Vasta operação militar nas favelas do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 23 Fev 2018 (AFP) - As Forças Armadas e as polícias civil e militar realizaram nesta sexta-feira (22) operações nas favelas Vila Kennedy, Vila Aliança e Coreia, na zona oeste do Rio de Janeiro, em mais um capítulo da luta contra o crime organizado.
Mais de 3.200 militares, apoiados por blindados, estabeleceram, juntamente com as polícias, controles nos acessos às favelas e realizaram incursões, segundo informou a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro.
Em uma rua na Vila Aliança, sobre a mesa de um posto da Polícia Militar, vários agentes contabilizavam o material apreendido: pistolas, carregadores, maconha, cocaína e outras drogas, e duas bananas de dinamite, constatou a AFP.
Segundo o tenente Jansen, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), duas pessoas foram presas, uma dentro da Vila Kennedy e outra durante uma blitz.
O oficial indicou que foram registrados alguns tiroteios, que não deixaram mortos nem feridos.
A operação acontece uma semana depois que o presidente Michel Temer decretou a intervenção na segurança do Rio de Janeiro, confiando aos militares a luta contra o crime organizado no estado, que enfrenta uma grave crise de violência.
Contudo, as ações desta sexta-feira fazem parte da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que desde julho do ano passado enviou 8.500 militares ao estado para apoiar as forças policiais.
- Insegurança e corrupção -Temer também assegurou que o decreto não tem intenções eleitorais, a menos de oito meses das eleições presidenciais, legislativas e de governadores. "Não serei candidato", reiterou.
Seus adversários o acusam de ter desviado o foco da atenção pública para temas de segurança, diante da impossibilidade de fazer votar a reforma da previdência que, até a semana passada, era a principal bandeira de seu governo.
O dispositivo ficará completo com a criação, na semana que vem, de um Ministério Extraordinário de Segurança Pública.
Segundo uma pesquisa solicitada pela Presidência, a intervenção do Rio teve mais de 83% de aprovação na população carioca, um percentual que contrasta com os escassos 5% de popularidade do presidente, que enfrenta várias investigações por corrupção.
A intervenção "é bem-vinda, mas não serve de nada se não vier com medidas sociais: emprego, saúde, educação, transporte, dignidade para o povo", declarou à AFP Jean-Philippe, morador da Vila Kennedy que trabalha como porteiro.
Jean-Philippe expressa seu desconsolo ante um país e um estado onde as acusações de corrupção alcançam todos os partidos e apontam para centenas de legisladores, ministros e altos cargos do governo.
"O presidente da República tinha que ter vergonha e renunciar, porque o número um da nação não está dando nenhum exemplo", afirmou.
Vários moradores questionados pela AFP consideraram que a intervenção militar poderia servir para frear a corrupção da Polícia. "Os policiais fazem muitos negócios" nas comunidades, comentou um fiscal de ônibus da região, que preferiu manter o anonimato.
Em junho, cerca de 100 policiais militares foram denunciados por cobrar comissões e até por venda de armas a traficantes.
A saída dos militares dos quarteis criou, não obstante, fortes receios em um país onde ainda estão vivas as lembranças da ditadura militar (1964-1985).
E colocou em alerta os estados vizinhos - São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo - diante do temor de que as facções ou as atividades criminosas do Rio busquem bases com menos pressão para operar.
Mais de 3.200 militares, apoiados por blindados, estabeleceram, juntamente com as polícias, controles nos acessos às favelas e realizaram incursões, segundo informou a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro.
Em uma rua na Vila Aliança, sobre a mesa de um posto da Polícia Militar, vários agentes contabilizavam o material apreendido: pistolas, carregadores, maconha, cocaína e outras drogas, e duas bananas de dinamite, constatou a AFP.
Segundo o tenente Jansen, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), duas pessoas foram presas, uma dentro da Vila Kennedy e outra durante uma blitz.
O oficial indicou que foram registrados alguns tiroteios, que não deixaram mortos nem feridos.
A operação acontece uma semana depois que o presidente Michel Temer decretou a intervenção na segurança do Rio de Janeiro, confiando aos militares a luta contra o crime organizado no estado, que enfrenta uma grave crise de violência.
Contudo, as ações desta sexta-feira fazem parte da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que desde julho do ano passado enviou 8.500 militares ao estado para apoiar as forças policiais.
- Insegurança e corrupção -Temer também assegurou que o decreto não tem intenções eleitorais, a menos de oito meses das eleições presidenciais, legislativas e de governadores. "Não serei candidato", reiterou.
Seus adversários o acusam de ter desviado o foco da atenção pública para temas de segurança, diante da impossibilidade de fazer votar a reforma da previdência que, até a semana passada, era a principal bandeira de seu governo.
O dispositivo ficará completo com a criação, na semana que vem, de um Ministério Extraordinário de Segurança Pública.
Segundo uma pesquisa solicitada pela Presidência, a intervenção do Rio teve mais de 83% de aprovação na população carioca, um percentual que contrasta com os escassos 5% de popularidade do presidente, que enfrenta várias investigações por corrupção.
A intervenção "é bem-vinda, mas não serve de nada se não vier com medidas sociais: emprego, saúde, educação, transporte, dignidade para o povo", declarou à AFP Jean-Philippe, morador da Vila Kennedy que trabalha como porteiro.
Jean-Philippe expressa seu desconsolo ante um país e um estado onde as acusações de corrupção alcançam todos os partidos e apontam para centenas de legisladores, ministros e altos cargos do governo.
"O presidente da República tinha que ter vergonha e renunciar, porque o número um da nação não está dando nenhum exemplo", afirmou.
Vários moradores questionados pela AFP consideraram que a intervenção militar poderia servir para frear a corrupção da Polícia. "Os policiais fazem muitos negócios" nas comunidades, comentou um fiscal de ônibus da região, que preferiu manter o anonimato.
Em junho, cerca de 100 policiais militares foram denunciados por cobrar comissões e até por venda de armas a traficantes.
A saída dos militares dos quarteis criou, não obstante, fortes receios em um país onde ainda estão vivas as lembranças da ditadura militar (1964-1985).
E colocou em alerta os estados vizinhos - São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo - diante do temor de que as facções ou as atividades criminosas do Rio busquem bases com menos pressão para operar.
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