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Presidente dos EUA e governador da Flórida propõem levar mais armas para escolas

23/02/2018 17h01

Washington, 23 Fev 2018 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, defendeu nesta sexta-feira (23) em Washington sua proposta de armar alguns professores, enquanto o governador da Flórida revelou um plano de ação contra os ataques a tiros em escolas, que inclui mobilizar oficiais armados em instituições educacionais.

Em um discurso perto de Washington, Trump também pediu que os compradores de armas passem por controles de antecedentes mais estritos e criticou o oficial que, apesar de estar na escola de Parkland, aparentemente não foi capaz de reagir para conter o ataque.

Scot Peterson era o policial que supostamente foi incapaz de agir para abater Cruz, embora estivesse no local.

"Quando chegou o momento de fazer alguma coisa, não teve coragem, ou alguma coisa aconteceu", disse o presidente. "Mas certamente fez um trabalho pobre. Não há dúvidas disso".

Enquanto isso, o governador da Flórida, Rick Scott, anunciou um plano para combater o problema dos ataques a tiros em escolas, que inclui mobilizar um oficial armado em cada uma das escolas públicas do estado.

Scott também propôs aumentar de 18 para 21 anos a idade legal para comprar armas na Flórida, além de medidas mais rígidas para evitar que pessoas instáveis psicologicamente tenham acesso às armas.

Após sua reunião com familiares e sobreviventes de ataques a tiros, Trump disse que estudaria a ideia de armar os professores.

Nesta sexta-feira, em um discurso diante de milhares de republicanos que participavam da Conferência de Ação Política Conservadora, delineou o conceito: "Talvez 10% ou 20% do número de professores". "Não todos eles, mas seriam muitos", afirmou.

"O mais bonito é que portariam a arma escondida", continuou.

Referindo-se a Nikolas Cruz, o jovem de 19 anos que cometeu o massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, Trump disse que "um professor armado o teria crivado antes que ele entendesse o que estava acontecendo".

- Um policial a cada mil estudantes -Na Flórida, o plano de Rick Scott, avaliado em 450 milhões de dólares, se dirige igualmente a melhorar a segurança nas escolas.

"Estou pedindo a presença obrigatória de um oficial de Polícia em cada escola pública", declarou Scott em coletiva de imprensa em Tallahassee.

"Meu objetivo é fornecer mais agentes da lei, não armar os professores", acrescentou. O plano prevê mobilizar um oficial para cada mil estudantes para o ano escolar de 2018.

Também anunciou que quer proibir a compra e venda de "bump stocks", dispositivo que permite que um fuzil semiautomático dispare rajadas mais rápidas, similares às de metralhadoras.

Scott não propôs proibir a compra e venda de fuzis semiautomáticos, como o AR-15. "Proibir armas específicas não resolverá isso", disse, defendendo o texto da Constituição que garante o livre porte.

Trump, por sua vez, mencionou medidas para prevenir que pessoas com doenças mentais obtenham armas, e declarou ser necessário "fortalecer os registros de antecedentes" dos compradores.

"Realmente acredito que o Congresso fará algo desta vez", comentou.

Durante anos, o Congresso americano esteve paralisado no tema das armas, embora as pesquisas mostrem que a maioria dos americanos apoia um controle mais estrito.

A Associação Nacional do Rifle (NRA) é um poderoso lobby que exerce pressão em Washington e em congressos estaduais para garantir que a livre venda e o porte de armas não sejam ameaçados.

A organização apoia a ideia de enviar pessoas armadas às escolas.

"Eles são meus amigos, nos apoiaram", declarou Trump sobre a NRA. "São grandes pessoas, são patriotas".