Combates em reduto rebelde sírio continuam no 2º dia de trégua
Beirute, 28 Fev 2018 (AFP) - Os combates continuavam nesta quarta-feira na parte rebelde de Ghuta Oriental, apesar a trégua humanitária diária decretada pela Rússia na Síria.
Esta pausa diária de cinco horas - das 09H00 às 14H00 (04H00 a 9H00 de Brasília) - para permitir a entrada de ajuda humanitária e a evacuação de civis do enclave, foi decretada na segunda-feira pela Rússia, grande aliada do regime de Bashar al-Assad. Mas foi imediatamente comprometida pela retomada dos confrontos, com as partes acusando-se mutuamente de violação.
Esta medida foi anunciada dois dias após a votação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução pedindo uma trégua de 30 dias em toda a Síria, devastada pela guerra desde 2011.
Depois de uma noite marcada por intensos confrontos na periferia de Ghuta Oriental, a força aérea do regime voltou a bombardear várias localidades no enclave rebelde na manhã desta quarta-feira, onde cerca de 600 civis morreram desde 18 de fevereiro, um quarto de crianças, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
"Como resultado dos intensos bombardeios e combates em Ghuta Oriental, as forças pró-regime conseguiram progredir no terreno, de forma limitada, nas localidades de Hoch al-Zawahira e Chifuniya", afirmou à AFP o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman.
Enquanto os ataques aéreos foram gradualmente interrompidos com a entrada em vigor da pausa humanitária, os confrontos terrestres entre os combatentes da Jaich al-Islam, uma facção rebelde islamita, e as forças leais a Bashar al-Assad continuam, de acordo com a mesma fonte e um correspondente da AFP.
- Rebeldes devem agir -O setor controlado pelos rebeldes em Ghouta, onde vivem 400 mil habitantes, é a última fortaleza da dissidência perto de Damasco. Esta vasta região foi recuperada em grande parte pelas forças pró-regime nos últimos anos.
Os combates enfraquecem essa trégua parcial decretada unilateralmente por Moscou, enquanto a resolução 2401 da ONU sobre a cessação total dos combates por um mês em todo o território sírio não produziu nenhum efeito.
Na terça-feira, "morteiros, bombas e barris de explosivos foram lançados no enclave rebelde" pelo regime, matando sete civis, incluindo duas crianças, de acordo com o OSDH.
Por sua vez, a agência oficial síria Sana relatou um morto e cinco feridos na queda de foguetes disparados pelos rebeldes em Damasco. Outros disparos teriam visado um corredor humanitário no setor de Al-Wafidine para impedir que civis deixem o enclave, segundo acusou.
Estas acusações foram retomadas pelo exército russo, que afirmou que os rebeldes lançaram uma "ofensiva" contra as posições pró-regime durante a "trégua".
"Os militantes (que estão) entrincheirados em Ghuta continuam a bombardear Damasco, bloqueando as entregas de ajuda e a evacuação daqueles que desejam sair", reiterou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"A Rússia e o governo sírio já anunciaram a criação de corredores humanitários (...) Agora é a vez dos militantes e seus apoiantes de agir", acrescentou, sublinhando que Moscou continuaria a apoiar Damasco para "erradicar a ameaça terrorista".
Em relação a Ghuta Oriental, "apesar de uma superfície limitada em comparação com outras áreas ainda nas mãos dos rebeldes", é "uma prioridade para o regime porque é uma afronta à sua autoridade política por sua proximidade da capital", diz à AFP Julien Théron, especialista em conflitos no Oriente Médio e professor na Sciences Po Paris.
Desde 18 de fevereiro, 590 civis foram mortos, incluindo cerca de 150 crianças, em Ghuta Oriental, de acordo com o OSDH.
O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, afirmou que sua agência possui uma lista de 1.000 pessoas à espera de evacuação médica de Ghuta, incluindo 600 em um estado "moderado a severo".
bur-bek/gk/vl/mr
Esta pausa diária de cinco horas - das 09H00 às 14H00 (04H00 a 9H00 de Brasília) - para permitir a entrada de ajuda humanitária e a evacuação de civis do enclave, foi decretada na segunda-feira pela Rússia, grande aliada do regime de Bashar al-Assad. Mas foi imediatamente comprometida pela retomada dos confrontos, com as partes acusando-se mutuamente de violação.
Esta medida foi anunciada dois dias após a votação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução pedindo uma trégua de 30 dias em toda a Síria, devastada pela guerra desde 2011.
Depois de uma noite marcada por intensos confrontos na periferia de Ghuta Oriental, a força aérea do regime voltou a bombardear várias localidades no enclave rebelde na manhã desta quarta-feira, onde cerca de 600 civis morreram desde 18 de fevereiro, um quarto de crianças, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
"Como resultado dos intensos bombardeios e combates em Ghuta Oriental, as forças pró-regime conseguiram progredir no terreno, de forma limitada, nas localidades de Hoch al-Zawahira e Chifuniya", afirmou à AFP o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman.
Enquanto os ataques aéreos foram gradualmente interrompidos com a entrada em vigor da pausa humanitária, os confrontos terrestres entre os combatentes da Jaich al-Islam, uma facção rebelde islamita, e as forças leais a Bashar al-Assad continuam, de acordo com a mesma fonte e um correspondente da AFP.
- Rebeldes devem agir -O setor controlado pelos rebeldes em Ghouta, onde vivem 400 mil habitantes, é a última fortaleza da dissidência perto de Damasco. Esta vasta região foi recuperada em grande parte pelas forças pró-regime nos últimos anos.
Os combates enfraquecem essa trégua parcial decretada unilateralmente por Moscou, enquanto a resolução 2401 da ONU sobre a cessação total dos combates por um mês em todo o território sírio não produziu nenhum efeito.
Na terça-feira, "morteiros, bombas e barris de explosivos foram lançados no enclave rebelde" pelo regime, matando sete civis, incluindo duas crianças, de acordo com o OSDH.
Por sua vez, a agência oficial síria Sana relatou um morto e cinco feridos na queda de foguetes disparados pelos rebeldes em Damasco. Outros disparos teriam visado um corredor humanitário no setor de Al-Wafidine para impedir que civis deixem o enclave, segundo acusou.
Estas acusações foram retomadas pelo exército russo, que afirmou que os rebeldes lançaram uma "ofensiva" contra as posições pró-regime durante a "trégua".
"Os militantes (que estão) entrincheirados em Ghuta continuam a bombardear Damasco, bloqueando as entregas de ajuda e a evacuação daqueles que desejam sair", reiterou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"A Rússia e o governo sírio já anunciaram a criação de corredores humanitários (...) Agora é a vez dos militantes e seus apoiantes de agir", acrescentou, sublinhando que Moscou continuaria a apoiar Damasco para "erradicar a ameaça terrorista".
Em relação a Ghuta Oriental, "apesar de uma superfície limitada em comparação com outras áreas ainda nas mãos dos rebeldes", é "uma prioridade para o regime porque é uma afronta à sua autoridade política por sua proximidade da capital", diz à AFP Julien Théron, especialista em conflitos no Oriente Médio e professor na Sciences Po Paris.
Desde 18 de fevereiro, 590 civis foram mortos, incluindo cerca de 150 crianças, em Ghuta Oriental, de acordo com o OSDH.
O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, afirmou que sua agência possui uma lista de 1.000 pessoas à espera de evacuação médica de Ghuta, incluindo 600 em um estado "moderado a severo".
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