EUA suspeitam de envolvimento russo em morte de ex-espião

Washington, 13 Mar 2018 (AFP) - Os Estados Unidos concordaram nesta segunda-feira com as autoridades britânicas de que Moscou provavelmente está por trás da tentativa de assassinar um ex-espião russo no Reino Unido.

"Temos confiança total na investigação do Reino Unido e na sua avaliação de que a Rússia é o provável responsável pelo ataque com gás nervoso que ocorreu em Salisbury na semana passada", declarou o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.

"Concordamos que os responsáveis - tanto os que cometeram o crime como aqueles que ordenaram - devem enfrentar consequências graves. Somos solidários com nossos aliados no Reino Unido e continuaremos coordenando estreitamente nossas respostas".

Antes de se pronunciar, Tillerson telefonou para seu homólogo, o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, para falar da investigação sobre a tentativa de assassinato, na semana passada, do ex-espião russo Segei Skripal e sua filha no sudoeste da Inglaterra.

Durante seu voo de volta da África, Tillerson disse a jornalistas que a declaração da primeira-ministra britânica, Theresa May, de que os criminosos utilizaram um agente nervoso militar desenvolvido pela Rússia parece correta.

"Parece, claramente, que veio da Rússia. Embora neste momento eu não saiba se veio da Rússia com o conhecimento do governo".

"Levar uma substância como essa a outro país, que é uma substância extremamente perigosa, a um lugar público, onde se sabe que muitos outros vão estar expostos é quase incompreensível que um Estado, um Estado organizado faça algo assim", prosseguiu Tillerson.

"Mas é uma substância conhecida por nós e que não está muito espalhada. Está apenas em mãos de um número muito, muito limitado de entidades. E eu não quero dizer mais nada do que isso".

Perguntado se o aparente ataque a um membro da OTAN desencadearia uma resposta dos aliados, Tillerson adiantou: "Certamente desencadeará uma resposta", sem dar detalhes.