo Morales decidir o que fazer: preservar seu legado, deixando sua aspiração de recandidatura, ou continuar (no governo) com um alto custo" político, expressou Lazarte.
Por conta dos protestos, as principais cidades bolivianas, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, permaneceram com bloqueios de ruas e avenidas por parte de vizinhos e ativistas, embora sem incidentes maiores
Em El Alto, cidade vizinha de La Paz e outrora nicho eleitoral de Morales, o líder centrista Samuel Doria Medina comandou uma maciça marcha de seu partido, Unidade Nacional, na qual exigiu "respeito ao voto" do referendo que, em 2016, negou ao presidente de esquerda a possibilidade de uma nova candidatura.
Mas no fim de 2017, uma sentença do Tribunal Constitucional deu a Morales a permissão para se candidatar indefinidamente, medida que gerou protestos da oposição e de organizações civis do país.
Em uma avaliação da greve convocada pela oposição, o ministro da Presidência, Alfredo Rada, disse em coletiva de imprensa que "não alcançou a presença em massa de cidadãos nem impacto suficiente para paralisar as atividades produtivas, de serviços e comerciais".
Na contramão, Luis Fernando Camacho, dirigente do poderoso comitê civil da região de Santa Cruz, a mais próspera do país, e contrário à reeleição de Morales, considerou que "o povo boliviano está mobilizado, há um sentimento de fazer respeitar o voto e a democracia".
Em um ato maciço em uma zona rural de Santa Cruz, o presidente Morales se manifestou "surpreendido" diante de "tantas ofensas, tantas humilhações, tantas mentiras (da oposição). Aos irmãos (das organizações afins ao governo): sigam mobilizados para continuarmos com nosso processo".
As mobilizações dos dois lados foram convocadas dois anos após o referendo que negou ao presidente, por uma margem estreita, sua aspiração de concorrer novamente à reeleição.
Morales, de 58 anos e no poder desde 2006, se autoproclamou em dezembro candidato para as eleições de dezembro de 2019, na qual serão renovados o presidente, o vice-presidente e o Congresso para o período 2020-2025.
- 'Vamos defender este processo' -O governante Movimento ao Socialismo (MAS) organizou maciças concentrações na noite de terça-feira em Santa Cruz e nesta quarta-feira em La Paz e Cochabamba em apoio à candidatura de Morales.
"Nós vamos defender esse processo, vamos governar entre nós, não podemos ser governados pelo Fundo Monetário Internacional", disse o ministro de Desenvolvimento Rural, o aimará Eugenio Rojas, durante uma concentração em La Paz.
Morales, que também é aimará, chegou ao poder com 54% dos votos, e revalidou seu mandato duas vezes (2010-2015 e 2015-2020) com votações similares.
Entretanto, uma pesquisa recente do jornal Página Sete, o qual o governo considera opositor, disse que a popularidade de Morales caiu 22%.
Para as duas últimas eleições, o governo conseguiu, com a ajuda dos tribunais de justiça, interpretações legais para que Morales pudesse voltar a se candidatar, apesar da oposição ter questionado sua legalidade.
- Indulgência 'perdida por Maduro' -"Morales ainda goza de certa indulgência internacional, que já foi perdida por (Nicolás) Maduro pelo uso da força para neutralizar movimentos contestatórios", disse à AFP o analista político Jorge Lazarte.
No entanto, o especialista não descartou que setores rígidos do governo optem por pressionar para se manter no poder e usar policiais e militares para reprimir as manifestações da oposição.
"Está nas mãos de Evo Morales decidir o que fazer: preservar seu legado, deixando sua aspiração de recandidatura, ou continuar (no governo) com um alto custo" político, expressou Lazarte.
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